Eleições venezuelanas enfrentam alegações de fraude

Dolores Guerra
Dolores Guerra é formada em Letras pela USP, foi professora de idiomas e tradutora-intérprete entre Brasil e México por 10 anos, e atualmente transita de carreira, estudando Jornalismo em São Paulo. Colabora com veículos especializados em geopolítica, e é estagiária do Jornal GGN desde março de 2014.

Nicolás Maduro enfrenta acusações de irregularidades e bloqueios eleitorais, provocando uma reação internacional e protestos em Buenos Aires

Nicolás Maduro enfrenta acusações de irregularidades e bloqueios eleitorais, provocando uma reação internacional e protestos em Buenos Aires.
Foto: Getty Images

No último domingo (28), a Venezuela realizou suas eleições presidenciais, mas o processo tem sido alvo de críticas e pedidos de transparência por parte de vários países latino-americanos. Argentina, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai expressaram preocupações sobre a legitimidade dos resultados, alegando suspeitas de fraude orquestrada pelo governo de Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro, que está à frente do governo venezuelano há 11 anos após o falecimento de Hugo Chávez, foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 51,20% dos votos, com 80% das urnas apuradas. No entanto, o resultado tem sido amplamente contestado.

A oposição venezuelana, liderada por Edmundo González e pela Plataforma Unitaria Democrática (PUD), questionou a validade das eleições, alegando irregularidades e falta de transparência no processo. Os líderes opositores têm exigido uma revisão detalhada dos votos e uma investigação imparcial das denúncias de fraude. González teria ficado com 44,2% dos votos de acordo com o CNE.

“Não descansaremos até que a vontade do povo de Venezuela seja respeitada”, afirmou Edmundo González Urrutia ao lado de María Corina Machado, a quem substituiu na corrida eleitoral deste ano. Urrutia declarou que o resultado havia sido anunciado antes mesmo de que todas as atas fossem apresentadas. 

Diante das acusações internacionais de irregularidades no processo eleitoral venezuelano do fim de semana, a chancelaria do país emitiu comunicado apontando tais declarações como uma “operação de intervenção” que afetaria o direito de autodeterminação e soberania da Venezuela.

Cerca de 21,3 milhões de venezuelanos dentro do país estavam aptos a votar, conforme dados do Observatório Eleitoral Venezuelano (OEV). No entanto, foi reportado que as autoridades venezuelanas criaram obstáculos para que cidadãos residentes no exterior participassem do pleito. Dos aproximadamente 8 milhões de venezuelanos em situação de refúgio, segundo a Agência da ONU para Refugiados, apenas 69 mil puderam votar, conforme informações do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Aos gritos de “fraude”, uma manifestação ocorreu em frente à embaixada de Venezuela em Buenos Aires, Argentina, após o anúncio da  vitória de Maduro. O governo de Caracas acusou ao presidente argentino, Javier Milei,  por incentivar tais manifestações. Após o anúncio dos resultados das eleições, Milei declarou que seu país não irá reconhecer “outra fraude” e que Argentina “espera que as Forças Armadas esta vez defendam a democracia e a vontade popular”. 



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