Parcialidade de Moro e Vaza Jato repercutem no Financial Times

Jornal lembra que Moro se "beneficiou politicamente" de uma decisão jurídica tomada por ele: a condenação e inabilitação eleitoral de Lula

Jornal GGN – O Financial Times repercutiu neste final de semana a crise em torno de Sergio Moro como ex-juiz da Lava Jato, enquanto a Polícia Federal – agora sob sua batuta – promove investigação contra grupo que teria hackeado conversas de Telegram de autoridades públicas.

O jornal destacou que, no mérito, o que está em jogo é a parcialidade de Moro como ex-juiz de Lula, pois as mensagens divulgadas pelo Intercept Brasil mostrariam como a Lava Jato agiu “politicamente” e em conluio entre Ministério Público e Justiça Federal.

O jornal chega a disseminar, contudo, a versão de Moro, de que os hackers presos há algumas semanas na Operação Spoofing seriam os responsáveis pelos vazamentos ao Intercept – site que o FT classificou como de “esquerda”.

Moro propagou a sua autodefesa, alegando que os vazamentos são uma tentativa de anular decisões da Lava Jato que foram confirmadas por instâncias superiores, que não teriam feito parte do conluio entre o ex-juiz de Curitiba e os procuradores.

Em última instância, se as decisões são anuladas, o combate à corrupção começa a perder força.

Mas o FT destacou, ainda, que a crise em torno da credibilidade do ex-juiz vai além das mensagens, pois críticos independentes sempre apontaram abusos praticados na operação. E a parcialidade de Moro foi colocada em xeque por ele mesmo, quando decidiu aceitar o convite de Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça.

“Juntar-se a um governo tão divisivo levantou questões sobre a neutralidade política de Moro. Para muitos brasileiros, o fato de a vitória de Bolsonaro ter sido possível pelo veredicto de culpado contra Lula da Silva – que vinha liderando as pesquisas de opinião até então – deixou um gosto ruim. Moro parecia estar se beneficiando politicamente de suas próprias decisões como juiz”, escreveu o jornal.

De maneira sutil, o FT tenta passar a ideia de que o combate à corrupção no Brasil e na América Latina corre o risco de ser freado, embora considere impossível devolver as instituições e suas relações com grandes empresas ao estado de coisas ilícitas que aconteciam antes da Lava Jato explodir e alcançar governos no continente.

Para o FT, as “revelações [do Intercept] ainda não levantaram nenhuma questão séria sobre as provas que prenderam Lula da Silva em acusações de suborno em 2017. (…) No entanto, as conversas vazadas lançam dúvidas sobre os motivos de um juiz que alegou que ele estava agindo de forma imparcial e levanta a questão de saber se Lula da Silva recebeu um julgamento justo quando o caso foi ouvido pela primeira vez pelo Sr. Moro. Também alimentou um retrocesso regional mais amplo contra as cruzadas anticorrupção dos últimos anos.”

Leia a matéria na íntegra aqui.

 

Redação

8 Comentários

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    1. Só uma pequena correção, o Financial Times é Londrino. Ou seja, nasceu em Londres em 9 de janeiro de 1888 e por lá continua. Mas, cabe dentro deste comentário bem passado – alguns dirão, ao ponto – a assertiva de que trata-se de um + dos ‘States’, pois, o que os une ou desune, é o mar. A prática em face do restante do mundo, é a mesma.

  1. Oportunidade de ouro para o judiciário corrigir seus mal feitos sem custo do desgaste junto a grande parcela dos aficionados ” lavajateiros “.

  2. O jornal FT sempre se notabilizou pela sua imparcialidade dentro dos mais nobres critérios jornalísticos. Nisto os extremos ideológicos são unânimes em apoiarem a sua linha editorial.

  3. Segundo o jornaleco inglês,o intercept não apresentou nenhuma questão séria sobre as provas que condenaram o presidente Lula.
    Evidente que não! Não tem provas contra o presidente Lula e,isso, o intercept mostrou nas conversas do camisa preta do Paraná e de seu moleque de recados.

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