Onda de calor deve continuar até, pelo menos, sexta-feira (17)

Enquanto São Paulo enfrentou o dia mais quente do ano no domingo, Rio de Janeiro amanheceu com sensação térmica acima dos 50ºC.

Crédito: Imagem de Freepik

A onda de calor que atinge principalmente o Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil chegou em uma época do ano em que, normalmente, a estação chuvosa já está estabelecida e em que as nuvens funcionam como uma espécie de controle das temperaturas. A ausência dessa defesa, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Anete Fernandes, potencializa os efeitos do fenômeno climático

“Quando a gente tem ausência de chuva nesta época do ano, que chamamos de veranico, a ausência de nuvens favorece uma grande incidência de radiação na superfície, que é o que está acontecendo agora. Então, as temperaturas se elevam muito”, contou.

De acordo com a meteorologista, a configuração de baixas pressões, característica dessa época do ano, está funcionando em grande parte do país. No entanto, em médios níveis da atmosfera, existe uma circulação de alta pressão que impede o desenvolvimento das nuvens de chuva.

“Quando há essa condição de baixa superfície e não tem as nuvens, isso potencializa ainda mais o aquecimento da atmosfera”, analisou.

A onda de calor, segundo ela, tende a persistir por mais tempo no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Centro-Norte do Paraná. “Toda essa área tende a permanecer com temperaturas elevadas, pelo menos, até a próxima sexta-feira”.

Na sexta-feira, muda um pouco a área atingida, mas grande parte do país, incluindo Rio de Janeiro e Minas Gerais, continuará com a condição de altas temperaturas pelo menos até domingo. “Isso vai manter temperaturas elevadas. No domingo, já tivemos temperaturas na ordem de 40°C em vários estados do país, e isso tende a persistir, pelo menos, até o próximo fim de semana no Rio de Janeiro, Minas Gerais, oeste de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, sul do Piauí, oeste da Bahia, Centro-Norte do Paraná, Rondônia, sudeste do Amazonas e sul do Pará”, disse, acrescentando que este fenômeno pode voltar a ocorrer durante a estação chuvosa.

“Se tivermos o veranico que ocorre durante período chuvoso, teremos temperaturas elevadas, não necessariamente configurando a onda de calor. Como estamos em ano de El Niño, e a irregularidade na estação chuvosa é uma característica, podemos, sim, ter outras ondas de calor. Entretanto, no momento não há perspectiva de uma outra tão cedo”, completou.

Recorde em São Paulo

A capital paulista registrou, neste domingo (12), o dia mais quente de 2023, quando os termômetros marcaram 36,9°C, em média. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), vinculado à prefeitura, o máximo que o município havia atingido era 36,5º, no dia 24 de setembro.

Além da temperatura máxima média na cidade, outra medição de destaque é a maior temperatura absoluta do ano, que é a registrada em um único local. Nesse caso, foi de 38,5%, verificada na Vila Mariana, ultrapassando o pico alcançado também em 24 de setembro deste ano, de 37,5°C, na Mooca e em São Miguel Paulista.

Para o mês de novembro, a expectativa dos especialistas do CGE é de que a média de temperatura mínima seja de 17,1°C. Quanto à média de temperatura máxima, espera-se que fique em torno de 26,4°C.

Sensação térmica no Rio

A onda de calor atingiu com força o Rio de Janeiro e se apresenta intensa desde logo cedo. De acordo com o Alerta Rio, serviço de meteorologia da Prefeitura, a sensação térmica chegou a 52,7 graus Celsius (°C) às 8h da manhã em Guaratiba, na zona oeste da cidade. Essa foi a maior sensação de calor registrada na cidade até as 8h30 desta segunda-feira (13). A temperatura mais alta no começo da manhã também foi registrada em Guaratiba: 36,4°C às 8h30.

Durante o dia, não vai ser diferente. A previsão do Alerta Rio indica que o posicionamento de um sistema de alta pressão influenciará o tempo na cidade. “Assim, o céu estará claro a parcialmente nublado e não há previsão de chuva. Os ventos estarão fracos a moderados e as temperaturas permanecerão estáveis, com mínima de 22°C e máxima de 41°C”, informou.

A onda de calor fez com que a maior temperatura do ano fosse anotada no último domingo, que teve 42,5°C às 13h50. O recorde anterior era de 17 de fevereiro, quando os termômetros chegaram a 41,8°C, às 15h15. Os dois recordes foram registrados na estação Irajá, na zona norte da cidade. Apesar do recorde de temperatura de ontem, a sensação térmica alcançou 50,5°C, enquanto, no dia 17 de fevereiro, chegou a 58,3°C.

Para os próximos quatro dias, de acordo com as previsões, em nenhum dia a máxima será menor que 35°C e ficará entre este nível e 41°C. A mínima varia entre 20°C e 23°C.

*Com informações da Agência Brasil

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