Jornal GGN – Após a Câmara Federal não aprovar o fim das coligações, o presidente do PSB, Márcio França, “comunicou ao PPS ontem [3/6] que o PSB tinha desistido da fusão.” A informação é do jornalista Ilimar Franco (O Globo).
De acordo com coluna publicada na quinta-feira (4), a decisão foi tomada após conversa, em Recife, com o prefeito Geraldo Júlio e o governador Paulo Câmara. “Mas, para manter o conto de fadas, Márcio acenou com novo flerte em 2017, passadas as eleições municipais. O PPS foi surpreendido. Ele aposta na criação de uma terceira via para disputar a eleição presidencial de 2018.”
Ainda segundo Ilimar, os líderes do PSB em Pernambuco estavam “contrariados com a ascensão de Márcio França”, que vinha negociando a fusão e a entrada da senadora Marta Suplicy no partido. “Eles se ressentem de terem sido alijados do processo.”
“Diante dessa resistência poderosa e simbólica, Márcio e os seus optaram pelo abandono do projeto. Eles teriam que bancar um confronto com o PSB de Miguel Arraes/Eduardo Campos. Passaram a considerar também a perda do controle da legenda. Os desdobramentos desse embate na convenção poderiam reanimar o grupo do ex-presidente Roberto Amaral, nomeado pela presidente Dilma, conselheiro de Itaipu.”
PTB e DEM também desistiram da fusão.
Por Fábio Martins
Com coligações, fusões ficam apenas no papel
Do Diário do Grande ABC
A decisão da Câmara dos Deputados de manter a coligação proporcional para eleição de parlamentares federais, estaduais e vereadores fez com que as fusões entre DEM e PTB e de PPS e PSB, bem encaminhadas, fossem descartadas pelas cúpulas nacionais. Nesta semana, o PTB anunciou oficialmente que desistiu de unir forças com os democratas. Entre socialistas e popular-socialistas, o cenário de renúncia da parceria ainda não foi consolidado, mas há líderes da legenda que creem que dificilmente o elo será levado adiante.
Expoentes de PTB, DEM, PPS e PSB analisaram não ver vantagem com a fusão depois que a coligação proporcional foi mantida. Com esse método de disputa, parcerias eleitorais podem ser firmadas a cada eleição sem necessidade de formação de bloco institucionalizado.
Já havia discussão áspera nas siglas com relação a quem comandaria os partidos resultantes das fusões e como seriam repartidas as cotas do fundo partidário. O cenário de falta de ideologia central em nível nacional também corroborou – em diversas cidades e Estados esses partidos são rivais locais, o que poderia provocar constrangimento político.
Deputado estadual, integrante da executiva paulista do PSB e filho de Márcio França (PSB), vice-governador de São Paulo, Caio França confirmou que a fusão já esteve mais próxima de sair do papel. Ele citou como um exemplo de incongruência eleitoral o posicionamento de PSB e PPS na Bahia. Lá, o PSB apoia formalmente o governador baiano Rui Costa (PT), afilhado de Jacques Wagner (PT), hoje ministro da Defesa. O PPS, além de se opor a Costa, defende firmemente a administração do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), rival do PT.
Reunião marcada para o fim do mês entre as cúpulas nacionais do PSB e PPS foi adiada. Em abril, lideranças das legendas posaram para fotos de mãos dadas ao anunciar a fusão. Caio não descartou aliança informal majoritária neste momento, que pudesse já servir para as eleições municipais do ano que vem, e formalizar a junção apenas em 2017, sem a obrigatoriedade de sentenciar as coordenações às pressas. “Ficaria o compromisso de fusão, mas legalizaríamos daqui dois anos. É possibilidade real, adiando a data do acordo.”
Presidente estadual do PTB e secretário-geral do partido na esfera nacional, o deputado Campos Machado afirmou que a fusão com o DEM foi engavetada por conta de condições impostas por democratas. “A incorporação é coisa do passado. Vamos, juntos, continuar a escrever a história que todo partido gostaria de ter”, pontuou Campos, evitando expor os detalhes que emperraram a parceria definitiva.
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