Uma pandemia, diversos mundos, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Os norte-americanos acreditam que são super-heróis, mas não parecem muito dispostos a jogar "roleta russa" ou "roleta brasileira 2021". Eles têm muito medo de morrer. Nisso eles são semelhantes aos ingleses. 

Uma pandemia, diversos mundos

por Fábio de Oliveira Ribeiro

A pandemia é um excelente episódio para entender as diferenças sutis e imensas entre os povos.

NORTE-AMERICANOS

Expectativa: plantar batatas em merda humana para não passar fome em Marte e falar com a Terra usando a internet colocada lá por Elon Musk.

Realidade: longas filas para conseguir alimentos e o risco de morrer de fome por causa da escassez causada pela pandemia nos EUA.

BRASILEIROS

Expectativa: entrar na fila para ser vacinado e/ou continuar vivendo como se o vírus COVI-19 não fosse letal.

Realidade: o governo de Bolsonaro não comprou vacinas e seringas descartáveis; 200.000 já morreram e os enterros continuarão a aumentar em 2021.

É fácil ver as diferenças entre esses dois povos.

Os norte-americanos parecem condenados a viver no espaço entre a ficção e a realidade, sempre com um medo exagerado da fome devido ao colapso da civilização. Os brasileiros gostam de viver bem e não se importam muito se sobreviverão ou não à pandemia.

Existe uma grande semelhança entre “roleta russa” e “roleta brasileira 2021”. No entanto, colocar apenas uma bala no tambor do revólver antes de girá-lo aleatoriamente para puxar o gatilho com o cano da arma na cabeça pode ou não matar o jogador. Manter a vida normal como se a pandemia não existisse ou não fosse letal pode matar famílias inteiras, como já está acontecendo no Brasil.

Os norte-americanos acreditam que são super-heróis, mas não parecem muito dispostos a jogar “roleta russa” ou “roleta brasileira 2021”. Eles têm muito medo de morrer. Nisso eles são semelhantes aos ingleses.

Mas, ao contrário dos norte-americanos, os ingleses parecem acreditar que são invulneráveis ​​em sua ilha. Boris Johnson já enviou navios de guerra para patrulhar as águas territoriais inglesas no Canal da Mancha com o objetivo de evitar que o vírus europeu entre na Inglaterra após o Brexit.
Fábio de Oliveira Ribeiro

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