Moraes encaminha impeachment de ministro da Defesa à PGR

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em nota, ministro da Defesa disse que não se negava "existência de fraude" nas urnas

Ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, em reunião com oficiais do Exército (Foto: Ministério da Defesa).
Ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, em reunião com oficiais do Exército (Foto: Ministério da Defesa).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou o pedido de impeachment do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O pedido de afastamento de Nogueira tem como base a incitação do ministro da Defesa, na mesma linha do próprio presidente Jair Bolsonaro, na contestação e questionamento do processo eleitoral brasileiro, dentro da ação sobre milícias digitais.

O impeachment partiu de um pedido do deputado federal Marcelo Calero (PSD-RJ). Moraes, que é o ministro relator deste processo no Supremo, encaminhou o pedido à PGR e deu o prazo de 5 dias para que o órgão se manifeste.

Nota das Forças Armadas

O pedido não é isolado do deputado. Nesta quarta (16), advogados também acionaram a Suprema Corte pedindo o impeachment de Nogueira, após a divulgação da nota das Forças Armadas que afirma que o relatório divulgado na semana passada, que não via irregularidades e confirmava os resultados das eleições, “não exclui a possibilidade da existência de fraude” nas urnas.

Na quinta passada, a nota da Defesa dizia que o relatório dos militares “embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

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Após a divulgação da resposta, diversos protestos e manifestações golpistas pró-Bolsonaro foram incitados nas ruas naquela semana.

“Essa hostilização leviana contra o trabalho desempenhado pelo Tribunal Superior Eleitoral configura crime de responsabilidade contra os direitos políticos. Infelizmente, não é de hoje que integrantes do comando das Forças Armadas Brasileiras colocam em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, base da democracia do país”, dizia a petição dos advogados.

No mesmo dia, o deputado Calero também solicitou o afastamento do ministro da Defesa junto ao STF.

“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação quanto ao requerimento formulado pelo Deputado Federal Marcelo Calero, no prazo de 5 (cinco) dias”, decidiu o ministro Alexandre de Moraes, nesta quarta.

4 Comentários

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  1. cadeia nestes parasitas militares

    eles não tem nada de entrar na politica

    eles tem que pedir desculpas ao povo brasileiro ditadura nunca mais

  2. Qual “ação sobre milícias digitais”!? É público o processo? O Jornalista que escreveu essa matéria apurou ao menos o nº do Processo? Sabe se é público?

  3. Perfeito. Parabéns ao deputado Marcelo calero. É um alívio escutar alguém capaz de enfrentar esses oportunistas que se utilizam das fardas para nos ameaçar. É nojento assistir tantos generais ameaçadores.

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