Todos que estão no governo, não importando o partido, serão

Todos que estão no governo, não importando o partido, serão beneficiados com o horário de TV no segundo turno.

Escuta-se muitas vezes nas criticas políticas de TV e outras mídias que os candidatos de oposição quando vão para o segundo turno ganhando o tempo igual de TV que o de situação, concorrerão com melhores condições que no primeiro turno.

A grosso modo a análise parece correta, o candidato de situação que por exemplo tem 7 minutos e o de oposição que tem 2 minutos ficarão mais equilibrados no segundo turno tendo os dois 10 minutos.

Sem considerar as inconsistências que podem haver no discurso de um ou outro, o de situação terá uma vida muito mais confortável que o de oposição, pois a prática não é como está acima descrita.

Num primeiro turno, o candidato de situação na realidade tem 7 minutos e a oposição tem 13 minutos. Num primeiro momento num debate eleitoral tem-se um candidato de situação e mais de cinco candidatos de oposição, ou seja, nestes debates a desproporção é cavalar, são cinco contra um.

Diferentemente às campanhas eleitorais européias, não há no Brasil praticamente nenhuma divisão entre blocos de mais a esquerda e mais a direita, a crítica dos candidatos mais a esquerda ou mais a direita aos candidatos que estão na situação são baseadas não no programa, mas sim em fatos ou versões de escândalos, negociatas ou quaisquer desvios da política convencional ficando mais um relato do tipo crônica policial do que campanha política.

Candidatos que se dizem posicionar a esquerda do partido governante não fazem uma crítica à esquerda dos seus opositores, fazem exatamente a mesma crítica moralista dos candidatos de direita. Quem mais inaugurou este tipo de comportamento nas campanhas políticas foi a ex-senadora expulsa do PT, Heloísa Helena, que em 2006 disparou uma série de ofensas ao então presidente Lula que mais mereceriam estar em páginas policiais do que de campanha política.

Os candidatos que se põe a direita do partido governante também se apóiam em críticas do mesmo teor.

Quando o candidato está no que se configura direita, ele também sofre o mesmo tipo de ataque de todos os seus adversários.

Em resumo, estando no governo tem que provar que não roubou ou favoreceu gangues, e a última coisa que é exigida é o programa de ação do seu provável governo.

Com somente dois candidatos fica bem mais simples para quem é governo, rebater críticas de um lado só, que terá nas suas hostes personagens obscuras da nossa política, presente em todos os partidos.

Num segundo turno, nos 10 minutos que o candidato de oposição tem ele terá que desenvolver o que ele pretende fazer, e neste desenvolvimento às contradições que todo o grupo político tem, começam a ficar mais evidente.

O povo brasileiro não gosta de candidatos que passam a maior parte do tempo desconstruindo os outros sem construir a si mesmo, ele quer propostas objetivas e aí que mora o problema. Muitas campanhas são construídas por promessas infactíveis, programas irrealizáveis e caminhos obscuros para atingir os objetivos centrais do programa. Para os candidatos de situação todos estas mazelas programáticas já estão escancaradas na atuação do governo, sendo que cabe ao candidato em mostrar o que pretende fazer para corrigir o seu rumo, ou seja, enquanto o discurso da oposição deverá ser integral o da situação será incremental.

Além do desempenho da propaganda corrente, há os debates, onde se passa de um rito de “malhação de Judas”, para o debate entre duas posições, o candidato de situação não precisa no seu um quinto do tempo (no caso de cinco candidatos) tentar responder as críticas indiretas de quem o interroga mais a claque dos outros candidatos.

As possibilidades de segundo turno já estão quase que definidas no atual momento, e as pedras virarão vidraças, ficando com o ônus de provar que sua proposta supera ao existente, dentro não mais de hipóteses que muitas vezes não procuram demonstrar a prova, mas sim de raciocínios completos com princípio meio e fim.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador