O professor de educação física Clayton Ferreira Gomes dos Santos – negro – foi solto nesta quinta (18) após ter sido detido injustamente por três dias sob a acusação de sequestro e roubo em Iguape, no Vale do Ribeira (SP).
A vítima do crime, uma idosa de 73 anos, reconheceu o professor através de uma foto. No entanto, a escola onde Clayton trabalha afirmou que ele estava dando aula na data do ocorrido, em 31 de outubro de 2023.
Na quarta (17), o advogado de Clayton Ferreira Gomes dos Santos, Danilo Reis, entrou com um habeas corpus concedido pela Justiça em caráter liminar. Pouco tempo depois, o professor foi solto com um alvará da Justiça e submetido a um exame de corpo de delito antes de retornar para casa.
Em entrevista à Agência Brasil, o professor expressou surpresa com o mandado de prisão, sobretudo por viver a 200 km do local do crime. Ainda assim, mesmo com o impacto emocional de três noites na prisão, agradeceu o apoio recebido.
“Eu achei que explicando tudo o que expliquei à polícia, que nunca estive lá, que não conheço a pessoa, não conheço a região, não sei onde fica, eles iam me soltar na hora. E nunca achei que ia ter que ficar preso por três noites e dois dias. Foi muito difícil, mas, graças a Deus, tinha pessoas ali que me ajudaram muito a ficar forte, a não deixar o psicológico abalado”, contou o professor, em entrevista à Agência Brasil.
O professor mencionou que há mais detalhes sobre o que passou que prefere não revelar, por medo de que possam ser usados contra ele. Além disso, Clayton informou que está indeciso sobre pedir ou não uma retratação do Estado, e que discutirá isso com seu advogado, após a conclusão do inquérito.
Detenção apenas por fotografia da vítima
Segundo o relato da idosa – que alegou erroneamente ter reconhecido Clayton – em um boletim de ocorrência, em outubro de 2023, ela foi abordada por duas mulheres enquanto caminhava, sendo forçada a entrar em um carro onde o motorista aguardava. Durante o trajeto, ela foi coagida a realizar transferências bancárias totalizando o valor de R$ 11 mil.
Na delegacia, a idosa teria identificado uma foto de Clayton como sendo o motorista do veículo. O advogado de Clayton, Danilo Reis, disse à Agência Brasil que a detenção, que ocorreu na 26ª DP, em uma região de divisa no bairro do Ipiranga, na capital paulista, se baseou unicamente no reconhecimento fotográfico da vítima, cuja origem ainda não foi revelada devido ao sigilo do processo. Reis sugeriu que a foto pode ter sido obtida de documentos pessoais de Clayton, já que ele não possui antecedentes criminais.
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Já me informei. Evitar segunda vítima.
Boa noite.
Somos um povo mestiço. Mas é inegável q apesar de sermos um povo mestiço, lamentavelmente também temos um racismo horrendo q deveria nos envergonhar a todos pq não soubemos eliminar do nosso meio essa coisa repugnante.
Aliás, é sempre bom lembrar q para o “norte global” no Brasil não tem “nativos” brancos: somos considerados “não brancos” por eles. Tb não nos consideram ocidentais e sim não ocidentais. E para os eua somos considerados não latinos. Aff…
“Uma pessoa com problema psiquiátrico pode não entender que o tio está morto, mas certamente também não entenderia que tem que ir à agência pegar o dinheiro. A pessoa não pode ter uma consciência seletiva”. – Delegado que investiga o caso da Sobrinha que estava com o Tio morto numa agência bancária.
O Delegado concluiu que a Sobrinha praticou crimes porque a pessoa não pode ter uma consciência seletiva. Isso, sim, é uma investigação técnica. Isso é uma prova irrefutável de que ela tinha consciência de que o Tio estava morto.
“A árvore que não dá frutos é xingada de estéril mas ninguém examina o solo”. – Brecht
“Assim que vi o vídeo, de imediato VI QUE NÃO TINHA COMO A PESSOA NÃO SABER QUE AQUELE IDOSO NA CADEIRA DE RODAS ESTAVA MORTO. Ouvimos a gerente do banco e a mulher que estava com o idoso. Ela disse que ele estava vivo no caminho, quando chegou na agência bancária, e que ela tinha ido sacar o dinheiro a pedido do idoso”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“As pessoas do banco acharam que ele estivesse doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar no local, constatou que ele estava em óbito. E aparentemente, há algumas horas. Ou seja, ELE JÁ CHEGOU MORTO AO BANCO”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, se não tinha como a pessoa não saber que aquele idoso na cadeira de rodas estava morto, como foi possível as pessoas do Banco acharem que ele estava doente, passando mal, chegando inclusive a chamar o Samu? Morto adoece e passa mal?
“A questão dela dizer que ficou sabendo da morte dele só quando o médico disse isso pra ela não corresponde com a verdade, porque as imagens que analisamos com as declarações do médico e o laudo pericial deixam claro que ELE JÁ ESTAVA MORTO HÁ ALGUMAS HORAS. JÁ ENTROU MORTO NO BANCO. Ela sabia disso até quando fingia falar com ele”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“SE A MORTE OCORREU UM MINUTO ANTES DELA IR LÁ E TENTAR TIRAR O DINHEIRO, e ela sabia disso. Isso ela sabia porque a gente consegue ver pelo vídeo que o senhor Paulo está morto, isso é claro. E mesmo assim ela tenta tirar dinheiro e fica simulando que ele está vivo, isso já configura crime”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, a Dona Érika não estava vendo vídeo.
“A prisão dela [Erika de Souza Vieira Nunes, mulher que levou idoso ao banco] é importante para a gente continuar a investigação sem qualquer tipo de embaraço. É fato que ela cometeu crime, isso não há dúvidas. NÃO IMPORTA A HORA EM QUE A MORTE OCORREU”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, a prática de crime não é suficiente para a prisão de ninguém, além de que até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória ninguém é considerado culpado.
“O laudo comprova em que sentido? O médico que atestou o óbito no local chegou poucas horas após o óbito e ele previu no corpo livor cadavérico, que é algo que se forma assim que a pessoa morre, mas só se torna visível a olho nu há pelo menos duas horas após a morte. O médico foi ao local às 15h, então a morte se deu por volta das 13h. O laudo pericial diz que a morte ocorreu entre 11h30 e 14h30 o que corrobora com o médico que esteve no local poucas horas após a morte. O CONJUNTO PROBATÓRIO DEIXA CLARO QUE ELE JÁ ENTROU NO BANCO MORTO, além das imagens que analisamos”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“Ele estava vivo sim, porque tem outros sistemas, e disse que estava quase morrendo, mas estava vivo. PODE TER MORRIDO NO CAMINHO, DENTRO DO BANCO, OU ATÉ MESO QUANDO ESTAVA NO SHOPPING, DENTRO DO SHOPPING”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. ELE JÁ ENTROU MORTO NO BANCO”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, se o idoso pode ter morrido dentro do banco, como o Senhor afirma que ele já entrou morto na agência bancária?
“Ele chegou com vida, mas lá dentro, NO SHOPPING, A GENTE VÊ QUE ELE ENTRA EM ÓBITO. A cabeça dele cai, fica totalmente solta e não tem mais nenhum tipo de movimento. É assim que ele entra no banco. Ele não tinha condições nenhuma de sair de casa naquele dia”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“É INDIFERENTE SE ELE MORREU DENTRO OU FORA DO BANCO. O fato é que ela, vendo que ele já não respondia estímulos, insistia no empréstimo, segurava a caneta para ele assinar. Isso caracteriza a fraude”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“Ao invés de levar uma pessoa nesse estado para o hospital, ele foi levado para o shopping. Por que para o shopping primeiro? Porque o shopping fornece cadeira de rodas. ELA PEGOU A CADEIRA DE RODAS, SENTOU PARA TOMAR CAFÉ E, NESSE MOMENTO, A GENTE COMEÇA A PERCEBER QUE ELE JÁ ENTROU EM ÓBITO”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Dr. Delegado, se ele veio a óbito no shopping, porque Sr. afirmou que ele pode ter morrido dentro da agência bancária?
“NÃO DÁ PRÁ DIZER O MOMENTO EXATO DA MORTE. Foi constatado pelo Samu que havia livor cadavérico. Isso só acontece a partir do momento da morte, mas só é perceptível por volta de duas horas após a morte”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“Ele entrou no shopping ainda com vida, mas já inerte. Mas dentro do shopping a gente vê a imagem dele que ele parece estar sem vida (…) em seguida ela [Érika] vai para o banco e quando ele [Paulo] a gente vê claramente ele não está mais com vida”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, se o Senhor disse que no momento em que a Senhora Érika sentou para tomar café no Shopping a gente começa a perceber que o idoso já entrou em óbito, como o Senhor afirma que não dá para dizer o momento exato a morte? Se ele pode ter morrido dentro da agência bancária, como é que quando a gente vê imagem dele dentro do Shopping ele PARECE ESTAR SEM VIDA?
“Uma pessoa com problema psiquiátrico pode não entender que o tio está morto, mas certamente também não entenderia que tem que ir à agência pegar o dinheiro. A pessoa não pode ter uma consciência seletiva”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delegado, porque voce parte do pressuposto de que o dinheiro era para a Sobrinha e não para o idoso?
“Ela [Érika] agilizou essa conduta e chamou o motorista de aplicativo. Foi até o shopping e colocou ele [Paulo] na cadeira”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
“Ela foi com ele ao banco porque percebeu que ele estava no seu último momento de vida, e tentou, antes da morte dele, retirar esse dinheiro. (…) Ela viu a possibilidade de fazer o saque desse dinheiro, porque era a última chance que ela tinha de tirar esse dinheiro”. – Delegado Fábio Luiz da Silva Souza
Sr. Delgado, no dia anterior ao óbito, ela foi a uma agência bancária. Ela teria percebido no dia anterior que o idoso estava no seu último momento de vida?
Agora leio na CNN que o Senhor Delegado afirmou que tem convicção de quea Sra. Érika percebeu morte de idoso antes de entrar na agência bancária. Você é da Força Tarefa Lava Jato? Ora, o Senhor tem que apresentar provas, não convicções. Certamente que se a Dona Érika tivesse um Porsche o Senhor já teria sido substituído dessa investigação.
Qualquer semelhança entre o Senhor e o Lobo Mau da Fábula de Esopo seria mera coincidência? Tal qual o Lobo mau, o Senhor se agarra ao argumento a força, em vez de agarrar-se à força do argumento.
Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso é obra do Maligno.
Por que cargas dágua foi ao banco? Ajudar o senhor moribundo realmente é uma possibilidade.