Propina? Políticos e jornalistas associam joias para Michelle Bolsonaro à propina por venda de refinaria

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Deputado federal já defende instauração de CPI para apurar relação entre as joias e a venda de refinaria da Petrobras a um fundo árabe

Em meio às notícias de que o governo Bolsonaro não seguiu o rito junto à Receita Federal para adicionar as joias que Michelle Bolsonaro ganhou da Arábia Saudita ao acervo da Presidência da República, políticos e jornalista usaram as redes sociais para questionar a cobertura que a grande mídia tem dado ao caso, sem associar o “presente” avaliado em R$ 16 milhões à hipótese de recebimento de propina pela venda de uma refinaria da Petrobras a um fundo árabe.

O economista e youtuber Eduardo Moreira criticou os jornais em mensagem no Twitter, e taxou as joias direcionadas à esposa de Jair Bolsonaro de “propina”. “Presente?!?!? Vai ver se eu estou lá na esquina, mídia sem vergonha! Presente é caixa de chocolates. 17 milhões de reais em joias é PROPINA! CORRUPÇÃO!”, disparou Moreira.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT) também comentou na rede social: “Inacreditável que poucos tenham feito a conexão entre o ‘presente’ dado pela Arábia Saudita à família Bolsonaro e a venda pela Petrobras de uma refinaria para um grupo da Arábia Saudita. Coincidência, né?”

O deputado federal Pedro Uczai (PT) defendeu que o Congresso instaure uma CPI para apurar “a venda de uma refinaria da Petrobras para o fundo árabe Mubadala e o ‘presente’ de 16.5 milhões para Michele Bolsonaro.”

A deputada federal Natália Bonavides (PT) chamou Bolsonaro de corrupto pela tentativa de apropriação das joias. “CORRUPTO! Bolsonaro movimentou três Ministérios para reaver ILEGALMENTE joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas na alfândega.”

A deputada estadual do PT-RJ, Elika Takimoto, endossou as críticas: “Presente é o que recebemos quando comemoramos alguma coisa. Se algo no valor de 16,5 milhões de reais é oferecido depois de ter sido comprado uma refinaria a preço de banana, isso tem outro nome.”

Jornalistas questionam “presente”

O repórter do jornal O Povo, Carlos Mazza, também associou a venda da refinaria ao “presente” para Michelle. “Michelle fez piadinha com o tal presente das arábias, só que tem áudio de ministro do Jair dizendo que as joias eram sim presente para a primeira-dama. Ministro das Minas e Energia. Da pasta que privatizou uma refinaria para um fundo árabe. Um militar.”

O jornalista Guga Noblat também fez uma série de postagens no Twitter sobre as joias, inclusive cobrando o ex-juiz Sergio Moro a se manifestar sobre os indícios de corrupção. Em outra mensagem, Noblat escreveu: “51 imóveis com dinheiro vivo e joias escondidas numa mochila, faz joinha quem foi trouxa de achar que Bolsonaro combateria a corrupção.”

O jornalista Leonardo Attuch, do Brasil 247, também ironizou o fato de a grande mídia não estar associando o “presente” aos negócios com os árabes. “Comovente esforço da imprensa em contar só metade da história dos diamantes, ao falar em “presente” ao estado brasileiro. Nenhum jornal questiona o porquê da propina nem faz a conexão com a entrega da refinaria da Petrobrás. Detalhe: o ‘presente’ foi dado ao ministro de Energia.”

A refinaria negociada com os árabes

A venda da refinaria Landulpho Alves “por metade do preço” – cerca de 10 bilhões de reais – para um fundo árabe foi objeto de questionamento a Bolsonaro pelo então presidenciável Ciro Gomes, durante um debate eleitoral na eleição 2022.

O anúncio foi feito pela Petrobras em novembro de 2021. Quem trouxe o pacote de joias ao Brasil, e depois mobilizou esforços para tentar desbloquear o “presente”, foi o ex-ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Bento Albuquerque. Ele disse a GloboNews que não sabia do conteúdo da caixa, apenas que se tratava de um “presente de Estado”.

Neste domingo (5), a CNN Brasil informou a existência de um segunda pacote de joias dado de presente pelo governo saudita à família Bolsonaro.

O ministro da Justiça, disse que os fatos podem configurar crime de descaminho e lavagem de dinheiro, e afirmou que a Polícia Federal investigará o caso.

“Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira”, escreveu Dino nas redes sociais.

6 Comentários

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  1. O COISO ACRESCENTA MAIS UMA TRAPALHADA AO SEU EXTENSO CURRÍCULO DE MAL FEITOS. ELE DEVE VOLTAR AO BRASIL PARA SUA PUNIÇÃO PELOS CRIMES PRATICADOS E RECEBER O TROFÉU “CARA DE PAU! DO SÉCULO.

  2. Onde é que isto é propina, O Bolsonaro e a Michelle são exemplos de pessoas de BEM, nunca fariam isto. São sim pessoas de BENS obtidos pela corrupção só a boiada não reconhece. Só estas Jóias são mais de 8 vezes o Triplex da Justiça TABAJARA.

  3. Que fim levou a história do Sen. do Val !?
    A imprensa parece criança que acha um novo brinquedo e esquece os outros.
    Não que este brinquedo não seja interesante.

  4. Enquanto grande numero de pessoas faleciam de covid, em grande parte devido ao negacionismo do Bolsonaro e Comandita, a Dona Micheque ganhava jóias raras, nessa terra de gigantes que trocam vidas por diamantes.

  5. Ninguém tinha ciência do conteúdo da CAIXA DE PANDONDOCA, nada obstante o Bolsonaro, segundo ele próprio, teria que pagar 50%, ou seja, teria que pagar R$ 8 milhões. Da onde arranjar R$ 8 milhões, meu Deus do céu? Ele é um cara, é uma pessoa que não tem bens para bancar tudo isso aí. Então tenta-se subornar, dar carteirada, fazer o que for preciso para que os presentinhos de Micheque cheguem às suas mãos e ao seu pescoço grosso e suas costas largas. Ponto final. Queiroz faz um depósito prá nós.

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