Reorganização política em marcha lenta; assista

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Na TV GGN 20 horas, Luis Nassif e Marcelo Auler conversaram com a professora e pesquisadora Maria do Socorro Braga

Maria do Socorro Braga, professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos. Foto: Reprodução/Jornalismo Junior

Jornal GGN – A reconfiguração dos partidos políticos foi tema de debate na TV GGN 20 horas desta quarta-feira (22/12), quando os jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler conversaram com  a pesquisadora Maria do Socorro Braga.

Ao comentar sobre os dados de covid-19, Nassif lembra que as informações referentes ao Brasil continuam fora do ar. “É vergonhoso o Ministério da Saúde fora do ar ainda”.

“Nós temos um ministro negacionista, um ministro que se precisar colocar criança em risco para puxar o saco do presidente, ele faz”, diz Nassif. “Não tem lógica um órgão de governo, central hoje, ficar esse tempo todo fora do ar”

Quanto aos dados mundiais, a trajetória de casos na média de sete dias subiu 13,1%, e 11,7% em 14 dias – “o Brasil tem 0,5% da semana porque os dados não existem lá fora”. Dentre os países com maiores casos per capita, nove são europeus e um é asiático.

A lambança causada pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, em torno do reajuste salarial apenas para os policiais também foi alvo de debate.

“Bolsonaro quer o apoio dos policiais porque, quando começar a violência ano que vem, ele quer a adesão da Polícia Federal e Militar”, diz Nassif. “Daí ele dá um aumento para a Polícia Federal, daí os fiscais da Receita entram em greve, o Banco Central ameaçando entrar em greve… é um trapalhão sem nenhuma dúvida”.

Reconfiguração política

“Um ponto relevante para a gente tentar entender agora é para onde vão os partidos políticos. Está um caos aí”, diz Nassif. “Você tem no Chile a ascensão da esquerda vencendo as eleições, tem a direita se organizando em algum ponto; aqui no Brasil você tem essa figura esdrúxula de partidos com dono, que passa de pai para filho”.

Para falar mais a respeito, Nassif e o jornalista Marcelo Auler conversaram com a professora Maria do Socorro Braga, da UFSCAR.

“Os partidos passam não só no Brasil, como também na Europa e, pior ainda, em alguns países vizinhos, os partidos passam por um momento realmente muito difícil”, diz Maria do Socorro.

“Os partidos, digamos assim, eles foram pensados para a democracia liberal, digamos assim, funcionar do ponto de vista da representação política, a gente ter esses meios, os partidos políticos, como um meio de fazer a vinculação entre sociedade e Estado”.

Maria do Socorro lembra que a democracia é impensável sem partidos políticos, mas os partidos de lá para cá e a democracia liberal, em termos de regime político, vem passando por fases difíceis, “especialmente nesses últimos cinco anos com o crescimento de vários políticos populistas autoritários”.

“Esse crescimento desses atores (populistas autoritários) vem tentando justamente derrubar ou se colocar contrários à elite política dos vários países nacionais – em alguns menos, outros mais”, diz Maria do Socorro.

“No Brasil, por exemplo, Bolsonaro se elegeu contrário. Sempre foi antipolítico, ele vai tentar governar no início sem ter partido na base, sem formar uma coalizão governamental, mas depois ele viu que não conseguiria”.

Na visão da pesquisadora, tal percepção se deu devido à tradição no país de se compor coalizões para governabilidade. “Então ele viu que, sem a coalizão, ele não conseguiria governar. E ele, então, vai fazer a coalizão com os partidos fisiológicos do chamado Centrão”, ressalta.

Segundo a professora da UFSCAR, o ano de 2018 marcou uma grande inflexão no sistema partidário brasileiro, sendo inclusive considerado por ela um “ponto fora da curva”.

“A gente tinha um período de 1994 até 2014, se a gente olhar, de estabilidade, de relativa estabilidade. Esses partidos funcionavam dentro dessa lógica de democracia liberal (…)”, pontua a pesquisadora da UFSCAR.

“Em 2018 realmente houve uma desorganização do nosso sistema partidário. Em 2020, a gente viu uma tendência que começou a dar uma reorganizada, eu penso – ainda devagar, com certeza a gente precisa ter mais alguns pleitos para avaliar o quanto vai ser possível retomar o fluxo (…)”, diz Maria do Socorro.

Acompanhe mais sobre a análise do cenário político-partidário na íntegra da TV GGN 20 horas. Veja mais clicando no vídeo abaixo!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador