Veja libera áudio em que Wajngarten aponta “incompetência” na compra da vacina da Pfizer

"Incompetência, incompetência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando na negociação e, de outro lado, um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 x 1"

Jornal GGN – A revista Veja divulgou na tarde desta quarta (12), após apelos da CPI da Pandemia, um trecho da entrevista gravada do ex-chefe da SECOM, Fabio Wajngarten, mostrando que ele afirmou à publicação ter havido “incompetência” por parte do Ministério da Saúde na negociação da compra de vacinas da Pfizer.

Veja indagou a ele se foi por “negliência ou incompetência” que o governo Bolsonaro perdeu a oferta feita pela Pfizer no segundo semestre de 2020. “Incompetência, incompetência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando na negociação e, de outro lado, um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 x 1”, diz Wajngarten no áudio divulgado.

À CPI, ex-SECOM mudou de postura e tentou poupar Jair Bolsonaro e Eduardo Pazuello – a quem chamou de “corajoso” por assumir o Ministério da Saúde durante a crise sanitária – de críticas. Para isso, ele tratou Veja como uma revista mentirosa que quer vender manchete.

Questionado sobre a reportagem que revelou suas investidas junto à Pfizer após tomar conhecimento de uma carta do laboratório ao governo que estava há 2 meses sem respostas, Wajngarten primeiro negou que tenha chamado Pazuello de incompetente. Depois, ele admitiu “incompetência” na questão da Pfizer, mas frisou que ela decorria da “burocracia” e do “excesso de formalismos”.

Para ele, Bolsonaro recebeu a carta da Pfizer, mas quem tinha a obrigação de responder eram seus ministros. Por outro lado, como nenhum ministro procurado anteriormente pela Pfizer respondeu, Wajngarten decidiu burlar a “burocracia” e tentou intermediar conversas entre a Pfizer e Bolsonaro. Segundo ele, após ter conversado por telefone com o CEO do laboratório americano, Bolsonaro disse que compraria a vacina assim que tivesse aprovação da Anvisa.

Em setembro de 2020, na carta a Bolsonaro, a Pfizer diz que procurou antes os ministros da Economia e da Saúde para tratar do contrato de adesão ao imunizante que era “promissor” e poderia ser a solução para “mitigar” a pandemia no Brasil. Como não obteve resposta, enviou a carta ao presidente da República com cópias para os ministros da Casa Civil, Saúde, Economia, vice-presidência e embaixada.

Para reservar as doses, a Pfizer pediu “celeridade” na resposta do governo brasileiro. Bolsonaro não comprou e vem alegando publicamente que não havia “cláusulas leoninas”.

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