Movimentos sociais protestam contra PEC e pedem referendo

Jornal GGN – Depois da aprovação no Senado da Proposta de Emenda Constituição (PEC) 55, que congela os gastos públicos por vinte anos, movimentos sociais foram às ruas para protestar contra a medida em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

O objetivo da mobilização de estudantes, profissionais da educação e da saúde, entre outros, é levantar a bandeira do referendo, para que a medida só possa ter validade caso aprovada em consulta popular.

Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), considera a PEC o maior retrocesso do país desde a ditadura militar. “Nenhum lugar do mundo se fez isso. É deixar o Estado brasileiro de joelhos para o rentismo financeiro”, afirmou.

“Hoje, as pesquisas já mostraram que apesar de toda a propaganda do governo, a maioria do povo é contrário à PEC. O que o Parlamento decidiu vai em sentido contrário aos anseios da população”, ressaltou Boulos.

Na votação de ontem no Senado Federal, a proposta teve 53 votos a favor e 16 contra, com somente quatro acima do necessário para que ela fosse aprovada.

Leia mais abaixo:

Da Rede Brasil Atual

Referendo popular para PEC 55 passa a ser bandeira de movimentos sociais

“Essa PEC é o maior retrocesso aprovado no país desde o fim da ditadura militar. Congelar gastos sociais por 20 anos é uma coisa inconcebível”, afirmou Guilherme Boulos, da Frente Povo sem Medo

Apesar da aprovação em caráter terminativo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 pelo Senado, movimentos sociais saíram às ruas para protestar durante todo o dia de hoje (13). Manifestações organizadas por estudantes, profissionais da educação, da saúde, Frente Povo sem Mede e Frente Brasil Popular ocorreram em diversas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. A intenção é manter o clima de resistência até o início do ano e levar a bandeira do referendo, para que a PEC 55 só possa ser validade se for aprovada por consulta popular.

O principal ato de São Paulo reuniu hoje dezenas de organizações. A movimentação começou no final da tarde na Praça do Ciclista e seguiu em marcha pela Avenida Paulista. O coordenador nacional do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que a PEC é o maior retrocesso aprovado no país desde o fim da ditadura militar. “Congelar gastos sociais por 20 anos é inconcebível. Nenhum lugar do mundo se fez isso. É deixar o Estado brasileiro de joelhos para o rentismo financeiro. Ainda mais de iniciativa de um governo totalmente lameado de corrupção, sem legitimidade, fruto de um golpe e de um parlamento desmoralizado, sem autoridade para decidir nada em nome do povo brasileiro”, afirmou, em entrevista ao Mídia Ninja.
“Vai haver reação. Hoje, as pesquisas já mostraram que apesar de toda a propaganda do governo, a maioria do povo é contrário à PEC. O que o Parlamento decidiu vai em sentido contrário aos anseios da população”, observou Boulos. “E a reação só vai se ampliar. O Brasil se encaminha para o aprofundamento do conflito social no próximo período, disso não há menor dúvida.”

O também coordenador da Frente Povo sem Medo enalteceu o papel das manifestações desta terça-feira como forma de deixar um recado de que a sociedade não deixará a resistência. “As pessoas estão começando a perceber que a alternativa é a mobilização. Vamos lutar para que haja um referendo para o povo decidir. Esses 53 senadores que votaram pela PEC não falam pelo povo brasileiro”, defendeu Boulos.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma, em matéria no portal da central, que a situação caótica é o resultado de uma gestão ilegítima e sem projeto para o país. “A inabilidade do golpista Temer, mais acostumado a agir nas sombras, parece não fazer a menor ideia do estrago que está causando aos trabalhadores, especialmente os mais pobres”, diz. Para ele, não resta outra saída se não eleições diretas para determinar qual caminho os brasileiros desejam para um país “em que a maioria se declarou contra a PEC 55, mas não foi ouvida”.

Fiesp

O ato caminhava para o ponto de dispersão, no cruzamento das avenidas Paulista e Brigadeiro Luis Antonio, quando um pequeno grupo se descolou da manifestação e ocupou o saguão de entrada da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), uma das protagonistas do movimento que levou ao golpe parlamentar e o impeachment de Dilma Rousseff.

Atirando rojões contra o a sede da entidade e gritando “Fiesp, golpista, não passarão”, o grupo derrubou uma grade e tentou avança para dentro do prédio, só sendo contido por seguranças locais, que fecharam os portões. A polícia não interveio. A ocupação durou poucos minutos e o grupo voltou à passeata.

Antes da dispersão, em coro, um jogral selou o compromisso das frentes de mobilização popular para seguir no enfrentamento dos ataques aos direitos civis, trabalhistas e humanos pelo governo Temer. “Nas ruas vamos lutar para revogar esta PEC. Esse congresso não tem legitimidade, não vamos deixar passar esse governo. Hoje em São Paulo, em Brasília, no Rio, é só mais um dia da resistência que está por vir. O povo está nas ruas e não tem medo. Fora Fiesp, Fora Temer. Diretas já!”

Redação

5 Comentários

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  1. Bando de…

    E os que participam desses protestos estão sendo chamados de  “vândalos”  pelo  PIG. Não se pode esperar nada de bom de  um governo fajuto, corrupto e de costas para os interesses maiores do Brasil e consequentemente da sua população.De   braços abertos  para  os rentistas, a insensibilidade é a marca maior desses entreguistas. E como toda praga, estão acabando com o Brasil.

  2. Boulos um General na retaguarda?

    Boulos tem tido uma participação muita ativa em defesa dos movimentos sociais do MTST uma participação de liderança. Porém, não se vê Boulos à frente dos trabalhadores e dos estudantes quando estes são bombardeados pela PM durante as manifestações. Por onde andará o Boulos  nessas horas? Um general de retaguarda? Um general que usa os seus liderados como bucha de canhão? Não acho que seja isto, porém,  os próximos dias mostrarão. Para ser justo com o Boulos não é só ele que some nas manifestações mais agudas. A maioria dos líderes sindicais também evaporam, se dispersam como o próprio gás de pimenta jogado pela PM.

  3. Em Natal foram poucos

    Em Natal foram poucos manifestantes, mas o suficiente pra interromper o trânsito numa das mais importantes vias da cidade. Hoje cedo, um temista odiento diz que o mais impressionanate foi não se ver uma ação da polícia. Pelo visto somente a polícia de Brasília, que ajuda os coxinhas, foi quem desceu o pau nos manifestantes. A resposta para a ausência das polícias em alguns locais, como Natal, é que os próprios policiais estão sentindo na pele os estragos dessas medidas, bem como a sacanagem do governador em não querer pagar seus salarios, afora os graves problemas havidos por falta de estruturas, ou os ataques sofridos pelos agentes penitenciários dentro das cadeias.

    Por essas é que podemos admitir que poderá haver muito mais manifestações violentas pelo Brasil. O desrespeito existe também em relação às políciais, que não poderão dar razão a um governo que não lhes dá sequer condições de viver dignamente. 

    Temer tá se lixando para as suas medidas anti-populares, porque, como ele mesmo diz, não será candidato. Se não será candidato, pouco importa o povo. Suas preocupações se voltam apenas para a elite empresarial, e para os banqueiros.

  4. Movimentos Sociais contra a PEC

    Estão sendo chamado de “vândalos” exatamente porque  a “liderança”, por vezes, está no modo ” General na retaguarda”.

    Em Brasília, na ocupação do dia 29/11, em não raro momento vi o caminhão de som sem comando. Aí fica difícil pra essa moçada, caloura,  em movimento de resistência.

    1. Pois é,

      Tenho varios amigos policiais e como muitos brasileiros, convivo no meio deles ha muito tempo. Dia desses um me confessou que tem absoluta certeza que muito dos   “vândalos” que aparecem “no meio da meninada” ou são  P2  que receberam ordens, ou são ligados a partidos que querem ver o circo pegar fogo. Me disse enojado com a atitudes de certos oficiais e de alguns políticos.Caso tivesse alguém no meio deles “com mais experiência”,  desconfiaria de certos individuos e suas atitudes e os expulsaria.

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