Eleições no Chile: a corrida por apoio eleitoral no segundo turno
por Maíra Vasconcelos
Especial para o GGN
Os eleitores da candidata de esquerda, Beatriz Sánchez, poderiam chegar a somar entre 12% e 14% dos votos, no primeiro turno das eleições deste domingo, conforme as últimas pesquisas. Estima-se que a maioria dos seus eleitores migrem para votar no candidato da centro-esquerda, Alejandro Guillier, da fórmula Nova Maioria, em eventual ida ao segundo turno, dia 17 de dezembro, com o direitista Sebastián Piñera. No entanto, a coligação Chile Vamos considera possível angariar votos da Frente Ampla.
A direita chilena também espera repetir os números do primeiro turno das eleições de 2009, quando Piñera chegou a 44% para disputar o segundo turno com o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz (entre 1994 e 2000), do Partido Democrata Cristão (PDC), que formava parte da antiga coalizão Concertação de Partidos pela Democracia, ou apenas Concertação, criada logo após a ditadura militar (1973-1990) e que terminou em 2013.
A partir da sua reformulação surgiu a Nova Maioria, atualmente representada pelo governo da presidenta Michelle Bachelet, líder da coalizão, e que agregou três partidos, o Partido Comunista do Chile (PCCh), Esquerda Cidadã (IC) e Mais Região (MAS-R).
Ainda na busca por apoio no segundo turno, existe a expectativa que a direita se desvincule completamente do passado pinochetista e possa abrir espaço a uma coalizão que abrigue partidos e políticos órfãos do centro liberal e um ou outro progressista que possa nesse meio existir.
Por outro lado, Chile Vamos teria assegurado os votos do candidato José Antonio Kast, esse, declarado pró-Pinochet. Calculam que ao redor de 70% do seu eleitorado poderia votar em Piñera. Ainda que discursos extremos têm sido evitados pelo ex-presidente, que busca um tom brando e conciliador, mas nunca longe do mundo empresarial. Assim, certamente, sua tarefa mais difícil será conquistar o voto popular.
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