Médico nega “milagre da cloroquina” relatado por Damares após viagem ao Piauí

"Aqui, o protocolo clínico até colocava cloroquina na fase dois, mas ela não teve nenhum efeito benéfico", disse

Jornal GGN – Justino Moreira, diretor do hospital Tibério Nunes (em Floriano/Piauí), que Damares Alves foi visitar nesta semana, desmentiu que a cloroquina é um “milagre” contra o coronavírus, como narrou a ministra de Direitos Humanos em suas redes sociais.

Segundo reportagem do UOL, são alguns os casos em que o protocolo usado no Hospital, de remediar logo no início dos sintomas – como faz a Prevent Senior, em SP – está dando bons resultados. Mas não há porque se falar em “milagre”.

“Acho que fui mal interpretado. Eu não disse que a cloroquina, a hidroxicloroquina servisse. A gente até usa, em nível de atenção básica, numa fase precoce aqui no município. Com 48 horas de sintomas, o município usa cloroquina, azitromicina. Porém, isso não tem dado resultados, não se enxergam ainda resultados”, disse.

O tratamento nas primeiras 48 horas de manifestação dos sintomas é a fase 1. Na fase 2, quando já há sinais de inflamação, falta de ar e outros sintomas respiratórios mais fortes, a droga principal são os corticóides, que ajudam a evitar que o caso evolua e necessite de UTI.

“Aqui, o protocolo clínico até colocava cloroquina na fase dois, mas ela não teve nenhum efeito benéfico. Então se antecipou para fazer uso dela no início de sintomas na esperança realmente que ela ajudasse a pessoa a modular uma resposta inflamatória”, explicou o médico.

Justino comentou que recebeu o chamado “protocolo de Madri” da médica brasileira Marina Bucar, que tem família na cidade do Piauí, mas atua na Espanha durante a pandemia de coronavírus. “Eles acertaram esse protocolo quase no final da pandemia deles, e reduziram a mortalidade de de 20% para em torno de 1% a 2%”, relatou ao UOL.

O que é o “protocolo de Madri”, o “milagre da cloroquina” que Damares quer no Brasil inteiro

 

Redação

6 Comentários

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  1. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/05/e-fake-que-e-a-cloroquina-que-cura-diz-coordenador-de-hospital-em-que-damares-buscou-protocolo-para-coronavirus.shtml

    É fake que é a cloroquina que cura, diz coordenador de hospital em que Damares buscou protocolo para coronavírus
    O diferencial, diz ele, é a prescrição de corticoide e anticoagulante em pacientes que chegam à internação, evitando a UTI

    Mesmo sem qualquer capacitação técnica ou responsabilidade formal por assuntos da Saúde, Damares Alves (Direitos Humanos) pegou um avião às 5h da manhã desta quinta (14) para Floriano (PI), a 240 km de Teresina.
    O motivo: a fixação de Jair Bolsonaro pela cloroquina. O medicamento foi ministrado a pacientes da cidade na fase inicial. O coordenador técnico do hospital regional, Justino Moreira, afirmou, porém, que é “fake” atribuir ao remédio o êxito no resultado de 20 pacientes.

    O diferencial, diz ele, é a prescrição de corticoide e anticoagulante em pacientes que chegam à internação, evitando a UTI.

    “Antes, a gente usava só a cloroquina na segunda fase [de internação], não adiantava, não. A pessoa evoluía mal e morria. Possivelmente, não é a cloroquina a responsável pelo resultado. Na fase grave, ela é insignificante, mas talvez na fase precoce ajude o organismo a se defender”, afirma Moreira.

    “O tratamento é efetivo, porque o paciente melhora rápido. Mas não é a cloroquina que está resolvendo o problema, isso é fake. Na verdade pegaram uma parte do protocolo e disseram que é a cloroquina, mas não é”, diz o médico. O hospital tem recebido pacientes do MA e do PA.

    Na visita, Damares defendeu enfaticamente o medicamento (veja mais aqui).

    Pelo protocolo de Floriano, na primeira fase da doença, a dos primeiros sintomas, como febre e tosse, o paciente é medicado com hidroxicloroquina e azitromicina.

    No sétimo dia, os pacientes são submetidos à tomografia para saber como chegam à segunda etapa e, se for o caso, já começam a receber corticóides e anticoagulantes. No protocolo atual, esses medicamentos só entrariam em ação com o paciente já intubado, na UTI.

    “Aqui a gente é mais agressivo ao vasculhar o doente, fazendo tomografia após o sétimo dia para ver as lesões. Essa lesão a gente ataca com corticóide e aí ela murcha, por exemplo, de 15% vai para 5%, de 50% vai para 30%. Já é suficiente para não precisar mais de oxigênio ou dar alta ao paciente”.

    A comunidade médica está dividida sobre a cloroquina à espera de mais testes devido aos efeitos adversos, principalmente em pacientes com problemas cardíacos.

    Moreira afirma, contudo, que doentes da Covid-19 com problemas no coração não são tratados com cloroquina em Floriano. O tratamento foi iniciado há 15 dias na cidade. Foi trazido da Espanha, onde a médica piauiense Marina Bucar Barjud trabalha e participa do atendimento a doentes.

    Apesar de acreditar na eficácia do tratamento, Moreira não é crítico do isolamento social. Segundo ele, os 45 dias de distanciamento social foram importantes para ajudar os médicos a entenderem a doença sem a superlotação nos hospitais.

    “Fizemos um trabalho muito precoce de uso de máscaras, supermercados e serviços essenciais tinham que limitar o número de clientes, e a educação sanitária foi reforçada. Tudo isso no começo de março”, afirma.

  2. Eles estão desesperados não para salvar vidas, mas para não largar o osso. Para não largar o isso, eles têm que condenar as pessoas e salvar a economia. Eis a causa do desespero dos Bolsobostas

  3. Provavelmente na viagem ela e comitiva usaram avião da fab, ou quanto menos os contribuintes pagaram o tour para os Antony Fauci tupiniquins verificarem em loco os laudos técnicos científicos desta “pesquisa”.
    O Clube de Roma recomendava a educação permanente a todo ser nascido para evitar o recuo da civilização e as crendices da idade media ou anteriores.

  4. Aos da área, para que confirmem se é verdade ou não…
    desconfia-se que o uso imediato de cloroquina, fora dos casos graves, prejudica ou interfere na reação natural do sistema imunológico do paciente, levando a uma super reação muito perigosa para o coração

  5. Francamente isso já passou de todos os limites morais e já é crime, assassinato e tortura.
    Esse quadrilha que quer impor a cloroquina contra toda a ciência, tem que ser levada às barras dos tribunais e ser presa acusada de tentativa de genocídio.
    Na minha visão isso representa interesses escusos de ganhar muito dinheiro, enterrando o produto do seu crime.
    Acorda, povo do Basil!
    Antes que matem a todos nós.

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