De como a ajuda europeia à Ucrania é um presente a Putin

De como a ajuda europeia à Ucrania é um presente a Putin

Este Putin é um gênio de estratégia, gritou o professor Galileu enquanto empinava pipa na Praia do Flamengo. Vejam vocês: sem dar um tiro, ele acabará ficando com a Crimeia, que é o filé mignon do Mar Negro, ao mesmo tempo em que passa o pepino do resto da Ucrania aos europeus e aos Estados Unidos, que terão de pagar com isso.

– Explique melhor, pediu Angeline. Como ele pode sair ganhando se vai entregar a Ucrania?

– É que ele já não tem a Ucrania. E a Ucrania é um tremendo abacaxi social, étnico e econômico. Aquilo se tornou ingovernável, sobretudo depois da derrubada de seu presidente legítimo. O que mais tem lá são neonazistas e ultranacionalistas prontos a virar terroristas. É impossível estabilizar a Ucrania, e os europeus logo verão que o dinheiro enterrado lá (35 bilhões de dólares) entrará por um saco sem fundo.

– É como a Líbia e o Egito, lembrou Simplício. As forças ocidentais entram para supostamente derrubar ditadores e promover a democracia e deixam atrás de si uma terra de ninguém entregue a facções radicais. Na Líbia, estima-se em mais de 300 o número de milícias.

– Mas conte-nos mais sobre a Ucrania, professor Galileu.

– Putin não tem interesse algum em fazer da Ucrania um protetorado. O país está falido e o que tem de indústria sobrevive graças ao gás russo que lhe é vendido de forma subsidiada. É muito mais vantajoso para ele ganhar a Crimeia num plebiscito marcado para o dia 30 e entregar a Ucrania aos cuidados da combalida Europa, ou dos Estados Unidos.

– Imagino que as chancelarias belicistas europeias e americanas corrrem também o risco de virem suas populações se sublevarem contra esse apoio idiota à Ucrania enquanto os próprios países vivem numa crise social e econômica sem precedentes, finalizou Galileu. 

Angeline pegou a agenda vermelha de Simplício e escreveu: A ajuda da Europa Ocidental à Ucrania é a forma mais inteligente que os europeus ocidentais encontraram para fazerem um favor à Rússia.

Redação

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