O que o navio Esperanza, do Greenpeace, está fazendo?

O nosso maior navio participa da campanha internacional “Proteja os Oceanos”, que expõe as ameaças aos mares e pressiona pela criação de santuários marinhos

O Esperanza em águas da Guiana Francesa, durante a expedição científica para documentar o recife dos Corais da Amazônia, este ano © Pierre Baelen / Greenpeace

do Greenpeace 

O que o navio Esperanza, do Greenpeace, está fazendo?

Engajado na proteção dos mares, o navio Esperanza, um navio-bombeiro adaptado com equipamentos científicos, participa de uma expedição de um ano que saiu do Ártico e vai até a Antártida para expor diversas ameaças aos oceanos, que vão da exploração de petróleo, da sobrepesca aos perigos do plástico.

expedição começou em abril, no Oceano Ártico, onde mostramos como as mudanças climáticas vêm derretendo o Polo Norte e aumentando a quantidade de água onde antes era gelo e iceberg. Quanto mais gelo derrete, mais a indústria da pesca predatória e do petróleo se beneficiam. Enquanto isso, animais como os ursos polares perdem seu habitat e minguam de fome.

Depois, a expedição passou pela Cidade Perdida, uma complexa rede de fontes hidrotermais que forma um ecossistema incrível a 800 metros de profundidade. Porém, o local está ameaçado por mineradoras que querem explorar minérios lá embaixo, colocando em risco esse local sensível, antes mesmo que tenhamos mais conhecimento sobre ele.

Na sequência, em agosto, o navio passou pelo Mar dos Sargaços, onde as tartarugas-marinhas bebês se abrigam, mas estão ameaçadas pelo plástico.

A pesquisa nos Corais da Amazônia

Entre agosto e setembro, foi a vez da Guiana Francesa, onde mostramos o que de fato está em risco com a exploração de petróleo na região: um sistema recifal único no mundo, conhecido como Corais da Amazônia, que foi revelado ao mundo apenas em 2016. Um derramamento de óleo ali pode ser catastrófico, matando a vida marinha, como baleias e tartarugas em nome do lucro e de uma atividade que vai agravar as mudanças climáticas.

Lá, o navio realizou uma expedição de documentação e pesquisa, e pela primeira vez mergulhadores humanos puderam registrar imagens incríveis desse recife. Nesta oportunidade, também convidamos a atriz Giovanna Lancellotti, nossa embaixadora dos Oceanos, e acompanhar esse trabalho conosco e engajar mais pessoas nesta luta contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade marinha.

Essa foi a terceira vez que o Greenpeace esteve nos Corais da Amazônia. Com a mobilização de mais de 2 milhões de pessoas ao redor do mundo em defesa da biodiversidade da região, conseguimos barrar que a petroleira francesa Total perfurasse e explorasse o local.

Agora o navio está no Uruguai, indo em direção ao Sudoeste do Atlântico, onde ocorrem casos gravíssimos de pesca predatória, ilegal e sem regulação. Mais tarde o navio ainda segue para Antártida, que está esquentando até três vezes mais do que outras regiões do planeta. Isso causa o derretimento de geleiras e, consequentemente, do aumento do nível do mar. O pinguim-imperador, por exemplo, depende das geleiras para ter seus filhotes. E, o krill, um minúsculo camarão que é base da cadeia alimentar das baleias, também dependem das geleiras para pôr seus ovos.

Nosso navio Esperanza ajudou a revelar as primeras imagens dos Corais da Amazônia para o mundo

Saiba mais sobre o Esperanza

O Esperanza é o maior navio da frota do Greenpeace. Com 72 metros de comprimento, a embarcação iniciou suas atividades em 2002 e é ideal para missões que exijam pesquisa científica, rapidez de resposta ou uma permanência longa em alto mar – inclusive no gelo. É capaz de abrigar 40 pessoas a bordo, além de equipamentos de pesquisa e campanha.

A campanha “Save or Delete”, que denunciava a destruição das florestas tropicais inaugurou as atividades do Esperanza. Nos anos seguintes, ele se tornou o principal navio do Greenpeace para as campanhas pela preservação dos Oceanos e sua diversidade, como a defesa dos Corais da Amazônia.

O Esperanza se tornou uma referência em embarcações amigáveis ao meio ambiente, após uma série de reformas. Confira algumas dessas medidas:

– Seu sistema de propulsão diesel-elétrico é mais eficiente, emitindo menos CO2 e ainda gera energia elétrica para todo o barco;

– O sistema de combustível foi reforçado para evitar qualquer derramamento de óleo – não deixa rastros;

– Toda a água residual (esgoto) passa por purificadores 15 vezes mais eficientes que padrão determinado pela legislação internacional – assim, o cocô de ninguém vai pro mar, só água limpa é devolvida;

– O sistema de dessanilização tem capacidade de produzir 50 m3 de água potável por dia, seja por sistema de osmose reversa quanto evaporação.

–  A refrigeração e o ar-condicionado são a base de amônia em vez dos gases CFC, que reduzem a camada de ozônio e são tóxicos;

 

Redação

3 Comentários

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  1. Algum técnico em navio, por favor, pode responder: esse navio teria capacidade para transportar toneladas de óleo? O tal ministro pelo menos checou isso antes de fazer a acusação?

    1. O ministro não disse que o óleo derramado foi transportado pelo navio Esperanza. O que ele disse ter estranhado foi o Greenpeace ter navegado pela área do derramamento e não ter visto nada suspeito. E mais estranho ainda é esse navio ter feito essa rota diversas vezes no período.

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