E AGORA?.. no apocalíptico fiapo do tempo da remissão.

Fica cada dia mais patente o brutal equívoco (senão a má fé) daqueles que bradaram pela queda de Dilma Rousseff, apoiaram o vilipêndio institucional contra a democracia, o assalto ao sufrágio e a afronta à Constituição, e que agora simplesmente se calam e cruzam os braços ante o descalabro total. Contudo, ainda podem mudar de atitude e tentar se redimir.

A bronca em nada se refere aos críticos, adversários ou apoiadores do governo de Dilma, mas sim aos que não valorizam a democracia e endossaram a sua interdição. Tanto é que a luta contra o golpe (a farsa grotesca e criminosa do impeachment sem crime de responsabilidade) reuniu inclusive várias pessoas públicas que eram declaradamente críticas ao governo Dilma, a exemplo dos atores Wagner Moura e Letícia Sabatella, que nem nela votaram, e até opositores políticos, tais como os deputados Marcelo Freixo e Jean Wyllys, e os senadores Randolfe Rodrigues e Lídice da Mata. Ser adversário de um governo legitimamente eleito não autoriza ninguém a preconizar atalhos e ser inimigo da democracia. Neste sentido, a defesa escancarada de um golpe contra a democracia já é, per si, uma violência, uma violência brutal e inaceitável. 

O descalabro total ao qual me refiro se concretiza na entrega do pré-sal, no desmonte da Petrobras, na entrega da Base de Alcântara, na entrega de grandes extensões de terras férteis e mananciais de água para estrangeiros, no ataque aos direitos indígenas e das comunidades tradicionais, no desmonte da legislação ambiental, nos ataques sistemáticos à soberania nacional, nas sociopatias tele-inoculadas (transformadas em epidemias de ódio e fascismo), no colapso da segurança pública, na destruição da educação pública, na destruição do SUS e do SUAS, no desmonte do Estado e de direitos sociais e trabalhistas, no fim da aposentadoria e da CLT, na erosão do poder aquisitivo do salário mínimo, no aporte de benesses absurdas para o sistema financeiro, para a máfia midiática e outros setores perniciosos para o país e o povo, no sucateamento dos bancos públicos para a posterior privatização, no fim do Mercosul, no desprezo pela Unasul, Celac, IBAS e BRICS, no abandono da política multipolar de projeção internacional e de inserção geopolítica ativa, altiva e soberana do Brasil, na submissão traiçoeira e abjeta a inconfessáveis interesses anti-nacionais etc etc etc.

Esse descalabro total é um pesadelo real, é uma declaração de guerra aberta e frontal contra a pátria e contra o povo brasileiro.

Esse descalabro total favorece o sistema de dominação e opressão, assim como a geopolítica do saque.

E agora, com um estrago desta magnitude, em muitos aspectos já irreversível, empreendido em velocidade supersônica, vão ficar assistindo a tempestade de merda, a derrocada do país, o teto cair em cima da cabeça, a autodestruição? 

Consciente ou inconscientemente, serão cúmplices e responsabilizados perante a história por um grande delito perpetrado contra um país, que há pouco era uma potência emergente, e contra um povo em incessante sofrimento.

Embora em estágio avançado de erosão, tempo ainda há, algum, para a remissão. 

É necessário desmiolar o novelo da crise, recomeçar do começo e recuperar o fio da meada. A corrida contra o tempo passa pela imediata anulação do golpe, assim como de toda a sorte de sucessivas ilegalidades e estelionados que dele decorrem, cometidos contra a Constituição Federal, a soberania nacional e os direitos cidadãos, antes que tenhamos novas eleições. Como disse o procurador e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para chegar à democracia que queremos, temos que reestabelecer a que tínhamos“. O ex-Presidente Lula também bradou (em ato no dia 29 de abril): “Quem está passando fome não pode esperar até 2018, devolvam o mandato para Dilma”.

 

Redação

1 Comentário

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  1. Infelizmente esse nosso povo
    Infelizmente esse nosso povo de MERDA nunca dará aos golpistas o que eles merecem, e nem o PT Bunda mole vai fazer algo nesse sentido. Esse povo é o mesmo povo de MERDA qu ceitou os militares 20 anos no poder. Na Argentina não ficaram nem 10. E os militares aqui mataram pouquíssimo, simplesmente por que não precisaram. Eu acho uma vergonha um país com as dimensões do Brasil a ditadura ter matado bem menos do que na Argentina. Isso não é mérito dos nossos ditadores. É demérito do nosso povo, que aceitou melhor o golpe mlitar do que os outros. “Consciente ou inconscientemente, serão cúmplices e responsabilizados perante a história por um grande delito perpetrado contra um país, que há pouco era uma potência emergente, e contra um povo em incessante sofrimento.” Nossa classe média é vil e cretina. Mas são minoria. mas o grande delito contra o povo está acontecendo por que o povo está permitindo, e até apoiando.  

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