Lava Jato investiga suspeita de proteção a Queiroz por parte da PF e MP

Apuração chega a doleiro Dario Nasser, mas ainda não se aproxima de Fabrício Queiroz – que segue com “capital político”

Jornal GGN – As investigações da operação Lava Jato no Rio de Janeiro chegaram a uma nova fase com a apuração de uma eventual proteção por parte da Polícia Federal e o Ministério Público ao doleiro Dario Messer, que é acusado de comandar uma rede de operadores que lavou US$ 1,65 bilhão (aproximadamente R$ 6,4 bilhões) para corrupções.

Informações publicadas no site UOL mostram que o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) convocou Messer a depor na sede do órgão no último dia 8.

Depoimentos de dois operadores em delação premiada mostram que foram feitos pagamentos de US$ 50 mil por mês (mais de R$ 200 mil, na cotação atual) entre 2005 e 2013 para que ele fosse protegido de operações da PF e do MP, mas não se sabe que delegacias ou órgãos do MP protegeram o doleiro e nem citaram casos em que essa proteção ocorreu.

Em busca de informações adicionais, entretanto, o procurador da República Almir Teubl Sanches, que integra a força-tarefa da Lava Jato no Rio, chamou Messer a falar para obter mais informações.

O doleiro foi questionado se a tal taxa de proteção realmente existiu e se foi destinada a alguma autoridade pública, mas o conteúdo de seu depoimento foi mantido sob sigilo.

Sanches também participou da investigação que culminou na prisão de funcionários da Receita Federal no último dia 2, entre eles o supervisor de programação da Receita Federal para a Lava Jato, Marco Aurélio Canal.

E o Queiroz?

Em meio a esse caso, um ponto ainda permanece em aberto: onde está o ex-policial Fabricio Queiroz? Embora tenha sido exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa fluminense há oito meses, ele segue como peça importante no que se refere a nomeações no Legislativo, inclusive dando caminhos para realizar indicações políticas em gabinetes de parlamentares.

O próprio Queiroz admitiu ao jornal O Globo que manteve sua influência por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.

Em áudio divulgado pelo jornal, o ex-assessor sugere que as indicações poderiam ser feitas por meio de comissões ou gabinetes de outros deputados e senadores, e não só em cargos vinculados à família Bolsonaro. Por outro lado, o senador e filho do presidente Jair Bolsonaro nega que tenha aceitado indicações do ex-assessor e que mantenha contato com ele.

O Ministério Público do Rio de Janeiro o investiga pela prática da “rachadinha”, onde os servidores comissionados devolvem uma parte dos salários. Enquanto esteve no gabinete de Flávio Bolsonaro, entre os anos de 2007 e 2018, Queiroz colocou sete parentes na estrutura pública.

O mesmo procurador deveria investigar por que Queiroz foi protegido pelas autoridades desde janeiro de 2018, quando o relatório fatiado do COAF, no valor de R$1,2 milhão, chegou ao conhecimento do Ministério Público.

Questões até hoje não explicadas pelas autoridades do COAF, polícia federal e Ministério público:

1 – quem mandou colocar apenas 1,2 milhão no relatório, referente a um ano, se o valor real era de 7 milhões, referente a três anos, uma vez que esse é o padrão normal dos relatórios COAF

2 – por que nenhuma autoridade tomou qualquer providência em relação a isso durante todo o ano de 2018?

3 – Sabiam que Queiroz era o tesoureiro dos Bolsonaro e não queriam prejudicar a campanha deles?

4 – por que Queiroz não foi alvo da operação Furna da Onça, com essa movimentação de 7 milhões em suas contas? (Outros alvos da Operação tiveram movimentação menor)

5 – quem ainda hoje determina que nada seja feito em relação ao Queiroz?

6 – até quando as autoridades competentes ficarão inertes em relação ao caso?

Redação

6 Comentários

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  1. SUSPEITA? SERIO? NOSSA EU NUNCA IMAGINARIA UMA COISA DESSA VINDO DE SERGIO MORO MINISTRO DA JUSTIÇA? AQUELE EX – JUIZ QUE VIROU MINISTRO DE UM PRESIDENTE ENVOLVIDO ATÉ OS CÍLIOS COM MILICIANOS NO BRASIL TODO. HUMM, BEM QUE EU JÁ TINHA DESCONFIADO DEPOIS DAS CONVERSAS DA VAZA JATO, UM EX- JUIZ QUE AGORA É SÓ CAPACHO DE PROJETO MAL ACABADO
    DE PRESIDENTE.

  2. Tudo tem limites até lamaçal. Estão jogando alto com a impunidade branca de cartola, toga e farda só esqueceram da lei do retorno que tem vindo a jato e com potencia ao cubo.

  3. Relembrando:

    Sergio Moro EXIGIU anexacao de prova de corrupcao de coisa como 80 mil reais em um processo para que o pudesse EXTINGUIR. E extinguiu o processo mesmo.

    A operacao LavaBunda ja nao me interessa por ser corrupta.

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