O imprescindível documentário Ilha das Flores, de Jorge Furtado

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O curta-metragem brasileiro Ilha das Flores, escrito e dirigido por Jorge Furtado, é um dos 100 mais importantes curtas do século, eleito pela crítica europeia. Está listado no livro ‘1001 Filmes para Ver Antes de Morrer’, de Steven Jay Schneider. Mas não é por isso que você precisa ver. Existem outras e boas razões. O filme é de 1989.
 
A descrição ajuda a entender sua importância e a crítica feroz do sistema. “Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. O filme segue-o até seu verdadeiro final e então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos”.

 
O curta mostra a realidade, de como a economia gera relações desiguais entre os seres humanos. Aborda o atual, sempre atual, modo de produção e consumo do sistema capitalista, que gera o consumismo e, na esteira, uma imensa desigualdade social.
 
Segundo Furtado, o filme é inspirado em leituras de Kurt Vonnegut e nos filmes de Alain Resnais.
 
https://www.youtube.com/watch?v=eUEfBLRT37k
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Crítica

    O filme é ótimo. Revi no mes passado no youtube, mas descobri uma crítica feroz ao filme também, feita por alunos de Comunicação da PUC-RS, com um dos membros que participou da equipe de filmagem do Ilha das Flores.

    Ele diz que a cena final em que as pessoas pegam os alimentos recusasdos pelos porcos foi mentirosa e montada de última hora pelo Jorge Furtado, a quem admiro. 

    Na verdade alguns restaurantes enviavam a comida que sobrava para os moradores da Ilha da Pintada ( a Ilha das Flores não é habitada). A comida era separada em caixas plásticas e os moradores pegavam o que queriam e o que sobrava era dado aos porcos. Mas na hora da filmagem o Jorge Furtado inverteu tudo e colocou os moradores para pegar a comida depois dos porcos. Tem até uma entrevista com a mãe das crianças na cena que depois que viu tudo ficou indignada.

    Tentaram entrevistar o Jorge Furtado a respeito disso, mas dizem, ele se negou.

    Mas o filme é ótimo mesmo assim.

    1. alegoria

      Ilha das Flores não é um documentário, como mostra o (esse sim, um documentário) o pessoal da PUC.

      Mas vale como alegoria, como uma charge filmada.

      Tanto que o próprio autor usou o nome de uma ilha não habitada

  2. Virando a casaca

    E mesmo após produzir um documentário tão importante e tão contundente contra o sistema capitalista, acaba virando a casaca ao produzir uma série acrítica como O Mecanismo, sem contrastar figuras políticas com posicionamentos e atuações contrastantes.

    1. Está enganado

      Gustavo, você está enganado.

      O diretor de Mecanismo foi o José Padilha, um sujeito realmente reacionário.

      O Jorge Furtado sempre foi progressista, e continua sendo. 

  3. Ó tempora!

    Ilha das Flores é uma joia, um clássico que influenciou cineastas mundo afora. Para mi, isso está fora de questão. Mas se vcs derem um pulinho no twitter de Glenn Greenwald, vão ver um monte de postagens em defesa dos direitos dos porcos, que, dizem ali, têm a inteligência de crianças de 3 anos etc. e tal. Pro pessoal engajado na defesa dos porcos (provavelmente por falta de causas mais relevantes e urgentes), creio que que o ótimo filme parecerá ultrapassado.

    Ó tempora, ó mores! 

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