Coronavírus: Luís Roberto Barroso fala das questões econômicas da crise para público da XP

Entre os pontos abordados pelo ministro do STF, estão o tamanho do Estado brasileiro, o prognóstico de recessão e o enfraquecimento do multilateralismo

Jornal GGN – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou de uma live realizada pela XP Investimentos para discutir o papel do Poder Judiciário no cenário atual, mas ele também discutiu as questões econômicas e sanitárias relacionadas à pandemia do coronavírus.

Na visão do ministro do STF, “parece que não há dúvida” que uma recessão mundial virá pela frente. “Há quem fale em depressão e há quem fale que depressão e recessão não são capazes de transmitir com fidelidade o tamanho, a profundidade do buraco em que estamos depois dessa paralisia em geral, em todas as atividades”, pontua Barroso, onde citou o prognóstico feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global, onde sinalizou um decréscimo de 3%.

No caso do Brasil, o ministro do STF ressaltou que o país “já vinha enfrentando a sua própria recessão, e tentando sair da recessão, ainda com um crescimento muito limitado”, e citou a projeção de -5,3% para o PIB brasileiro.

“Nós vivemos esse choque de oferta e esse choque de demanda. As pessoas não estão podendo sair para comprar e não estão podendo produzir”, disse o ministro. “É esperado, infelizmente, quebras em série de empresas que talvez não consigam resistir ao prazo necessário”.

Para Barroso, também existe o risco “em quantidade muito expressiva” do desemprego, uma vez que a crise sanitária decorrente da pandemia global “pega o Brasil em um momento muito difícil, em que o desemprego chegava a cerca de 12%”.

O ministro do STF também abordou o impacto de tal cenário recessivo sobre o Estado brasileiro: para Barroso, a intervenção do Estado em situações como essa é “absolutamente inevitável”, mas o quadro geral para o Brasil não é dos melhores.

“Também aqui, e infelizmente, essa demanda pela atuação econômica e social do Estado nos encontra em estado particularmente endividado, e a agenda governamental do ministro da Economia (Paulo Guedes) era precisamente o oposto: era a redução do Estado que, de fato, o Estado econômico brasileiro, o Estado administrativo brasileiro é grande demais, e custa mais caro do que a sociedade pode sustentar”, disse Barroso.

“Portanto, era muito importante essa política, mas agora ela vai ter que ficar na prateleira porque as demandas são outras. No momento em que nós precisávamos diminuir o gasto público, nós vamos ter de aumentar o gasto público”.

Barroso cita ainda uma conversa que teve com o embaixador Roberto Azevedo, que dirige a Organização Mundial do Comércio (OMC), e cita o temor de “enfraquecimento do multilateralismo”.

“Já havia problemas por causa da liderança do Trump (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos), já havia problemas por causa do Brexit e os países possivelmente começam a tomar medidas nacionalistas, de fechamento de fronteira. Daqui a pouco pode vir a ocorrer protecionismo”, explica Barroso, pontuando um jargão comumente empregado no mercado financeiro: “crises são momentos de oportunidades também”.

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Redação

4 Comentários

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  1. O que um ministro do STF tem de conhecimento para palpitar sobre economia?
    E ainda que o estado é grande e caro?
    Caro são as mordomias, penduricalhos que a casta do judiciário tem…

  2. Já precisava antes, mas nunca o poder e o tamanho do Estado precisaram ser tão grandes. E deveria crescer muito mais até empurrar a privataria para um papel periférico na vida nacional, como é o ideal em qualquer lugar do mundo. Estatizar os bancos seria a medida mais importante de todas.

  3. Recomendo ao asqueroso e filho da puta que peça demissão!!!! O país economizará seu astronômico salário, e sua ilustríssima inutilidade dará sua contribuição!!! Pimeta no cu dos outros é refresco, seu arrombado, seu fdp!!!

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