“Não tenho nada a ver com isso”, diz Bolsonaro sobre operação contra Flávio

Questionado sobre possível perseguição contra seu filho, líder do executivo chegou envolver o governador Wilson Witzel

Foto: Evaristo Sa/ AFP

Jornal GGN – Em mais uma tentativa para se esquivar de assuntos sobre investigações que envolvem sua figura e de seus familiares, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desconversou sobre operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) realizada na quinta-feira, 18 de dezembro, que envolve o seu filho e senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ).

Ao sair do Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, 19 de dezembro, Bolsonaro chegou a recusar se manifestar sobre o assunto e declarou não ter ‘nada a ver’ com as suspeitas sobre seu filho. 

“O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso”, disse o mandatário. 

A operação tem como base as suspeitas sobre Fabrício Queiroz, policial militar aposentado e ex-assessor de Flávio. O caso veio à público há um ano e investiga possível esquema de rachadinha – quando funcionários devolvem parte do salário – no gabinete de Flávio, quando era deputado estadual do Rio de Janeiro. 

Nesta quinta-feira, o MP esteve em endereços ligados a Queiroz e a Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro, na busca de esclarecer se Flávio recebeu parte dos salários de seus funcionários por meio do ex-assessor. Se confirmada as suspeitas, Flávio e os envolvidos no caso podem ser acusados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

Durante a entrevista nesta sexta-feira, Jair Bolsonaro chegou recomendar que a imprensa procure o seu advogado Frederick Wassef, que também representa o filho, para esclarecimentos sobre o caso. 

Ao ser questionado se havia perseguição do MP-RJ contra Flávio, o líder do executivo citou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, insinuando seu poder sobre o órgão estadual. 

Segundo ele, a ‘inteligência’ (Agência Brasileira de Inteligência) do governo identificou uma gravação que tentou relacioná-lo a milícias. “Vocês sabem o caso Witzel, que foi amplamente divulgado. A inteligência levantou. Já foram gravadas conversas de dois marginais usando meu nome para dizer que sou miliciano”, disse.

Bolsonaro também chegou a se defender sobre acusações que envolvem seu nome, por exemplo, quando foi acusado de racismo em inquérito arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ou sobre depoimento do porteiro que citou seu nome no inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). 

Para ele, essas e outras acusações foram “injustas”. 

Redação

6 Comentários

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  1. Deve ter muito a ver com isto. Nas quase 3 décadas de inútil (para o povo) trabalho parlamentar, o então deputado só fez honrar os mal feitos de outros e colocar os filhos na política, para seguirem o mesmo esquema de “dar filet mignon” para os seus. Tem o que temer (e deve) e com muita oposição política, só vão esperar a virada do ano para que as cargas voltem contra si. O próprio passado os condena.

  2. 01, 02 e 03 são crias de 00, inclusive na política. Ou não são? Ipso factu, inegável.
    Queiroz é tocaio de 00, também, ipso factu e, também, inegável.
    00 está na ativa, no legislativo, há quase trinta anos, quando 01 ainda estava no ensino fundamental.
    Então pergunta-se, o que se vê no gabinete de 01, não seria apenas a continuidade do que teria havido no gabinete de 00?
    E, por fim, já passou a hora da esquerda parar de usar termos como “rachadinha”, que distorce disfarçando os possíveis crimes cuja denominação é avassaladora: corrupção, peculato, concussão, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e formação de quadrilha.
    Sem esquecer de ir devagar com o andar porque o santo é de barro. Vamos aguardar o devido processo legal para dar o crime como consumado e os culpados devidamente condenados. Não à moda Moro, é claro. Mas que a convicção é forte, é.

  3. Acho que a Madre Teresa de Calcutá, e não o Bolsonaro, tem tudo a ver com o “Rachid” do Flávio Bolsonaro. A propósito, o Queiroz depositou dinheiro na conta bancária da referida Madre.

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