Moro sabia desde janeiro que Bolsonaro queria o amigo de Carlos na PF

Jornal GGN – Sergio Moro sabia, pelo menos desde janeiro de 2020, que Jair Bolsonaro planejava colocar o delegado Alexandre Ramagem, amigo pessoal de Carlos Bolsonaro, no comando da Polícia Federal.

Mas o ex-juiz apenas insurgiu-se e revelou as intenções do chefe à imprensa em 24 de abril, quando pediu demissão depois de não ter conseguido emplacar um nome de sua escolha na diretoria-geral da PF.

Confira os trechos selecionados pelo GGN:

QUE o assunto [a saída de Marcelo Valeixo do comando da Polícia Federal] retornou com força em janeiro de 2020, quando o Presidente disse ao Declarante [Moro] que gostaria de nomear ALEXANDRE RAMAGEM no cargo de Diretor Geral da Polícia Federal e VALEIXO iria, então, para uma Adidância;

General Heleno estava presente.

QUE pensou em concordar para evitar um conflito desnecessário, mas que chegou à conclusão que não poderia trocar o Diretor Geral sem que houvesse uma causa e que como RAMAGEM tinha ligações próximas com a família do Presidente isso afetaria a credibilidade da Polícia Federal e do próprio Governo, prejudicando até o Presidente;

os motivos pelos quais o Presidente queria substituir VALEIXO por RAMAGEM devem ser indagados ao Presidente

QUE o presidente chegou a sugerir dois outros nomes para Diretor Geral da Polícia Federal, ao invés de RAMAGEM, mas que os nomes não tinham a qualificação necessária, segundo a opinião do Declarante

QUE os dois outros nomes eram ANDERSON TORRES e CARRIJO e ambos não tinham história profissional na Polícia Federal que os habilitassem ao cargo, além de também serem próximos à família do presidente

QUE, ainda em janeiro, o Declarante sugeriu dois nomes para o Presidente, FABIANO BORDIGNON e DISNEY ROSSETI para substituir VALEIXO

Leia mais: Moro saiu do governo humilhado por Bolsonaro, é o que mostra documento

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

View Comments

  • A busilis da questão: A CAUSA da substituição do superintendente do RJ; ele sabe, mas não fala porque tem medo. E se não sabe, é muito burro.

Recent Posts

Roberto Jefferson deve voltar à prisão após informe de hospital

Internado desde 2023, o ex-deputado apresenta quadro estável para receber alta; Alexandre de Moraes manteve…

7 horas ago

Lula lembra trabalho da Embrapa na luta contra a fome

Presidente esteve em evento que marcou aniversário de 51 anos de fundação da empresa de…

8 horas ago

Embrapa celebra aniversário fechando acordos estratégicos

Termos de cooperação englobam participação de ministérios e instituições para desenvolver projetos em torno do…

9 horas ago

O legado de 50 anos da Revolução dos Cravos que o partido Chega quer enterrar em Portugal

Arcary explica a "embriaguez social e política que deixa o mundo completamente fascinado" trazida pela…

10 horas ago

Análise: Pagamento de dividendos da Petrobras é vitória do mercado

Valor distribuído pela estatal só não é maior do que o montante pago durante o…

10 horas ago

Reforma tributária: governo define alíquotas e propõe cashback para mais pobres

Fazenda prevê IVA de 26,5% sobre produtos e serviços, exceto os alimentos da cesta básica;…

10 horas ago