Caso Mari Ferrer, machismo estrutural, direito da mulher: Mariana Serrano na TVGGN

GGN discute com a advogada feminista o calvário enfrentado por vítimas de violência de gênero que denunciam a agressão. Como o sistema deve mudar para acolher melhor essas mulheres? No Cai Na Roda de sábado

Jornal GGN – Mariana Serrano é advogada, co-fundadora da Rede Feminista de Juristas, coordenadora na Comissão de Diversidade na OAB-SP e defensora dos direitos das mulheres e população LGBT.

Às jornalistas do GGN, Mariana contou suas experiências e expôs como o machismo estrutural penetra no aparato estatal e pode “revitimizar” as mulheres que tentam dar consequência a abusos e violência de toda sorte, desde o primeiro atendimento na delegacia até o julgamento em um tribunal.

O caso Mari Ferrer, em que a influencer foi humilhada durante uma audiência judicial, é emblemático porque atinge todas as mulheres de maneira “simbólica”, e às vítimas, especialmente, de maneira objetiva, através da tática que Mariana Serrano batizou de “narrativa da desqualificação”.

Essa desmoralização da denunciante – sobretudo daquela que não é considerada pela sociedade machista como a “vítima ideal” – é uma estratégia recorrente, não uma exceção. Vítimas de estupro precisam saber disso para que possam reunir forças para denunciar e se preparar adequadamente para o enfrentamento.

“Esses homens [violadores] não podem mais transitar como se nada houvesse. A gente vai continuar dando consequência, sim, porque a gente está cada vez mais farta de sofrer essas violências. E não vamos admitir mais um Poder Judiciário, uma delegacia, um Ministério Público, que todas essas instâncias ‘reviolentem’ a gente. Não é mais pra gente passar por esse tipo de situação e isso vai mudar”, defendeu Mariana.

No bate-papo, a advogada esclareceu a polêmica do “estupro culposo” e deu uma breve orientação de como uma vítima pode proceder caso queira denunciar o crime – segundo Mariana, 90% dos crimes não são reportados.

Ela também contou da dificuldade que teve ao prestar queixa de uma violência doméstica vivida na própria pele; analisou as falhas no sistema de atendimento e acolhimento às vítimas, e falou ainda das melhorias necessárias nas políticas públicas, entre outros tópicos.

Participaram desta edição as jornalistas Lourdes Nassif, Patricia Faermann, Tatiane Correia e Cintia Alves.

A entrevista foi gravada no dia 11/11/2020. Estreia no sábado, (14/11), às 20h.

 

Redação

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