Copom corta juros em 0,75 ponto, para 3% ao ano

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Decisão do colegiado do Banco Central foi tomada de maneira unânime, por conta do agravamento da crise gerada pelo coronavírus

Foto: Reprodução

Jornal GGN – O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 3% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime.

A decisão do colegiado já era esperada pelo mercado, embora o corte inicialmente estimado fosse de 0,50 ponto percentual. A medida foi diretamente afetada pelo cenário econômico do país diante da pandemia do coronavírus. “O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021”.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado – “Esse risco se intensifica caso a pandemia provoque aumentos de incerteza e de poupança precaucional e, consequentemente, uma redução da demanda agregada com magnitude ou duração ainda maiores do que as estimadas”.

Por outro lado, políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

“O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, afirma o colegiado.

O Copom ressalta que a conjuntura exige um estimulo monetário “extraordinariamente elevado”, mas reforça que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional. “O Comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, serão decisivas para determinar o prolongamento do estímulo”.

 

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

3 Comentários

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  1. Estamos diante da marcha da insensatez

    Há um risco sistêmico evidente, em função da crise sanitária que está longe ser resolvida e uma total incapacidade das autoridades econômicas em entender o que está acontecendo.
    A próxima reunião será em 16 e 17 de junho, uma eternidade.

    Na atual circunstâncias seria necessário declarar uma reunião extraordinária permanente.
    .

  2. Essa manifestação do COPOM ficará na história como um dos textos mais identificados com o autismo de gestores monetários da era moderna. Parece que os redatores estão em outro planeta. Não têm a mínima percepção do tamanho do problema que existe e existirá no futuro. Como podem insistir nas mesmas teclas de reformas e de disciplina fiscal em meio a uma à tormenta que se vive? Apenas para cumprir tabela? É demais. Primeiro, registram que a trajetória da inflação tem riscos para cima e para baixo. Uma obviedade dispensável. Depois, destacam de forma acanhada, quase aos sussurros, que a inflação pode ficar abaixo da meta se – pasmem! – “caso a pandemia provoque aumentos de incerteza e de poupança precaucional e, consequentemente, uma redução da demanda agregada com magnitude ou duração ainda maiores do que as estimadas”. Depois registram que o estímulo monetário não poderá continuar se – pasmem novamente! –
    “as políticas fiscais de resposta à pandemia piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada…”. E arrematam que, nos futuro, os agentes “podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”. Ou seja, logo ali no futuro próximo o mercado exigirá ganhos adicionais caso contrário fugirão da moeda nacional e daí rebaterá na inflação? Em que mundo estaremos daqui a 6 meses? Qual será o mercado saudável, com dívida pública bonitinha e economia equilibrada? O mercado local viciado em juros extravagantes exigirá sim prêmios e caberá à Autoridade monetária domá-los e não alimentá-los. Escrevam e verão: viveremos o maior período de juros negativos de muitas décadas. Mas, pensar em reconstrução nacional com respaldo nas experiências históricas talvez seja exigir demais e como disse o Barão, “de onde menos se espera é que não vem nada mesmo…”.

  3. Acho que vou recolher meus dólares e investí-los em Dubai and Bombay, take Care, Troubadors!, pois o índice pluviométrico das Aquáridas tá muito baixo, e eu tô cansado de olhar pro leste celeste. O sono, não, o cansaço venceu
    – Lurdes, o ecripe acabou?
    – Não, Januário
    – Oxente, e porque tu entrou antes dele acabar?
    – Eu não aguentava mais
    – Pois reza pra esse menino não nascer preto, porque se ele nascer preto, eu nem vou querer tá na tua pele
    Alguns dias depois, Lurdes dá à luz, lá nas profundezas da selva pré-amazônica, um menino preto
    O pai apenas queria protegê-lo das consequências nefastas do racismo, e a mãe feliz com seu bebê, mas em pouco tempo perdia outro pras estradas da vida nos guetos do mundo
    E o poeta ainda diz que só as mães são felizes. Eu não acredito nele

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