Coronavírus: Mulher contaminada por nova cepa já tinha anticorpos

Jornal GGN – Uma paciente de 29 anos acometida pelo novo coronavírus no Amazonas já possuía anticorpos para a covid-19 quando recebeu o diagnóstico positivo pela segunda vez.

A revelação consta de estudo elaborado por pesquisadores da Fiocruz, que contou com a participação de pesquisadores da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas e Universidade Federal do Espírito Santo e publicado no site virological.com.

O sequenciamento genético mostra que a reinfecção da paciente se deu com a cepa P1, a nova variante identificada no estado.

A paciente em questão recebeu a confirmação de contágio para a cepa P1 em março, e adoeceu novamente no mês de dezembro. Dias antes, a paciente fez um teste do tipo sorológico, que apresentou resultado de imunidade para a covid-19.

Além disso, o estudo mostra que a jovem não apontou problemas de imunodeficiência. Ou seja, ela não apresentava problemas de saúde que causassem problemas de baixa imunidade.

“Podemos especular que o paciente aqui descrito desenvolveu uma imunidade protetora transitória após a primoinfecção, mas os anticorpos anti-SARS-CoV-2 decaíram substancialmente no momento da reinfecção nove meses depois”, afirma a pesquisa. “No entanto, o teste rápido de IgG positivo obtido apenas oito dias antes do início dos sintomas no segundo episódio sugere que a reinfecção provavelmente ocorreu em face de anticorpos anti-SARS-CoV-2 pré-existentes”.

Segundo o estudo, outra hipótese é que o indivíduo analisado produzia anticorpos totais com baixa potência neutralizante e, portanto, era suscetível a reinfecção com novas variantes virais. “Finalmente, os casos de reinfecção com as linhagens emergentes derivadas de B.1.1.28 (ou seja, P.1 e P.2) detectados aqui e em relatórios anteriores também podem refletir a capacidade do vírus S: K484 de escapar de anticorpos neutralizantes anti-SARS-CoV-2 induzidos durante a primoinfecção com variantes S: E484 que predominaram durante a epidemia de “primeira onda” no Brasil”, aponta a pesquisa.

“Estudos urgentes são necessários para determinar se a reinfecção com linhagens emergentes que abrigam a mutação S: E484K é um fenômeno generalizado ou está limitado a alguns casos esporádicos”, diz a pesquisa. “Também será crucial entender até que ponto a reinfecção contribui para a transmissão direta do SARS-CoV-2 em populações previamente expostas e o número crescente de casos de SARS-CoV-2 observados no Amazonas e outros estados brasileiros durante dezembro de 2020 – janeiro 2021”.

 

Leia Também
Sete morrem no Pará e seis no Amazonas por falta de oxigênio
Desigualdade nas vacinas cria ‘falha moral catastrófica’, diz OMS
“Se a vacina agora é do Brasil, que o presidente defenda”, diz Covas sobre Coronavac
Vacina da J&J gera imunidade duradoura, mostra estudo.
Um em cada mil brasileiros morreu devido ao Coronavírus, por Maitê Ferreira
Redação

Redação

View Comments

Recent Posts

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano

Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…

2 horas ago

Exposição à poluição aumenta o risco de doenças cardíacas em moradores de São Paulo

Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…

3 horas ago

Vídeo mostra a ação da polícia durante abordagem de Tiago Batan

Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…

3 horas ago

Roberto Campos Neto e o terrorismo monetário

É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…

5 horas ago

Museu do Trabalhador: Alfredo Buso conta como foi preso sem cometer crimes

Ex-secretário de obras de SBC, entrevistado da TVGGN anuncia absolvição do caso e lembra os…

5 horas ago

Justiça suspende julgamento de ex-policial que matou tesoureiro do PT

Defesa alega que comarca pode sofrer interferência devido à repercussão do assassinato e da influência…

6 horas ago