“Elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”, é a constatação de ofício enviado pelo próprio presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, ao governo federal. O documento foi resultado de uma decisão do Conselho de Administração da Petrobras.
“Diante do cenário de escassez global de diesel e do cronograma de paradas programadas das refinarias —apesar dos melhores esforços da companhia, a Petrobras entende que há elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”, traz o ofício.
“Adicionalmente, há também grandes incertezas quanto aos níveis das cotações internacionais do produto nessa conjuntura de escassez”, completa.
A estatal comunicou não somente a Agência Nacional do Petróleo, como também o Ministério de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro.
No alerta, Coelho explica que o combustível está, hoje, com os mais baixos estoques desde 2018 do mercado americano, que é o principal exportador para o Brasil. Cerca de um terço da demanda brasileira por diesel é importada dos EUA.
Ainda, no segundo semestre, o aumento da demanda deverá prejudicar, ainda mais, a disponibilidade do combustível. Nos próximos meses, as manutenções períodicas das refinarias também farão paradas técnicas, uma exigência para o seu bom funcionamento.
O documento sequer considera a pressão sobre os estoques com o congelamento no reajuste dos preços, motivo pelo qual Bolsonaro demitiu o presidente da estatal.
O alerta já havia sido adiantado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) nos últimos dias. O presidente da FUP, Deyvid Bacelar, anunciou o possível desabastecimento de óleo diesel a partir do segundo semestre, devido à escassez de oferta mundial.
Ao contrário do comunicado do presidente da Petrobras, Bacelar narrou que as refinarias brasileiras estão com baixa produtividade e disse que o preço do petróleo deve saltar ainda mais nos próximos meses.
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