Carla Zambelli pede direito de resposta ao GGN após reportagem sobre Amazônia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Em mensagem ao GGN, a deputada Carla Zambelli sustentou que "não possui nenhum interesse pessoal na região Amazônica"

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) solicitou nesta quinta-feira, 23, direito de resposta à uma reportagem veiculada pelo GGN no dia 16 de junho.

A matéria “A Atuação de Carla Zambelli na defesa de atividades ilegais na Amazônia”, na opinião da parlamentar bolsonarista, contém material “mentiroso e sem a devida apuração”. A deputada reclamou dos questionamentos e do “tom irônico” que, na visão dela, foi adotado pelo jornal ao falar de “carguinhos” para seus parentes no governo Bolsonaro.

A reportagem introduziu recente declaração feita pelo delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, em entrevista à GloboNews, por ocasião dos crimes na Amazônia à luz do assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

Saraiva afirmou que Zambelli e outros políticos da base do governo Bolsonaro integram uma “bancada de bandidos”. “(…) a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime”, disparou. A deputada, porém, não comentou as declarações do delegado na mensagem ao GGN.

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE

O texto, em seguida, sugeriu uma edição especial do programa GregNews, da HBO, sobre a atuação de Carla Zambelli, Bia Kicis e Aline Sleutjes – as Salles’s Angels – em órgãos ou setores estratégicos para destravar pautas ligadas ao meio ambiente. Zambelli, em especial, presidiu a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.

Segundo Zambelli, enquanto ela presidiu a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, “a organização da ordem do dia sempre foi pautada na Democracia e no melhor interesse da sociedade e do meio ambiente. Os projetos eram listados independentemente de partidos e autores.”

O PL QUE COLOCA MULTA POR CRIME AMBIENTAL EM SEGUNDO PLANO

Zambelli também reclamou que, ao tratar do Projeto de Lei 1562/2022, o jornal teria “insinuando que esta parlamentar estaria, através da sua atuação como parlamentar, beneficiando criminosos, inclusive a relacionando com um caso de homicídio.”

O PL foi protocolado na Câmara no dia 8 de junho, três dias após o desaparecimento do ambientalista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, executados brutalmente na região do Vale do Javari. O caso está sob investigação da Polícia Federal. Em nenhum momento a reportagem associa Zambelli ou seu projeto ao homicídio.

Segundo o portal da Câmara dos Deputados – consultado pelo GGN para a reportagem – o PL prevê a restituição ao estado anterior como meio preferencial de reparação a um dado ao meio ambiental.

Zambelli defendeu que o projeto trará “maior rigorosidade no trato com o meio ambiente”. “A proposição legislativa prioriza a restauração do meio ambiente, sendo a reparação em pecúnia uma alternativa, quando não for possível a recuperação ecológica. Ao trazer a expressão ‘valor mínimo para reparação’, a parlamentar estipula que o valor a ser fixado seja, ao menos, suficiente para a ampla reparação dos danos causados à natureza.”

Ainda segundo a deputada, o PL foi uma da “Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), que em 2021 aprovou a Ação 10/2021, que traz diversas medidas para o fortalecimento no combate a tais crimes.”

FORÇA NACIONAL

A reportagem também informou que o marido de Zambelli, o coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, comandou por três anos a Força Nacional de Segurança Pública, que deveria ser responsável por fiscalizar e combate crimes na Amazônia, após a saída da equipe de intervenção federal então comandada por Hamilton Mourão.

Zambelli também tem um irmão nomeado desde 2021 na chefia de gabinete da Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, órgão responsável pela reforma agrária. Foi o senador Omar Aziz quem declarou que Carla Zambelli “bajulava” o presidente Jair Bolsonaro por causa dos “carguinhos” de seus familiares no governo.

Em resposta, a deputada explicou que “não possui nenhum interesse pessoal na região Amazônica”. Ela também afirmou que a Força Nacional é de competência do Ministério da Justiça, pasta sobre a qual ela nega “poder ou influência”.

“Por fim, o irmão desta notificante é totalmente capaz de conseguir as suas próprias conquistas.
O cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração. Não houve nenhuma participação da
deputada nas tratativas da indicação ao cargo.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. “Brasil é a periferia da Amazônia”. (Eliane Brum)
    Ser a depurada isso desconhece é bom que saiba que TODOS os recursos naturais que a sustenta e aos seus pares só existem por conta do “rio aéreo”. Já que do paralelo 15 ao 30 devia ser de areia pura, como é na Namíbia, e em quase toda a Austrália.

  2. É tão limitada a deputada que não consegue formar uma frase lógica simples. “Não tem nenhum” é o mesmo que dizer que tem interesse. Ah Brasil! O que contou para fazer de gente assim seu representante?

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