Os passos da campanha eleitoral

O quadro atual do jogo político se dá em cima dos seguintes fatores:

Os grupos de mídia – que hoje em dia se constituem no mais influente partido de oposição – continuam apostando fortemente na guerra.

Nenhum dos três candidatos – Dilma, Aécio e Campos – logrou apresentar um conjunto de ideias capazes de configurar um programa que atenda às expectativas de mudança do eleitorado.

Sem plataformas, a eleição se fará em torno da chamada propaganda negativa. E o tom será dado pelos grupos de mídia.

De ambos os lados, será a campanha do “não”.

***

O clima irá se acirrar à medida em que a a candidatura Dilma Rousseff mostre fragilidade. E Dilma equilibra-se entre dois fatores, um positivo, outro negativo.

O positivo é a chamada reprecificação.

Quando um determinado personagem é avaliado negativamente durante um período, no período seguinte ele se torna “barato”:  qualquer ato positivo será superavaliado. E vice-versa.

A campanha sistemática negativa contra Dilma paradoxalmente facilitará sua reavaliação positiva no período eleitoral. Terá tempo à vontade para mostrar as obras da Copa e o sucesso da organização – desmentindo as previsões catastrofistas da mídia -, passando por obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Brasil Sorridente, Pronatec, dentre outros.

Os notórios problemas de gestão que enfrenta dificilmente serão convertidos em temas de campanha da oposição, devido à dificuldade do chamado “povão” assimilar esses conceitos.

***

Há duas outras frentes mais efetivas de combate da oposição.

A mais relevante é a tentativa de pregar na testa do PT a marca da corrupção. Nos últimos anos, houve avanços na luta contra a corrupção, como a Lei de Transparência, a ação articulada da CGU (Controladoria Geral da União), Tribunal de Contas, Ministério Público.

Além de não cuidar de disseminar informações sobre esse processo, Dilma deu uma ajuda extraordinária à campanha, com a encrenca gratuita que armou em relação à refinaria de Pasadena.

***

A segunda frente é a da Dilma insensível.

De fato, a falta de experiência política e a ausência de filtros palacianos levaram Dilma a conquistar – de graça – uma enorme quantidade de críticos magoados por meros problemas de desatenção.

A análise do Secretário da Presidência – Gilberto Carvalho – de que a avaliação negativa está transborando das classes A e B para as demais é correta – pelo menos no macroambiente de São Paulo.

***

Submetida a esse conjunto de fatores, torna-se muito difícil identificar qual será preponderante durante a campanha.

Essas incertezas certamente levarão os grupos de mídia a se valerem das mesmas armas das eleições de 2010. Vão aparecer ex-presidiários, falsários e lobistas de todos os cantos, sendo apresentados como consultores e empresários da maior seriedade, espalhando denúncias por todos os poros.

Para enfrentar o desgaste de imagem, segundo os jornais, há dúvidas na campanha sobre a linha a ser seguida por Dilma: a Dilma guerreira chamará os inimigos para a batalha dos fatos e dos números; a Dilma “mãe do PAC” se comportará como a senhora que não se dispersa enfrentando adversários e que estará concentrada apenas em prestar contas e esclarecer acusações.

À esta altura do campeonato, a pior saída para Dilma seria empunhar elmo e lança e partir para a guerra. Cresceu quando vítima de grosserias da torcida; gera resistências, quando se mostra agressiva e auto-suficiente.

Luis Nassif

43 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O PT, a nova classe média e o enganoso discurso da classe rica

    O exemplo de Thomas Piketty, ao demonstrar a apropriação da renda pelos ricos, é o caminho a ser seguido.

    O cerne da questão não é a mídia e o comportamento dela, que continuará sendo pautado pelo ataque e manipulação direta contra o governo Dilma.

    O que está em jogo é como combater este discurso, que está tentando ser sedimentado perante os eleitores da chamada nova classe média.

    Em outros termos, o que o texto propõe é exatamente isso,    questiona como atingir tais  corações e mentes, de modo a sensibilizá-los sobre quais as consequências de suas escolhas.

    A possibilidade de sensibilização destes segmentos é possível?  

    Certamente.

    O novo best seller, O Capital no Século XXI, de Thomas Piketty, tornou isso claro. Com base em informações simples e dados confiáveis e de fácil acesso, as pessoas, todas as pessoas, puderam ver que algo está errado e quem esta sofrendo com tal forma de pensamento econômico e politico liberal vigente.

    No caso, para esta nova classe média, que retira seu sustento da movimentação financeira lastreada pelo consumo, a eleição de um governo do PSDB seria um desastre, facilmente detectável, mediante simples avaliações, passíveis de serem levadas a cabo por qualquer um deles.

    Em outros termos, retirem a conotação ideológica, ou o pensamento de classe – no caso de pertencimento, todos querem ser de uma classe mais elevada -,  e deixem o debate centrado em aspectos básicos de como funcionam suas atividades econômicas e do que dependem para que estas mantenham uma continuidade viável.

    Isto é fundamental, pois, mais do que se sentirem como membros da classe, estas pessoas querem se manter com possibilidade financeira de poder ostentar tal status – nestes casos, não precisam adotar o discurso do pt, mas simplesmente reconhecer que o discurso anti-pt, da forma simples que a classe alta lhes está impondo, é bom somente para esta classe alta – na qual se espelham e que por este engodo tenta lhes negar acesso – para eles seria um desastre de proporções bíblicas.

    A votação não se daria por afinidade programática ou de classe, mas por mero instinto de sobrevivência.

    É que, a politica do PSDB, segundo seus idealizadores (Armínio Fraga etc…) lastreada em uma politica de redução de crédito e empregos, teria efeitos devastadores sobre a economia da qual se nutrem as pequenas e microempresas e os prestadores de serviço autônomos – a nova classe média.

    No caso, o atual sistema econômico brasileiro tem como um de seus pilares o setor econômico ocupado pelas as microempresas (setor que proporcionalmente emprega mais pessoas – considerando as implicações indiretas).

    Neste cenário, possível redução do crédito e de incentivos, teria efeito direto no consumo, o que seria potencialmente fatal para este incipiente setor da economia, que ainda não teve possibilidade de agregar poupança.

    O setor de serviços, basicamente responsável pela comercialização de produtos de grande consumo, sejam telefones, tv a cabo, condicionadores de ar, automóveis, televisões e computadores de ultima geração, seria  duramente atingido, eles dependem da quantidade de consumidores, e isso, os 15% que restariam de potenciais consumidores(classe média, classe média  alta e classe rica) não tem como absorver.

    Por lógico, tais objetos são de uso pessoal, o que faz com que a retirada de grande parte do público consumidor, impacte de forma devastadora tais segmentos, o mesmo ocorrendo em relação a todos os serviços, desde estéticas, barbearias, instaladores de tv, pequenos bares e restaurantes, etc.

    O setor de serviços é o que mais emprega pessoas com baixo nível de escolaridade.

    Ainda, a redução não se dará apenas nestes setores, pois, em época de contenção de gastos, até mesmo a classe média deverá comprar somente o necessário, evitando se endividar.

    Por isso, a expressa manifestação do futuro ministro da fazenda do PSDB, de que um pouco de desemprego é salutar para a economia (de mercado), e que aparentemente tem apenas como alvo diretos os atuais empregados e os postulantes a emprego, é muito mais ampla.

    É que, tal politica muito mais que frear o pleno emprego, tem como produto direto a diminuição da pressão das diversas categorias de trabalhadores por aumentos reais de salários, o que acarretará uma diminuição da massa de crédito em mãos de consumidores de produtos essenciais e de massa.

    Desta forma, os efeitos nefastos de tal politica, a ser sentida primordialmente pelos que buscam empregos, terá também como alvo, a segunda parte mais frágil da economia brasileira, constituída basicamente pela economia informal e pelas pequenas e microempresas.

    Isto, friso, por uma questão lógica, com tal redução dos empregos e diminuição dos aumentos reais, de plano diminui a massa consumidora.

    Assim, o setor de serviços e o de venda de produtos de pequenas empresas que atuam no varejo, seriam os primeiros a sentir o peso de tais medidas, sendo que suas economias, no médio prazo (no máximo um ano) estariam de tal modo comprometidas que eles teriam, em termos claros, se houver alguma outra oportunidade no futuro, de começar do zero.

    A economia capilarizada do Brasil(no setor mais pobre), na realidade tem como suporte o consumo desta nova classe média, a qual sem dúvida alguma seria atingida diretamente por medidas tendentes a reduzir o crédito e o consumo, e por via indireta o emprego.

    Justamente o setor (pequenos e microempresários) que hoje, cooptado pelo pensamento econômico das classes mais abastadas, quer a mudança do governo por sua suposta intervenção na liberdade da livre iniciativa.

    Entretanto, ainda não conseguiram captar que: na realidade, o que um eventual governo do PSDB está propondo não é menos intervenção, mas intervenção direta e direcionada e que atinge de forma letal estes pequenos comerciantes, profissionais liberais, prestadores de serviços, instaladores, vendedores do comércio formal e informal, etc.

    Menos crédito, encarecimento dos juros e redução do consumo, com aumento do desemprego, atinge de forma direta tais ramos empresariais que, nos dias de hoje, incentivados por uma propaganda de classe (a qual não pertencem – mas que via cooptação incorporaram o discurso), de forma maciça, julga que seu sucesso depende apenas de seu trabalho  e competência.

    Grande engano, espero que a história não tenha oportunidade de provar tais condições.

     

    1. Uma aula sobre as propostas

      Uma aula sobre as propostas neoliberais disfarçadas do candidato Aécio Neves que tem conseguido iludir alguns.

  2. Excelente

    Para botar mais dendê e pimenta na análise.

    O Brasil pede mudanças desde José de Anchieta, passando pela Confederação dos Tamoios, Zumbi dos Palmares, Lampião, Antônio Conselheiro, Sabinada, e todas elas remetem à independência e inclusão.

    Por isso, há uma nítida divisão entre o eleitorado e ela é observada em quase todos os dados colhidos das eleições desde a redemocratização que indicam um recorte claro entre ricos e pobres, entre regiões norte/nordeste e o sudeste concentrador de renda.

    Então o “novo” no Brasil ainda é a inclusão e independência (à concentração do sudeste).  Não é de se estranhar, nem mera coincidência, que os grupos da grande mídia estão exatamente nesta região e defendendo interesses dela, bem como justifica a passagem na análise de Nassif; “de que a avaliação negativa está transborando das classes A e B para as demais é correta – pelo menos no macroambiente de São Paulo.”, por ser o setor geográfico mais sujeito ao bombardeio da mídia. Entretanto, não se deve deixar de analisar os motivos da recente vitória do PT na maior prefeitura desta região sudeste como contraponto que demostra que a insatisfação não está no PT.

    Se observarmos os dados das últimas pesquisas presidenciais veremos que ela em nada destoa das eleições passadas:

    1) A última pesquisa/2014 indica o intenção de voto em Dilma, 39%; Aécio, 21%; e Campos, 10% e se manteve estável em comparação as quatro últimas pesquisas anteriores.

    2) O quadro abaixo demonstra a divisão dos votos em eleições passadas e está bem próxima do observado acima

    3) Se pegarmos os dados detalhados das pesquisas referidas nos itens 1 e 2 veremos o recorte claro entre ricos e pobres, entre regiões norte/nordeste e o sudeste (concentrador de renda).

    Sobre a insatisfação, se perguntarmos aos eleitores se estão satisfeitos com a educação, saúde, transporte e segurança a resposta será negativa, e dentro deste quadro é que foi avaliada a baixa aprovação do governo Dilma, e seria igualmente de baixa avaliação nos governos de Aécio e Campos, tanto que os dois estão com grandes dificuldades em alavancar os seus candidatos aos governos dos seus estados, sendo que todas as pesquisas até aqui indicaram a derrota dos seus escolhidos.

    Por outro lado, a artilharia pesada contra Dilma observada principalmente desde as manifestações de junho/2013 fizeram com que as oposições, inclusive a grande mídia, além de gastar boa parte da munição colocaram Dilma na condição de vítima, fato substancialmente observado nas reações contra os xingamentos que ela recebeu no Itaquerão e que foi condenado pelos vários setores da sociedade.

    Para concluir, Dilma partirá para o ataque nos debates televisivos, não pela forma de ataque irracional do PSDB de Serra e Aécio, mas pela mesma forma que, em defesa, colocou o senador Agripino Maia acuado pela sua própria agressividade, desinformação e manipulação de fatos e dados. . Esse é o estilo Dilma; mamãe, protetora e forte na defesa dos seus filhos; o estilo que transformou a tentativa de colocar o seu governo como corrupto com as várias denúncias logo no início do seu mandato em Dilma uma governante séria e responsável. A campanha televisiva estará focada nas realizações do governo que não inúmeras.

  3. “Os grupos de mídia – que

    “Os grupos de mídia – que hoje em dia se constituem no mais influente partido de oposição – continuam apostando fortemente na guerra.”

    Acho que é mesmo hora de parar de encarar a mídia como ‘aliada’ da oposição e começar a trata-la como o partido que LIDERA a oposição. Os partidos de direita, sobretudo o psdb, apenas vão a reboque da mídia. Políticos e partidos vão e vem, mas a mídia, sem que tenha conquistado um único voto popular em sua história, continua sendo o “partido” mais influente na cena política. Parece que os grupos de mídia exercem hoje o papel que a Igreja exercicia durante a Idade Média para manter o povão sob contrôle.

  4. Se em eleições votassem nos

    Se em eleições votassem nos melhores partidos políticos, aqui daria PT, não porque é o melhor… é que é o único partido político.

  5. Barateou tudo

    De fato, a midia e o pessimismo baratearam muito Dilma. E  exemplo claro é a Copa do Mundo. 

    O evento tomou muita pancada e chegou a um ponto de descrdibilidade que nem a base de apoio da Presidenta ousou defendê-lo. Ela ficou sozinha com a brocha na mão e para mim pode alavancar-se em cima do até aqui sucesso. Agora, a não ser um big bang, um evento caótico e cataclísmico a Copa será conisderada um sucesso absoluto.

    Creio que as análises devem considerar o efeito Copa no humor eleitoral. Vamos ver.

     

     

  6. Dilma errou ao achar que

    Dilma errou ao achar que poderia flutuar acima da política, o tal do “republicanismo” técnico, despolitizado… deixou o noticiário correr solto enquanto a sua imagem era poupada, num primeiro momento, sem fazer contraponto. Agora, colhe os frutos do desgaste sem ter o carisma de Lula para contrapor.

    Aliás, isso vem desde a eleição, deixou boatos e mais boatos se propagarem nos submundos da internet até ser quase tarde demais.

    Sobre Pasadena mesmo, é o sintoma que confirma o mal: quanto desgaste poderia ser evitado se o blog da Petrobras não fosse deixado de lado.

  7. Olha…não sei se tem essa

    Olha…não sei se tem essa identificação entre a mídia e essa oposição política. De idêntico mesmo, ambos não têm nenhum programa positivo para o país. Mas têm objetivos diferentes. A mídia tradicional de controlar a agenda política e manter essa hegemonia para segurar mais tempo o modelo de negócio que está afundando. A direita política quer voltar ao governo em posição hegemônica porque não se segura sem essa perspectiva. Se não a tiver, os financiadores e mesmo as bases ideológicas nas classes médias vão procurar outros campeões. O mais provável é que percam no resultado eleitoral. Mas, mesmo assim, ambos ganham pq mantém a pressão e com ela o poder de barganha com o governo.

    Já o PT pode e deve ganhar a presidencial, mas não tem gente, programa ou apetite para transformar decisivamente a economia ou a base cultural que garante o poder de seus adversários. Enfim, o mais provável é mais 4 anos parecidos com esses que estamos vivendo. Melhoras pequenas mas constantes na vida dos mais pobres, mais raiva das classes médias tradicionais perdendo a exclusividade de suas praias e “os mercados” aproveitando cada vacilo do governo para encher a lata. Se isso durar mais uns 20 anos, o PT pode se transformar numa social-democracia à sueca e o Brasil terá melhorado substancialmente. Mas aí já estamos no campo da ficção sociológica.  

  8. Olha…não sei se tem essa

    Olha…não sei se tem essa identificação entre a mídia e essa oposição política. De idêntico mesmo, ambos não têm nenhum programa positivo para o país. Mas têm objetivos diferentes. A mídia tradicional de controlar a agenda política e manter essa hegemonia para segurar mais tempo o modelo de negócio que está afundando. A direita política quer voltar ao governo em posição hegemônica porque não se segura sem essa perspectiva. Se não a tiver, os financiadores e mesmo as bases ideológicas nas classes médias vão procurar outros campeões. O mais provável é que percam no resultado eleitoral. Mas, mesmo assim, ambos ganham pq mantém a pressão e com ela o poder de barganha com o governo.

    Já o PT pode e deve ganhar a presidencial, mas não tem gente, programa ou apetite para transformar decisivamente a economia ou a base cultural que garante o poder de seus adversários. Enfim, o mais provável é mais 4 anos parecidos com esses que estamos vivendo. Melhoras pequenas mas constantes na vida dos mais pobres, mais raiva das classes médias tradicionais perdendo a exclusividade de suas praias e “os mercados” aproveitando cada vacilo do governo para encher a lata. Se isso durar mais uns 20 anos, o PT pode se transformar numa social-democracia à sueca e o Brasil terá melhorado substancialmente. Mas aí já estamos no campo da ficção sociológica.  

  9. Vou repetir o comentário que fiz no post de 8:50.

    Quando Dilma convocou o povo às ruas, quando publicou o Dec. 8.243 e implantou o pragrama “+ médicos” definiu claramente que sua campanha será na ideologia e ela já pautou o debate com esses passos.

    Nessa condiçõe a oposição se ferra por não ter alternativas que agradem ao povão.

    Os pragmáticos apoiadores do governo morrem de medo da ideologia ao se igualarem aos críticos do pensamento, que não acreditam na ideologia como base organizacional de governo.

    Não percebem, como Dilma e o PT já indicaram, que sem ideologia posta nos debates e a maior participação popular o PT e o governo não conseguirão implementar a sua quarta etapa de governo que são as reformas estruturantes e que sem ela não se conseguirá avançar o país.

  10. Alguns aspectos para entender

    Alguns aspectos para entender a rejeição a Dilma que, sim, desceu à população em geral:

    O poder do presidente no Brasil – e em qualquer país da periferia – é totalmente sobre-estimado. Por um lado, com razão, porque o Estado é o intermediário  das relações com o mercado mundial (quando fixa cambio, por exemplo) e também, porque, diferente dos países desenvolvidos, os processos econômicos aqui dependeram do papel estruturante do Estado.

    Por outro lado, sem razão, porque o poder de intervenção do Estado tem limites. As dinâmicas econômicas estão postas e caminham no rumo da concentração, dominância do setor financeiro e por aí. Como modificar essa dinâmica sem um forte respaldo político? Canetadas do presidente não resolvem, trazem crise. Está aí a história para comprovar. Então não adianta exigir que o presidente baixe juros, suba o valor do real, crie impostos sobre grandes fortunas, se não tem condições políticas para isso. Por acaso é o PMDB, PP, PR, PSD, fisiológicos desde criancinha, que vão viabilizar esse tipo de enfrentamento? 

    Explicar a sobre-estimação do poder do presidente tem a ver também com a tradição do coronelismo no país. Por que o povo vota em Lula e Dilma e ao mesmo tempo em políticos desses partidos meramente fisiológicos? É que no coronelismo o legislativo não tem nenhuma função. O Estado é instrumentalizado de maneira pessoal e direta por parte do chefe político para favorecer este ou aquele grupo. Não há poder (deputados, vereadores, juízes, delegados) para coibir essa instrumentailização. Ao contrário, o executivo controla os demais poderes do Estado. O povo preso nesta tradição, acredita que possa existir então um governante que “olha para os pobres”. Sendo o presidente, na tradição do coronelismo, o chefe político maior, é na figura do presidente que colam todas as insatisfações. Acabam caindo  na sua conta todos os problemas do país, desde a saúde, passando pela educação, pelo transporte público, à segurança, chegando nos salários. Não existe um discernimento que salário se cobra do patrão, transporte do prefeito e do vereador, segurança pública, saúde e educação do governador, do prefeito, dos vereadores e deputados estaduais. 

    E não existe discernimento que o coronelismo, na sua versão moderna populista, é uma fórmula que funciona porque  sempre os maiores favorecidos são os grandes grupos financeiros (daí a taxa de juros estratosférica do Brasil) e econômicos em geral. São estes grupos que mantém vivos os políticos sem programa, sem proposta, voltados só para a instrumentalização do Estado em proveito proprio e de seu grupo.

    Qualquer política que contraria os interesses dos grandes grupos econômicos é combatida no estilo  do coronelismo: de forma golpista. Coronel não respeita o voto popular. Dá golpe. Certo, não caminhamos para uma nova ditadura no país porque as instituições da sociedade civil (e também do Estado) não toleram isso. Esse é o bom resultado do esforço daqueles que vem lutando pelo desenvolvimento do país.

    Mas, segue grande o nó da política. Incentivados pelos grandes grupos econômicos de um lado e pela falta de discernimento do povo de outro seguem sendo promovidos políticos sem programa e sem proposta, ou com programas e propostas contrários aos interesses maiores do país. Aqueles que tem propostas que de alguma maneira possam contrariar interesses hegemônicos são combatidos no velho estilo do coronelismo, de forma baixa e golpista. 

    Reagir exige o entendimento do que está realmente em questão: a democracia. Talvez os xingamentos a Dilma tiveram essa função benéfica, clarear o que está em jogo e por onde as alianças deveriam caminhar.

  11. O ódio vindo da elite se alastrou para o povão

    Gilberto de Sousa, no Facebook:

    No discurso de Gilberto Carvalho, a mídia conservadora – para seguir na pancadaria – pegou apenas a frase, e não o contexto. Mesmo porque, no que disse o ministro, ele está coberto de razão. As vaias partiram dos VIPs, mas foram se espraiando devido ao ambiente infectado por todo o ódio que, diariamente, os barões da mídia estampam em cada vírgula de seus meios de comunicação:

    “Esse cacete diário de que nós inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que nós somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou na elite, na classe média e vai gotejando, vai descendo. Porque nós não demos combate” – Gilberto Carvalho.

    Foto de Gilberto de Souza. 

  12. A teoria da “pedra no lago” explica a campanha de ódio da midia
    Aqui o motivo do ódio que partiu da elite e atingiu o povão, a elite brasileira não aceita um pais sem pobres mesmo sabendo que isso é bom também para o empresariado

     

    1. resposta

      Queria saber de qual elite o SR se refere, tenho 50 anos, já votei uma vez no Lula contra o Collor, tenho e emprego pessoas e não vejo saída para as armadilhas fiscais, cuja sua presidente e o seu PT nunca teve coragem de mexer. Atendo muitas empresa em todo estado de SP(que alimenta 30% do país) e todos desde aquele que tem 3 funcinários aos que tem 200 funcionários(também não fazem parte da sua elite), estão em total dificuldade de tocar suas empresas e garantir os empregos. Alguns já podem até entregar suas empresas aos bancos, outro ponto que o governo Dilma não mexeu em nada, porque os juros baratos na CEF são inacessíveis pela incompetencia dos funcionário públicos e do BB estão nos mesmos níves de bancos cooperados(está a vida real senhor petista). Para terminar de onde o SR acha que virá recurso para o PT manter todo esta revolução social a custa da vida de nossas empresa. Há esqueci!!! Somos elite podemos quebrar quantas vezes for preciso para manter seu emprego.

  13. DILMA E O HORÁRIO ELEITORAL

    Qual será a maneira de abordagem ao eleitor utilizada pelo PT em 2014?

    Esta uma pergunta que creio pertinente. 

    O PT e seu tripé Capitalista: pleno emprego, aumento real do salário mínimo e consumo de massas não pode mais ser colocado como modelo de Partido da esquerda tradicional. 

    Tenho observado que o PT criou um modelo de desenvolvimento social de coalisão de forças: Capital e trabalho – ricos e pobres – de preferência; sendo que a classe média, apesar de ter ganhos significativos nos 12 anos de PT no poder, é quem menos aumentou sua renda: pouco mais de 1/3 em relação ao povão.

    O grande empresariado esperto enriqueceu por demais com o PT no poder e seu tripé Capitalista, pois, nunca se consumiu tanto neste país, chega a ser redundante reprisar este fato. E se a gente observar bem, eles quase não dão entrevistas para a mídia hegemônica, porque não vão desancar o Governo do PT. Quando deram, vide a Luiza do Magazine Luiza na Globonews a situação foi complicada para o Jornalismo de torcida da Imprensa tradicional.

    Há um modelo de sociedade em gestação onde se observa a lenta, mas contínua inserção e ascensão social de toda a população, via programas de transferência de renda, crédito na praça, programas de qualificação profissional e Educacional, além do pleno emprego (que é a cereja do bolo de todo este processo de incorporação de quase 100 milhões de brasileiros no mercado consumidor Via Bolsa Família e as novas classes consumidoras C e D).

    A realidade do Brasil não é mais aquela de 10 anos atrás. Hoje, não se fala de pessoas que morrem de fome por desnutrição, pela seca; nem se abrem discussões sobre desemprego; nem é expressivo o número de pessoas em idade educacional que não está na Escola, é quase residual este número, etc.

    Este novo quadro econômico-social não será possível modificar seja quem for o Presidente eleito, ajustá-lo, sim! A população aprendeu a conviver com um novo que não quer mais que lhe seja retirado. Um País de classe média surgirá em ano futuro, não muito distante estamos desse ano, penso eu.

    A Política não pode ser mais a de antes do PT no poder. Antes, a promessa era a tábua de salvação do eleitor, que embarcava numa candidatura, crente que ela lhe faria o bem-desejado e prometido (claro que os meios de comunicação interferiam sobremaneira no pleito, mais que hoje, com o advento da Internet e maior escolarização dos brasileiros).

    A grande massa da população já experimenta o novo e já possui parâmetros para comparar administrações: decididamente PT e PSDB no poder não fizeram governos iguais: o povão está mais do lado do PT, e menos do PSDB.

    Então, o que pode mudar o quadro eleitoral é o denuncismo radicalizado da mídia hegemônica e da oposição sem propostas claras, mas com seus tentáculos por todos os meios de comunicação possíveis, além do inconteste fato de que parcelas da sociedade possuem memória fraca para a Política, ou sejamos mais diretos, não se interessam pela Política partidária. E, coloquemos que a despolitização é real no Brasil em todas as classes sociais, lembrando que o novo partícipe significativo da sociedade de consumo: a classe C pode muito bem se colocar numa postura de que agora é diferenciada, e votar diferente do PT, com o olhar de não aceitação de ser vista sua ascensão social como resultado das políticas sociais de inclusão do partido.

    Juntamos a este quadro, traçado no parágrafo anterior, a lembrança, muito bem sacada por LULA sobre os jovens e parcela dos adultos de menos de 30 anos: eles não sabem como era o Brasil do início do Século XXI, eram crianças nesse tempo. Não há, portanto, parâmetro de comparação de governos nesta faixa do eleitorado. Para os jovens de menos de 30 anos é o aqui agora, não os tempos de FHC para trás que interferirá no voto, um cálculo não muito exato, são mais de 50 milhões de eleitores.

    Trabalharemos uma Campanha eleitoral entre dois grupos distintos: eleitores que vivenciaram com força o passado do Governo FHC e os eleitores da Era LULA em diante. E misturam-se a estes dois grupos as classes médias tradicionais e seu voto corporativo (de classe), aqui se detém a força maior de qualquer candidato oposicionista, mesmo que este não lhe seja o ideal para votar, ganha o voto por ser anti-PT.

    Se o PT souber trabalhar bem no horário eleitoral mostrando as diferenças e resultados de uma Política de inclusão social e ascensão social com suporte do Estado, e o negativo de uma Economia de livre iniciativa com a menor ingerência possível do Estado, abre-se caminho para a vitória tranquila da Presidenta DILMA em 2014, mesmo com todo o barulho da mídia hegemônica e das candidaturas de oposição.

    Será preciso comparar modelos econômicos: Capitalismo desenvolvimentista com Estado atuante X Capitalismo Neoliberal, e sem tergiversar. E, cuidado para não embarcar na ideia de um marketing exagerado do Partido, ao dizer que precisamos de: Mais Mudanças, Mais Futuro. Esta pode ser uma armadilha, porque se eu digo que depois de 12 anos vou fazer diversas reformas, o eleitor vai dizer: – Por que não fez antes? Certo? E, isto retira votos, não o contrário, penso eu. Equilíbrio nesta hora, para não passar a impressão de que o Partido no poder não fez o que era para ser feito antes.

    A realidade é que terá o PT um tempo significativo no horário eleitoral para contrapor o discurso de caos da velha mídia e das oposições. Se souber equilibrar o tempo de TV e rádio entre feitos, continuidades e mudanças futuras, não terá candidatura de oposição que vencerá a Presidenta DILMA.

    AÉCIO + EDUARDO e MARINA não representam novidade, não representam o modelo de sociedade que o Brasil necessita e está buscando com todos os percalços da sua realidade histórica de mídia concentrada, elite conservadora e classes médias tradicionais buscando exclusividade.

    A Presidenta DILMA tem tudo para se reeleger. Buscando manter o debate no campo da Economia e seu tripé capitalista: pleno emprego, aumento real do salário mínimo e consumo de massas; do desenvolvimento com soberania e do Social vencerá.

  14. O PiG vai atacar Dilma e o PT com baixaria em nível máximo!

    Podemos esperar uma campanha ainda mais suja do que o PiG aprontou em 2010.

    Estão inconformados com as últimas 3 derrotas… e sabem que a perspectiva é levar mais uma sova agora em 2014.

     

    Enquanto aécio neve vai vender o peixe podre neoliberal e privata… o PiG vai fazer o serviço sujo de difamações e ataques baixos contra Dilma.

    Estou curioso para conhecer as propostas da Dilma. 

  15. A campanha do PT começou

    A campanha do PT começou certa: quem quer de volta os fantasmas do passado ?

    Desemprego e inflação são os principais perigos para os trabalhadores.

    Os governos Lula e Dilma resgataram o Brasil do abismo em que estava afundando no 2º mandato de FHC, em relação a estes dois itens.

    De quebra tem o aumento do poder de compra do salário mínimo, que ocorreu com Lula e Dilma.

    Pra mim, o resto é pao furado, conversa pra boi dormir.

    Se fizer campanha baseada nestes fatores substantivos acima (inflação, desemprego, poder de compra) vai ser muito difícil a campanha do Aécio Neves. Ainda mais com o próprio ameaçando “medidas impopulares” e mandando invadir as casas de que o critica…

  16. ideia

    Ideias, ora esta, estamos na era dos marketeiros políticos, escolhemos gorvenantes como escolhemos pasta de dentes, cerveja ou celular, discutir projetos !?

    Francamente Nassif ….

  17. Perfeito.

    Avaliação perfeita do Nassif e de Gilberto Carvalho. Concluo que a oposição partidária(PSDB) não teria chance nenhuma sem a mídia, junho de 2013 e a própria ajuda do planalto.  Isso na verdade é péssimo, afinal pelo visto não discutiremos propostas para o Brasil. Dilma deveria chamar a oposição para o debate de idéias, de propostas. Sem rancor, sem medo, essa oposição não tem proposta é mais uma miragem.

  18. Se

    se,este é o que a mídia,oposição vem conjungando nos últimos anos.Agenda negativa,nada de noticias positivas do governo.Tentativas de golpe,as famosas balas de prata,verdadeiros tiros no pé.Chegamos ao extremo de um tribunal de exceção,onde ate o minimo respeito a um ser humano doente foi jogado no lixo . O  maior inimigo do PT,Dilma,são eles mesmos,seus mêdos,complacencia,inercia.Junte-se a isso a total dissociação da oposição como um todo (midia,elite,politicos) da nova realidade em todos os campos.Conseguem aqui e ali um estrago,um atraso, mas nada substancial para demoverem do poder,de convencimento da maioria da população de mudar.Não apresentam nada de alternativo,só criticas e isto não basta.E para salientar a tal agenda negativa,os tiros no pés,criaram um ambiente conservador,com extremismos pontuais.E agora vem com um candidato de biografia que confronta com este ambiente.Corre,e ja ha bastante tempo  nas redes e mesmo nas mesas e rodas de conversas,relatos de violencia contra a mulher,alcoolismo,consumo de drogas,de bon vivant,playboy.De um perseguidor implacavel de quem é opositor.E agora o sucesso da copa, em uma onda que vem de fora para dentro,bem no meio do ano da campanha,mais o tempo grande no horário eleitoral,sem contar todo o peso do fator LULA.O máximo que se pode acontecer de surpresas nesta eleição é ocorrer um segundo turno na eleição presidencial,e o PSDB conseguir se manter no governo de sampa,que sera a sonda de sobrevida do partido.O que espero que reeleito,o PT democratize a ultima trincheira do conservadorismo,como anunciado,com a “lei dos médios”.Assim definitivamente teremos segurança em todos os campos para prosseguir,com os avanços que a sociedade brasileira precisa,e ainda mais com implementação dos  conselhos.

     

  19. o mal falado

    Quando realizamos nosso dever com responsabilidade nem sempre somos querido ,hoje notamos que as pessoas são tão cruel quando humanas, procuram caracterizar  dicotomias  ou mostrando somente a parte negativa como o maior feito da pessoa ,passando assim uma falsa imagem dá mesma,sabendo que as coisa negativa são muito valorizadas pela midia que numa busca por audiencia manipula isso de forma devastadora omitindo o certo e deixando o duvídoso.

  20. o mal falado

    Quando realizamos nosso dever com responsabilidade nem sempre somos querido ,hoje notamos que as pessoas são tão cruel quando humanas, procuram caracterizar  dicotomias  ou mostrando somente a parte negativa como o maior feito da pessoa ,passando assim uma falsa imagem dá mesma,sabendo que as coisa negativa são muito valorizadas pela midia que numa busca por audiencia manipula isso de forma devastadora omitindo o certo e deixando o duvídoso.

  21. Nassif,
    Não sei se você

    Nassif,

    Não sei se você escreveu este artigo antes de ver a convenção do PT. Parece que sim, uma vez que você botou a Dilma em pé de igualdade com Aécio e Campos na falta de propostas quando ela apresentou uma plataforma que lembra o PT de antes da “Carta aos Brasileiros (ricos)” do Lula. 

    1. PROPOSTA DO PT?

      Que proposta se espera do PT,, além de continuar com trabalho que vem construindo neste país? O que o PT propõe é continuar com melhor distribuiçao da renda, livrar da dependencia do capital internacional, do qual fomos verdadeiros reféns, por decadas, promover conciência de que este país é dos brasileiros, onde estes  que devem ditar as regras. Valorizar nossa industria, nosso potencial produção agropecuária, as micro e pequenas empresas, continuar com profissonalizacão tecnica dos nossos jovens, continuar com expansão de vagas em cursos universitarios, levar a saude a todos. Isso já iniciou!!!! Vamos continuar???

      Muitas vezes damos muito valor ao que se fala mas o mais importante e exergar o que realmente fez, o que mudou, o que melhorou.

      BRASIL DE TODOS 

  22. Acho que o maior inimigo da

    Acho que o maior inimigo da Dilma é a grande mídia. Explico. Fui a um supermercado próximo da minha casa e pedi a ajuda de um empacotador para trazer minhas compras. Perguntei o que fazia além do trabalho. Pra minha surpresa, disse que cursava Ed Física numa faculdade particular. Elogiei e perguntei se beneficiava de algum programa de governo. Me respondeu que tem cinquenta por cento de descontos do Prouni. Elogiei o programa e ele me respondeu. O problema é a saúde. E logo emendou… é o gasto na copa. Essa é a pedra no nosso sapato que teremos que abolir.

    1. Agora imagina como fica a

      Agora imagina como fica a cabeça de um coitado que mesmo sobrando vagas em públicas o governo chuta esse  para fazer curso superior nas mãos de empresários gananciosos que ganha do governo por um lado e apoia o PIG em sala de aula,

  23. PSB-REDE + PT + PSDB = um governo de Transição Democrática

    PSB-REDE: ´Programa de REFORMAS´ ou ´Programas de Governo´.

    O artigo demonstra o desânimo perceptível com o ambiente eleitoral e a ausência de plataformas capazes de elencar ideias mobilizadoras e transformadoras que atenda às expectativas da população: “a eleição se fará em torno da chamada propaganda negativa. E o tom será dado pelos grupos de mídia. De ambos os lados, será a campanha do ´não´.”  Diz Nassif, observador atento.

    Não comungo desse desânimo e vejo momento inédito para uma campanha com um ´Programa de Reformas´. Esse é um espaço de debates estimulado, portanto vamos a ele, pois é que defendo dentro do PSB. E não vejo problema em provoca-lo perante ativistas vinculados ao PT ou ao PSDB, pois, é um grande debate nacional que nos interessa.

    Alexandre Tambelli reconhece em seu comentário que soaria falso o PT falar em reformas necessárias após 12 anos de governo. E o PSDB padeceria da mesma incoerência..

    Nos resta, pois, tal tarefa. Espero que a coligação PSB-REDE, com EDUARDO e MARINA, levante essa plataforma mudancista, numa clara convocação do eleitorado para a terceira via. E digam, claramente, que nenhum outro eleito, nem DILMA nem AECIO, terão condições de governabilidade sem as mudanças estruturais para uma ´nova política´.

    E essa terceira via atende aos anseios mudancistas da população, sem destruir as conquistas sociais e os avanços da economia dos últimos vinte anos. De fato, enquanto disputa eleitoral, DILMA e AÉCIO têm a obrigação de marketing eleitoral da apresentação aos eleitores dos velhos e manjados ´Programas de governo´. O programa do PT com as velhas promessas renovadas de continuidade das políticas sociais, controle da mídia, aceleração do crescimento via BNDES, ou do outro lado, os tucanos com a cantilena da globalização, da retomada das privatizações, garantia da liberdade da imprensa, da atração de investimentos estrangeiros e o enxugamento das máquinas públicas, redução de gastos públicos, como se isso fosse a melhor gestão.

    As campanhas negativas lembrarão a da volta do desemprego pelas privatizações tucanas, ou o mesquinho discurso da expulsão dos 25 mil ´companheiros´ dos cargos de confiança em todo o Brasil. A vasta artilharia da corrupção estará disponível para ambos os lados: ´mensalão´; trensalão; mensalão mineiro; Delta; Petrobrás; Abreu e Lima, Telebrás, Vale do Rio Doce. Dossiês disso e daquilo. Velhos e novos escândalos serão lembrados e relembrados. Figuras políticas carimbadas como FHC, Zé Dirceu, Zé Genoino, Eduardo Azeredo, Delúbio, Maluf e Sarney serão exibidas por um lado ou pelo outro..

    E não adianta chorar, a percepção do Ministro Gilberto Carvalho está correta, ele tem interlocução com os movimentos populares. Não só a elite, mas o povão acredita que o Ministro Joaquim Barbosa colocou ´ladrões´ na cadeia. Eles foram julgados e condenados, num inédito julgamento público, ao vivo na TV, por um Tribunal formado majoritariamente pelo PT. E contra fatos não há argumentos subjetivos que convençam. Quem anda de ônibus, trem, metrô, quem vai à feira, ao supermercado e à padaria, sabem disso: foi o Supremo Tribunal Federal que julgou e decretou em Sentença e os condenados estão cumprindo as penas por crimres de corrupção ativa e passiva: o refrão popular “ôooo o PT roubôouu”  está na boca do povo. Não só das elites brancas de São Paulo. 

    E, desculpem, não foi a mídia que levou a isso: foram as condições de governabilidade que o PT não teve condições, ou coragem, para as destruir. Era a doutrina dos fins justificando os meios que prevaleceram.

    O PT sempre foi visto como o partido da ética e do combate à corrupção. Suas alianças com Sarney, Maluf, Valdemar da Costa Neto, Roberto Jefferson e mais as condenações criminais de suas lideranças, justa ou injustamente, destruiram esse conceito. Nenhum país reforma a si mesmo, se suas principais lideranças políticas estejam estigmatizadas e sem credibilidade para fazer as mudanças que precisam ser feitas.

    Cabe à dupla MARINA/EDUARDO, com o menor tempo de TV, afiando o discurso e dizerem, reiteradas vezes aos eleitores, que tais ´Programas de Governo´, são impraticáveis pelas condições objetivas da política no Brasil atual. E dizer que as corrupções e desvios de recursos públicos denunciados pelos concorrentes de fato faz parte do ambiente político atual, e continuarão, sem as reformas estruturais indispensáveis.

    Precisam dizer que o padrão FIFA nos serviços públicos é possível, mas dependentes das profundas reformas nas instituições públicas e políticas do Brasil. E que essa terceira via apresenta à população um ousado mas necessário ´Programa de Reformas´.

    De forma clara e sincera, que EDUARDO/MARINA façam uma convocação cívica da população, para um governo de COALIZÃO DEMOCRÁTICA tendo em vista as reformas necessárias. Digam que a Constituição Cidadã de 1988 com 25 anos já cumpriu sua principal missão, consolidando o mais longo período de democracia de nossa jovem nação.

    Que precisamos de novos marcos regulatórios na política, na Justiça, na previdência e na carga tributária, de novo pacto federativo com a melhor distribuição de receitas para estados e municípios, descentralizando os recursos públicos e de condições de governabilidade para viabilizar os grandes projetos nacionais, inconclusos com a ênfase a prioridades da cidadania.

    E temos a oportunidade de dizer, pelas vozes de MARINA e EDUARDO, todos os dias, em 90 segundos de horário eleitoral que precisamos da Constituinte “Exclusiva e Reformadora” para os debates e aprovação das reformas  para os próximos 25 anos.

    Para ilustrar: a imagem de uma casa bem grande, desarrumada, sombria, com ratos e moscas saindo pelas portas e janelas, onde habitam pessoas tristes e desanimadas, muitas ainda dormindo do lado de fora. E ao final mostrar a casa transformada, nova, limpa, ensolarada, abrigando a todos: gente feliz e saudável.

    E dizer quais são as reformas estruturais necessárias para isso.

    A primeira e mãe delas, a REFORMA POLÍTICA visando à retirada de poder político dos velhos caciques, dando nome aos bois: Sarney, Barbalho, Renan, Maluf, Roriz que são representações políticas nocivas para a governabilidade do país.

    Dizer o que se deseja nessa reforma política: o fim das reeleições; a unificação do calendário eleitoral, em todos os níveis; eleições gerais e mandatos a cada cinco anos; o voto distrital misto.

    Dizer que as reformas, com apoio da maioria da população, visa consolidar em cada eleição uma maioria parlamentar junto com o poder executivo eleito.

    Dizer que o nosso programa não é “PROGRAMA de Governo” pois é um Programa de “REFORMAS CONSTITUCIONAIS” e que essas reformas precisam da redução do próximo mandato para três anos:  2015, 2016 e 2017 de trabalhos reformadores.

    Esclarecer que em 2015 será o da convocação e eleição de Constituintes Exclusivos para a redação da Constituição reformada. Em 2016 os debates, aprovação e outorga das Emendas Constitucionais. No final de 2017 com a Constituição reformada, as novas e primeiras eleições gerais.

    Em 2018 já assumem novos governadores, novos prefeitos, novos vereadores, novos deputados, novos senadores e novo Presidente da República, todos com mandatos coincidentes de cinco anos. É fácil explicar isso: a casa estará arrumada, sem ratos e sem moscas empesteando o ambiente.

    Se a população aprovar esse ´Programa de Reformas´, MARINA e EDUARDO estarão autorizados à convocação para essa tarefa indispensável, num clima de paz, e com ampla maioria parlamentar para convocação da Assembleia Constituinte Reformadora Exclusiva de um governo de COALIZÃO para a Transição Democrática, compartilhando com PT, PSDB, partes do PMDB e partidos ideológicos comprometidos com os direitos sociais e as garantias da cidadania.

    A conjuntura e as expectativas do país, aliadas à história da PSB, continuam colocando para MARINA e EDUARDO as condições para consolidação dessa 3a via, e nesse sentido deverão ser os passos do PSB-Rede para a campanha eleitoral, com uma plataforma de reformas institucionais.

    Em 1989 viabilizamos a ´Frente Brasil Popular´, com LULA-Presidente, atuando especialmente no segundo turno para a formação da maior coligação progressista de todos os tempos, trazendo COVAS e BRIZOLA, o que mudou a história política do país. A partir de então o povo passou a acreditar que, pelo voto, poderia utilizar a democracia para a disputa do poder.

    Em 1992, após o impedimento de Collor, o PSB ofereceu integral apoio ao vice-Presidente ITAMAR, compondo o ministério ao lado do PSDB, naquele momento de instabilidade política. Consumou-se tal governo, com a edição do Plano Real, que por si, criou condições para um período de prosperidade da nação.

    Em 2002 apoiamos a eleição de LULA no 2o turno e em 2010, deixamos de ter a candidatura do CIRO, em apoio a DILMA, participando ativamente dos governos petistas de 2002 até 2013. Ao mesmo tempo, mantivemos coligações em governos exitosos, estaduais e municipais com os dois partidos, em todo o Brasil.

    Em 2014, em todo o Brasil, o PSB tem coligações programáticas com candidaturas do PT e do PSDB, os dois grandes partidos nacionais, e sendo cabeça de chapas em diversos estados com apoio de um ou de outro e até de ambos.

    Em São Paulo, por exemplo, sem nenhum problema o PSB apoia e fez parte do governo estadual de Alckimin/PSDB e do municipal de Haddad-PT e estamos certos que ambos serão reconhecidos e reeleitos pela população.

    Por decorrência dessa história, somente o PSB, e somente em 2014, com a rara disponibilidade de lideranças nacionais do porte de EDUARDO e MARINA, afinados com o sentimento nacional de uma nova forma de se fazer política- a NOVA POLÍTICA – possuímos as condições ímpares para essa convocação cívica. Nenhum outro partido, e em nenhuma outra oportunidade histórica, houve tal condição excepcional no Brasil.

    Somente EDUARDO e MARINA, possuem condições políticas para convocarem LULA, FHC, DILMA, SERRA, SIMON, TARSO, AECIO, ALCKIMIN, LINDENBERG enfim, São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, R. G. do Sul, Paraná, todo o nordeste, todo o norte e centro-oeste para um grande entendimento nacional, com maioria parlamentar do que há de melhor no ambiente político nacional.

    Em 2014, somente o PSB tem condições de propor essa disputa cívica em vez da disputa eleitoral com o baixo nível prenunciado e cabe a MARINA e EDUARDO fazei-lo através da apresentação de um ´Programa de Reformas´ a ser implementado através de um Governo de COALIZÃO e Transição Democrática, cabendo a DILMA e AÉCIO, fazer a disputa eleitoral com as acusações recíprocas tão previsíveis nessa disputa eleitoral com seus velhos ´Programas de Governos´, não realizáveis.

    Com tal campanha, caberá à sábia soberania popular a escolha de um programa de reformas pelo bem da nação unificada ou, escolher um lado, mantendo o país dividido entre ´nós x eles´ através da ilusão marqueteira de um `Programa de Governo´ sujeitando o país à ingovernabilidade das maiorias negociáveis com os orçamentos públicos que tanto infelicitam a nação.

    José Roberto F. Militão, ativista contra o racismo e por direitos humanos.

    Membro do Diretório Estadual do PSB/SP.

     

    1. É pra rir ou é pra

      É pra rir ou é pra chorar? 

      Então o PSB está com os tucanos em SP pq são bons e serão reeleitos… Aham… E se a Dilma for reeleita, foi o acaso… “Oooo o PT roubou”, mas não aconteceu nada demais em SP, imagine.

      São Paulo, fora de região metropolitana, deixou de ser um bolsão conservador…. Aham… E o Eduardo vai explicar o que é Socialismo para os Yellow Blocks. Deve ter aprendido com o Roberto Freire.

      Terceira via, discursinho mais batido e enganador.  A Marina, com todos os seus defeitos, já tocou na ferida desse partido em suas alianças que nada tem a ver com a tal nova política. Aliás, nada mais absurdo que essa história de  partido hóspede e hospedeiro.  Com prazo de validade…  Inventam palavras para definir o absurdo, como sinergia…   

      Aécio pode se tornar presidente, mas Eduardo Campos não será de forma alguma.  E se fosse, iria governar da pior forma possível, sem base, com uma vice de conveniência – Uma Frank Underwood de saias, quem sabe, bancada com o dinheiro do Itaú, doidinha pra sentar na cadeirinha do Dudu…

      Na boa, a gente já sabe o que esperar do Aécio… No perde-ganha da política, já posso imaginar os beneficiados… No caso do Galeguinho, é o horror, o imponderável, o discurso camaleão somado ao blablarismo. Não é esquerda, não é direita,  não é o centro, não é o novo, não é o velho, é qualquer coisa maluca, somada ao ambientalismo de grife da ressentida… Pra mim, é o caos.

      To fora, viu.

       

      é uma vergonha a Erundina nesse partido. Coitada.

       

       

       

       

       

    2. Militão, muito boa analise
      Militão, muito boa analise até a metade, onde eu li, discordo apenas quando você diz que o PT não se identifica coma Reforma Politica que só ele propôs e ninguém apoiou. Tal qual Gunter e Torino, você apresenta uma proposta de mudança muito mais ampla e profunda que a defendida hoje por Campos e marina. Campos se limita a acabar com a reeleicao como se fosse suficiente, Narina s contenta com “iluminuras”.

    3. Que mudanca procuras?

      O país ,com este governo,  esta melhor  ou pior do que o governo anterior? 

      Na economia? Na educação? Na saude? No crédito ao setor produtivo? Na distribuição de renda? No investimento? No combate à corrupção? 

       

      Vamos todos refletir sobre a condição , nos que temos mais de 30 anos de idade, que tivemos a oportunidade de viver neste país noutro momento, tirar uma coclusão deste atual governo.

      As mudanças foram profundas, temos muito o que melhorarmos, muito a fazer, mas temos a felicidade de estarmos no caminho, nos livrando da dependencia do capital estrangeiro, expandindo as oportunidade às universidades, levando  a saúde a todos, valorizando o setor  produtivo, capacitando nossos jovens para o mercado de trabalho, retirando da pobreza milhares de pessoas com melhor distribuição de renda, investiindo na infra-estrutura como estradas, portos,  aeroportos, cambatendo  a corrupção, nunca a Policia Federal Trabalhou tanto.

      Vamos dar a chance de cocluirmos um trabalho que já iniciou.

       

       

       

       

  24. ACABOU PARA PT

    Amigos, acabou para Dilma/Lula, não tem mais argumento, chegou a vez da oposição. Pergunto, será que tem condições de reorganizar o país?

    1. Aionda não vi propostas

      Aionda não vi propostas concretas da oposição. Nem do Aécio nem do Eduardo Campos. Da Dilma já li o tal Plano de Transformação Nacional e gostei.

  25. Hmmmmmmmmmmm…

    Talvez os candidatos que melhor se apropriem das seguintes ideias, com passos concretos para implementá-las, saia na frente. E isso inclui uma estratégia para traduzir isso de forma simples e direta para o povão, bem como ter um plano geral melhor definido para ser lido e compreendido por pessoas com mais tempo e disposição:

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-06-22/brasil-esta-diante-da-agenda-da-vida-da-liberdade-defende-filosofo-da-usp.html

  26. Dilma e o PT não têm programa ?

    Acabar com a miséria não é o programa mais importante que já foi feito no Brasil ?

    Será que a transposição do São Francisco por si só, já não constitui um dos programas mais revolucionários da história do Brasil ?

    O pré-sal e seu modelo de exploração, já não seria outro programa para os próximos 50 anos ?

    A destinação dos recursos do pré-sal para educação, não seria outra revolução ?

    Na área de desenvolvimento tenocógico, talvez o governo mereça fortes críticas. Mas daí dizer que não existe programa….

  27. Campanha do “não”.

     

    Tá bom, esse foi o “não” par ao governo.

    que tal falar do “ão” para a “pobre” oposição sem plataforma, como apssado duvidodso, com a rejeição do FHC, com camabaleante Aécio…que tem ele a oferecer, pois estão cheio de não: não sabem o que fazer.

  28. O povo não é bobo

    “Os notórios problemas de gestão que enfrenta dificilmente serão convertidos em temas de campanha da oposição, devido à dificuldade do chamado “povão” assimilar esses conceitos.”

    O povão é quem mais entende de gestão, não os eletricistas pagos para dar choques.

    Ele frequenta os hospitais, as escolas e as ruas. Sabe muito bem o que acontece neles.

    Não depende de propaganda nem de consultores para formar sua opinião.

    Se ele estiver satisfeito, ou se achar que está melhorando, vai votar no governo.

    Se não, não!

     

  29. “Acabou para a Dilma/Lula/PT”

    “acabou… não tem mais argumento”…
    aparece num comentário aí para cima, aparece em vários outros – como se já tívéssemos tido o tempo dos argumentos, né!?
    São comentários que resumem a arrogância dos patrões e servilidade da classe média – de onde sairá a orquestração do “tsunami”.

    Taí o mote da campanha (Mídia+Patrões+Tribunais+ClasseMédiaRessentida): “é para acabar” !

    Ou seja “solução final” ! Mais claro que isso… nem precisa desenhar, né, a arrogância vai jogar pesado !

    Se estamos já enojados diante do “trabalho” de nossa mídia (mentir, distorcer, ocultar, difamar…), temo pelo que virá.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador