Moro se cala sobre relatório da Coaf contra assessores e família Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: AFP
 
Jornal GGN – A posição do futuro ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, era de carregar a bandeira “contra a corrupção” da Operação Lava Jato ao Executivo. Foi esse o motivo alegado pelo até então magistrado de Curitiba para aceitar o posto no governo do PSL. Mas ao ser questionado sobre as suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) contra o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e ex-secretária de Jair Bolsonaro, Moro se eximiu de responder.
 
Na primeira acusação contra indicados por Jair Bolsonaro a ocupar o governo, assim como ele, Sérgio Moro defendeu que os ministros sejam afastados apenas na condição de “denúncias consistentes”. “Tem que ser avaliado. Defendo que em caso de corrupção se analise as provas e faça um juízo de consistência”, afirmou, logo que aceitou assumir o cargo da Justiça.
 
A conversa de Bolsonaro, que não exigiu muitas visitas ao juiz enquanto ainda o candidato eleito do PSL estava em campanha eleitoral, teria sido acordada com o seguinte teor: caso algum ministro ou membro do governo seja acusado de corrupção, Moro poderia opinar pela exoneração do denunciado.
 
“Eu não assumiria o papel de ministro da Justiça com o risco de comprometer a minha biografia, o meu histórico. Isso foi objeto de discussão e a afirmação do presidente eleito é que ninguém seria protegido se surgissem casos de corrupção”, explicou Moro, ainda no início do mês passado.
 
Mas a suspeita de agora recai diretamente na família do presidenciável: o Coaf identificou uma movimentação classificada como “atípica” de R$ 1,2 milhão em uma conta do ex-assessor e policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e tendo como um dos beneficiários a primeira-dama Michelle Bolsonaro. 
 
Ainda, de acordo com mais informações divulgadas hoje com base nesse relatório do Conselho, Nathalia Melo de Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, também estaria envolvida em movimentações financeiras “atípicas”. Até o mês passado, Nathalia  era assessora direta do então deputado e agora futuro presidente Jair Bolsonaro.
 
Assim, não somente o assessor do filho e a esposa de Bolsonaro estariam envolvidos nas suspeitas do Coaf, como também a assessora direta do ex-deputado, o presidente eleito.
 
Da mesma forma como questionaram Sérgio Moro sobre ministros alvos de acusações, jornalistas perguntaram ao futuro ministro da Justiça o seu posicionamento sobre as recentes acusações, com dados de peso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.
 
Sérgio Moro falava à imprensa na tarde de hoje (07) sobre novos indicados para a sua equipe de governo, incluindo o policial rodoviário federal Adriano Marcos Furtado para o cargo de chefe da Polícia Rodoviária, e o advogado Luciano Benetti Timm para a Secretaria Nacional do Consumidor. Preferiu ignorar a pergunta dos jornalistas e não comentou nada.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. DEVIAM PERGUNTAR A ELE SOBRE SABOTAGEM NO AVIÃO DO TEORI

    AFINAL, QUEM TINHA TODOS OS MOTIVOS DO MUNDO PARA NÃO VIR A LEVAR UM NOVO PUXÃO DE ORELHAS DO MINISTRO TEORI?    AFINAL, SE MORO JÁ TINHA LEVADO UM PUXÃO DE ORELHAS POR TER GRAVADO CRIMINOSAMENTE, SEGUNDO TEORI, CONVERSA TELEFONICA ENTRE DILMA E LULA, NÃO PODERIA JAMAIS LEVAR OUTRO PUXÃO DE ORELHAS POIS ISSO CORRESPONDERIA A SER AFASTADO DO CASO LULA NA LAVA JATO.    AFINAL PARACONSEGUIR CONDENAR LULA SEM PROVAS, ELE TERIA QUE CONTINUAR AGINDO CRIMINOSAMENTE EM DESRESPEITO AS LEIS QUE REGULAM QUESTÕES PENAIS…….AFINAL ATÉ A INTERPOL, AINDA NESTE ANO DE 2018 JÁ QUESTIONOU A CONDUTA CRIMINOSA DE MORO……….E DAÍ QUE, PARA PODER CONDENAR O LULA, ELE TERIA QUE CONTINUAR AGINDO SOB RISCO DE LEVAR NOVO PUXÃO DE ORELHAS       E ENTÃO O “ACIDENTE” COM O AVIÃO FOI MUITO PROVIDENCIAL…….LIBEROU GERAL PARA MORO, POIS O CAFAJESTE QUE ENTROU NO LUGAR DO TEORI JOGA NO TIME MORISTA……….E AFINAL O DALAGNOL NOS ENSINOU QUE NÃO É PRECISO TERMOS PROVA MAS DEVEMOS TER CONVICÇÃO…….REPITO    C O N V I C Ç A O     DE QUE MORO DEU UM JEITINHO DE MANDAR O TEORI PRO INFERNO MAIS CEDO…….E AFINAL UMA HORA QUALQUER UM JORNALISMO INVESTIGATIVO VAI ACABAR DESCOVBRINDO QUE O “ACIDENTE” NÃO PASSOU  DE UMA MARACUTAIA PARA QUE O AVIÃO CAISSE………

  2. Será que foi para financiamento ilicito de campanha?
    A omissao do $ergio Moro deve ser motivada pelo fato desse fortuna ter sido nao para enriquecimento ilicito, mas para financiamento ilicito de campanha

  3. Juizeco

     “Tem que ser avaliado. Defendo que em caso de corrupção se ANALISE as provas e faça um juízo de consistência”. O Juizeco não Acerta nem na Política, nem na Gramática Portuguesa (Erro na Conjugação Verbal se a frase acima é de sua autoria).

  4. Já venho falando isso faz um

    Já venho falando isso faz um tempo… é só peitar essa gente que se borram.

    Bolsonaro tem medo de debate, o Onyx foge de jornalistas e esse juizeco, se falar mais grosso com ele, é capaz de se mijar.

    Essa direita chucra no Brasil só cresceu porque a esquerda nunca peitou eles.

  5. Contagem Regressiva 04

    FALTAM APENAS 22 (vinte e dois) DIAS PARA SE INTALAR A DESGRAÇA NACIONAL!

    Nassif: não é de hoje (nem de ontem) que recomendo buscar-se no BANESTADO a desconstrução da Nação. Talvez as buscas deveriam começar dos bancos escolares. A figura de Savonarola dos Pinhas, agora metamorfeado em EliotNessTupiniquim, parece ter o perfil ideal para a implosão. Como naqueles desmontes de carros, enrustidos, onde certas quadrilhas levam o veículo e entregam para um “agente” depenar e distribuir as peças como “certinhas”. O Hôme, diga-se, foi perfeito na armação. Seus dois herois podem ter sido o Morcegão e aquele ex do Çupremu, no tempo do governo Collor. Do primeiro, buscou enquadrar o SapoBarbudo, nos moldes que sonhavam os verdeolivas e o bando do Príncipe de Paris. Do segundo, estamos assistindo o coroamento da movimentação política-judicial.

    Que os repórteres investigativos vasculhem tudo. Não há crime perfeito. Desde Cascavel (PR). Talvez um pouco antes. Amigos, parentes, amigos dos amigos. Ligações com empresas. Trato com criminosos (judicialmente falando). O agente público (e político) pode e deve ter sua vida investigada. Neste caso, evidentemente, com o risco de ser perseguido, agora que a (in)Justiça está em suas mãos. Ou até eliminado, dependendo do que conseguir descobrir. A “indústria da delação” seria um bom começo. Paraísos fiscais, também.

    Se antes de assumir já está “enrustindo” o cumprimento da Justiça e da Lei, imagine depois do dia 2 de janeiro…

  6. Nós, o povo

    Nós, o povo que sustenta este circo, perguntamos ao General Mourâo, Maçon de alto grau,   ” homem íntegro e de moral ímpar “,  ( ao menos segundo dizem ….)  como o Sr. vê esta bandalheira ? 

    Seria esta a Nova Ordem, cantada em prosa e verso pela Lava-Jato , como ” a Restauraçâo Moral da Naçâo ” ? 

    Poderíamos nós  interpretar o silêncio de Moro como sendo a omissão dos covardes  e hipócritas, já  empenhado  ” em manter nas sombras  o que fazem os governantes ”  ( como ele mesmo disse quando justificou a divulgaçâo do grampo envolvendo Dilma / Lula )  ? 

     Seria muito mais honrado e respeitoso, o STF , os verde-oliva, O Sr. e seus pares Maçons admitirem :  foi tudo a velha e antiga Luta pelo Poder, todos empenhados em acabar com o projeto de Brasil justo, independente e solidário PARA TODOS . Preferem um Brasil agachado,  PARA POUCOS ( os de sempre ) , alinhado incondicional do decadente Donald Trump?

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