Jornal GGN – Michelle Bolsonaro usa recursos do programa Pátria Voluntária, liderado por ela, para beneficiar instituições evangélicas sugeridas pela pastora-ministra Damares Alves.
Entre elas, AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que possui o mesmo endereço de registro da ONG Atini, fundada por Damares em 2006 e onde a ministra atuou até 2015.
A AMTB recebeu 240 mil reais. As informações são da Folha de S. Paulo. O jornal esteve no endereço da AMTB e descobriu que ali, na verdade, funciona um restaurante.
O Pátria Voluntária, por meio do projeto Arrecadação Solidária, arrecada recursos entre empresas privadas e repassa para ONGs e outras instituições.
Outras duas organizações ligadas à AMTB também receberam doações sem concorrência pública: o Instituto Missional (391 mil reais) e o Serviço Integrado de Missões (10 mil reais).
O Instituto Missional é dirigido por um empresário que aparece em fotos confraternizando com Damares.
O próprio secretário Nacional dos Direitos da Criança, Maurício Cunha, dirige uma ONG (Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral) que também é afiliada à AMTB.
“A ata de uma reunião do programa, obtida pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação, mostra que Damares apresentou o nome da AMTB para receber os recursos do programa de Michelle”, diz Folha.
A Fundação do Banco do Brasil, que recebe a prestação de contas das ONGs beneficiadas, chegou a afirmar na mesma reunião que a AMTB não poderia receber recursos do Pátria Voluntária por causa de seu “caráter religioso”. Mas a pasta de Damares alegou que em “ações emergenciais”, como distribuição de cesta básica na pandemia, caberia a exceção.
Folha disse que acompanhou a distribuição de cestas básicas pelo Instituto Missional e foram os pastores que escolheram quem iria receber o alimento.
Procurada, Damares respondeu por meio de assessoria que a AMTB “é uma entidade que reúne mais de 50 instituições com capilaridade em todo o território nacional para apoiar as ações do programa Pátria Voluntária”.
É por meio dessas instituições que Damares também faz o atendimento “aos povos indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas”.
Já a AMTB disse que não tem endereço físico, só “fiscal”, e que “a operação está dividida entre Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, porque a nossa equipe está espalhada”. Além disso, a AMTB não foi beneficiada pelo Pátria Voluntária, “mas executora de uma ação”.
A Atini, fundada por Damares, disse que não tem qualquer vínculo com a AMTB, “tendo apenas dividido espaço de trabalho”.
O Pátria Voluntária já arrecadou R$ 10,9 milhões em doações.
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É dando que se recebe. Isto é biblico.
E ficam criticando os 80mil que, como podemos constatar, se multiplicou em favor das comunidades ribeirinhas e afins.
Nao entendo pq não eliminam os intermediarios. Mas tudo bem: são “cristãos”. Todos do “bem”…