A razão de Mandela ter entrado para a história

Desde tempos imemoriais, o avanço da civilização se faz através de processos sucessivos de emancipação  de pessoas, do trabalho árduo de reconhecimento de direitos, de busca da igualdade, de considerar todas as pessoas portadoras dos mesmos direitos.

Não é tarefa fácil. É disponível apenas àqueles que têm o sentimento do mundo.

Ao longo da história, o poder dos nobres foi derrubado com sangue; lutas abolicionistas, com guerras; guerras libertadoras, com mortes.

Quando se pensava que a ciência seria dominante, o século 20 abrigou duas guerras mundiais, holocaustos de judeus, de armênios, bósnios, de populações africanas dizimadas pela guerra e pela fome, pelos Gulags e pelo macarthismo. E, para grande parte deles, a justificativa foram as razões de Estado, o interesse nacional, ou algo circunstancial, de afirmação de poder.

***

Na era da comunicação de massa, interesses de Estado ou mero oportunismo político levaram à exploração das piores caraterísticas humanas. O século 20 testemunhou a intolerância contra os negros, os homossexuais, os deficientes, as mulheres, os analfabetos.

Mas reservou espaço, na história, para os pacificadores, os Estadistas da paz, que conseguiram fazer a transição do regime selvagem para o civilizado, sem derramar sangue.

***

Não os imagine dúbios ou pusilânimes.

Na infância, superaram as barreiras da mortalidade infantil, do analfabetismo familiar, da miséria. No início da vida adulta, esfolaram-se em trabalhos braçais.

Gradativamente, superaram os obstáculos produzidos pela pobreza e pelo preconceito e, ao primeiro contato com o mundo das ideias políticas, tornaram-se ativistas, lutaram contra ditaduras. E, quando chegou sua vez de governar, conseguiram superar paixões e ódios.

***

É nos momentos em que empalmam o poder, que se identificam os verdadeiramente estadistas.

Tiveram que engolir os traumas anteriores, sufocar sede de vingança, deixar de lado pruridos possíveis apenas nos que buscam a comodidade da crítica sem resultados, e enfiar o pé no barro.

***

Em cada luta civilizatória, desses estadistas da paz, a transição passou pelos pactos com as forças dominantes, pela institucionalização dos direitos, em vez de empurrá-los goela abaixo do preconceito. Passou por administrar os ímpetos dos seguidores e o ódio dos adversários, sem recorrer à violência e ao poder de Estado.

Tiveram que ler desaforos de uma imprensa defensora do “apartheid” que diuturnamente estimulava o ódio, a intolerância, o preconceito, que recorria a toda sorte de denúncias para impedir os avanços sociais, ainda que o preço a ser pago pudesse ser uma guerra civil.

No caso de Mandela, o agente o ódio foi o grupo Naspers, sócio da Editora Abril.p

***

Sempre haverá os puristas de gabinete, afirmando que a moderação teria impedido avanços maiores. Sempre haverá os catões condenando concessões que permitiram chegar ao concerto nacional. Sempre haverá os que deplorarão as vitórias, pela fé impenitente de que nada avança nem avançará sem o rastilho de uma revolução que nunca virá.

Mas são esses Estadistas, com a perspectiva dos visionários, com o senso prático dos vitoriosos, que comandam os avanços civilizatórios.

Quando morrem, não são pranteados: são celebrados como conquistas eternas da humanidade.

92 Comentários

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  1. Os iluminados jejuam e vão ao deserto.

    Mandela entrou na prisão como o revolucionário pela causa da iguadade e saiu com o semblante dos iluminados.

  2. Mandela não foi todo o tempo

    Mandela não foi todo o tempo um líder pacífico e chegou a chefiar a Umkhonto we Sizwe (“Lanceiro da Nação”), ala militar do CNA.

    Durante todo o tempo em que Mandela esteve preso a população negra resistiu, lutou e venceu a luta contra o apartheid. É ela, a população negra, a grande lutadora e vencedora. Vários líderes estavam na luta pacífica ou armada.

    Em 1912 foi criado o Congresso Nacional Africano (CNA), partido político para defender os direitos dos negros de forma pacífica. Em 1960, o então líder do CNA, Albert Lutuli, recebeu o Prêmio Nobel da Paz como chefe do movimento de resistência pacífica ao regime de apartheid.  

    No entanto, o protesto pacífico contra as Leis do Livre Trânsito, organizado pelo Congresso Pan-Africano no ano de 1960, acabou descambando na tragédia de Sharpeville quando uma multidão de manifestantes negros que avançava em direção à delegacia de polícia local foi recebida às balas com a morte de 69 manifestantes e 180 feridos. A maioria delas foi baleada nas costas. O Coronel J. Pienaar, oficial encarregado das forças policiais no dia, declarou que “hordas de nativos cercaram a delegacia. Meu carro foi acertado com uma pedra. Se fazem essas coisas, eles devem aprender a lição do modo difícil”.  O CNA considerou o massacre de Sharpeville um ponto decisivo para aderir à luta armada.

    Autorizado por Albert Lutuli, Nelson Mandela, um obscuro advogado ligado ao CNA, é designado para chefiar o movimento de resistência amada. A pacífica falhara, o CNA passaria  adotar a luta armada.

    Nelson Mandela, alegando que o movimento de resistência pacífica falhara, afirmou que havia chegado o momento do CNA passar a adotar a sabotagem e chegou a promover ataques com bomba a prédios do governo.

    A luta contra o apartheid teve vários líderes marcantes como o pacifista e maior líder congressual da resistência Albert Lutuli, Steve Biko e Desmond Tutu.

    Segundo a página da Embaixada da África do Sul no Brasil:

    A resistência contra o apartheid culminou nos anos 70, quando Steve Biko, um líder popular do Movimento da Consciência Negra, fez um discurso para estudantes negros e brancos, com a intenção de aumentar o orgulho negro e divulgar o movimento. Biko foi espancado até a morte em uma cela de prisão, mas deixou um legado muito maior do que esperava.

    Outro momento horrível da história sul-africana aconteceu em 1976, quando crianças de um colégio em Soweto foram às ruas para protestar contra a imposição de que Afrikaans fosse seu idioma oficial. Centenas de crianças foram mortas por policiais que atiraram, e mais de 600 negros morreram por protestarem contra a chacina.

    Nelson Mandela, que na época já estava há nove anos na prisão, tornou-se um herói do movimento, e o Arcebispo Desmond Tutu trabalhou incessantemente por uma solução pacífica. Nos anos 80, violência nas townships já havia se tornado comum. Em 1986, sanções internacionais foram impostas, causando grandes dificuldades econômicas ao país.
    A estrada para a liberdade foi finalmente aberta em 1990, quando o presidente F.W. de Klerk fez um discurso significativo diante do parlamento, onde repudiou o apartheid e revogou leis que protegiam a discriminação racial.

    O sinal mais simbólico de mudança permanente veio com a libertação de Nelson Mandela, em 1990. Mandela trabalhou com o presidente para mudar a cara do governo sul-africano. Em 1994, o Arcebispo Desmond Tutu liderou o processo de “Verdade e Reconciliação”, ajudando a fechar antigas feridas. No mesmo ano, foram realizadas as eleições diretas, um movimento emocionante que gerou quilômetros de filas de pessoas que queriam fazer a diferença. Nelson Mandela foi eleito, e após sua aposentadoria em 1999, seu vice-presidente, Thabo Mbeki, foi eleito para seguir os seus passos.

    Algumas datas históricas que permitem ver a origem da segregação racial com a chegada dos invasores brancos holandeses e posteriormente dos ingleses,e a resistência da população negra, dados obtidos na página da Embaixada da África do Sul no Brasil, http://www.africadosul.org.br/historia.html, que vale a pena consultá-la para ver a historiografia do país:

      

    1652

    Colonização holandesa chega à Cidade do Cabo. A população indígena logo perde seu acesso à terra e água.

    1658

    Os primeiros escravos são trazidos do Leste até o Cabo Movimento nacional de bandeirantes

    1795

    Primeira ocupação inglesa do Cabo

    1803

    O domínio do Cabo retorna aos holandeses

    1806

    Segunda ocupação inglesa do Cabo

    década de 1820

    Expansão do Reino Zulu (“Mfecane”)

    1834

    Libertação dos escravos

    1836

    Os Boer Trek vão da Colônia do Cabo para o interior

    1867

    Início da Revolução Mineral.Diamantes são descobertos em Kimberley.

    1886

    Grandes quantidades de ouro descobertas nas profundezas do solo de Witwatersrand. Milhares de trabalhadores mal remunerados foram necessários para que a extração do ouro fosse a mais lucrativa possível.

    1889-1902

    Guerra Sul-Africana. Os Boers são derrotados pelos ingleses.

    1910

    As quatro colônias inglesas do Cabo, Natal, Transvaal e Orange Free State unem-se para formar a União da África do Sul.

    1912

    O ANC (Congresso Nacional Africano) é formado em Bloemfontein

    1913

    Ato da Terra Nativa

    1914

    O Partido Nacional é formado

    1943

    A Liga da Juventude do ANC é formada

    1946

    Os mineiros africanos fazem greve

    1948

    O Partido Nacional sobe ao poder

    1952

    Campanha de oposição contra as leis que exigem apresentação dos documentos de identidades das pessoas em trânsito pelo país

    1955

    O povo de Sophiatown é forçado a se mudar. Sob
    o regime do apartheid mais de três milhões de pessoas
    são forçadas a deixar seus lares.

    1959

    O PAC (Congresso Pan-Africano) é formado

    1960

    Massacre de Sharpeville

    1961

    A África do Sul é declarada república. O ANC e o PAC são proibidos de atuar Umkhonto we Sizwe é formado por Nelson Mandela.

    1963

    Mandela é condenado à prisão perpétua

    1973

    Trabalhadores africanos fazem greve contra baixos salários

    1975

    Fundação do Inkatha

    1976

    Estudantes de Soweto e de outras cidades se revoltam contra a educação Bantu.

    1983

    Fundação da Frente Democrática Unida (UDF) para aumentar a resistência ao Apartheid

    1984-86

    Resistência ao apartheid em todo o país. Declarado Estado de Emergência

    1985

    O movimento comercial Cosatu é formado. As sanções são intensificadas

    1990

    Presidente F.W. de Klerk reaciona o ANC, o PAC e o SACP.
    Iniciam-se negociações para uma constituição democrática

    1994

    Primeira eleição democrática não-racial para um Governo de Unidade Nacional. Nelson Mandela torna-se presidente com Thabo Mbeki e F.W. de Klerk como seus ministros.

    1995

    Primeira eleição democrática municipal.

    1996

    Decretada nova constituição o que permite novas eleições em 1999

    1999

    Segunda eleição democrática presidencial, elegendo o vice-presidente Thabo Mbeki, sendo assim, a segunda vitória consecutiva do partido ANC.

    2000

    Novembro: segunda eleição democrática municipal.

    2004

    Abril: terceira eleição democrática para presidente, reelengendo o Presidente Thabo Mbeki.

     

    1. Excelente comentário Assis. É

      Excelente comentário Assis. É muito bom saber que há aqueles que se recusam a aceitar as “verdades” veiculadas por uma mídia global altamente comprometida com os interesses dominantes,

      Mandela se construiu na luta, no seu sentido mais carnal e violento. Porque o momento o exigia e coragem não lhe faltou. Não fez nada sozinho, messianicamente, mas mobilizou seu povo, convenceu-os de que eram muito mais do que os brancos permitiam, e no momento certo, muito tempo e muito sangue derramado depois, soube adotar a postura conciliatória de um verdadeiro estadista.

      Não dá para esquecer do processo todo, dos demais líderes contra o apartheid, para colocar os louros todos sobre a cabeça de um único homem. A liberdade é sempre a conquista de todo um grupo de oprimidos.

      A causa da igualdade racial é, talvez, mais mobilizadora, mas a da igualdade social é tão ou mais importante nos dias que correm. Aliás as duas se imbricam de modo intenso. Líderes que, hoje, se dedicam à redução das desigualdades em seus respectivos países, pela via do combate à fome e da inclusão social, terão possivelmente, no futuro, o mesmo reconhecimento que Madiba obteve, com todo merecimento, no terço final de sua vida.

      Como dizia o Brecht: há homens que lutam por um dia, e são bons; há homens que lutam por muitos dias, e são muito bons; há homens que lutam por toda a vida, esses são os imprescindíveis.

      Um abraço.

      1. Nada a ver. Muitos lideres

        Nada a ver. Muitos lideres africanos lutaram contra colonizadores brancos e nenhum tem a dimensão de Mandela, expulsaram os brancos e não colocaram nada no lugar, seus paises viraram inviaveis e eles viraram ladrões da pior especie, como dos suscessivos ditadores nigerianos, congoloses, ganeses. Não adianta SÓ A LUTA contra os brancos, Mandela foi muito aleme é dai que vem sua dimensão historica.

  3. HOMENAGEM PARA MANDELA
    PROJETO: PORTO  LIBERDADE NELSON MANDELACaros amigos (as) Nelson Mandela infelizmente se foi, mas deixou um grande legado, de paz, amor, justiça e liberdade. Pensando numa forma do Brasil, reparar em parte a injustiça aos nossos irmãos africanos, que sofreram com a escravidão, o nosso governo poderia fazer uma bela homenagem, e batizar o novo porto do Rio, com o nome: PORTO LIBERDADE NELSON MANDELA, pois no passado, foi lá, que muitos africanos chegaram e nunca mais voltaram para a sua terra natal, e esses mesmos africanos e os seus descendentes ajudaram a construir essa nação chamada Brasil. Nelson Mandela inclusive visitou o Rio, e sem dúvida nenhuma, merece essa homenagem, e todo o carinho do povo brasileiro e dos moradores do Rio.

    1. Nada a ver. Porto não tem

      Nada a ver. Porto não tem nome, é Porto do Rio de Janeiro, e Mandela, om todo seu valor, não é daqui e não tem nada a ver com o processo de escravidão que faz parte de nossa historia e que não tem raizes na Africa do Sul.

  4. Mandela

    Essa reflexão, apropriada e oportuna, me fez lembrar FHC, Pode? É que, na última entrevista que ele deu a um Jornal ele afirma que vale tudo para tirar o PT do poder. Vale até colocar em jogo “a sua popularidade”. Pode? Ele nem a tem. Terá de conquistá-la primeiro e será dificil. Já teve essa oportunidade e não o fez. Segundo, o Poder atribuído ao PT foi uma conquista junto ao povo brasileiro. QUANTO ao Mandela, me impressiona que há um internauta nessa págima tentando diminuir o seu valor ou mesmo ignorando anos de sofrimento contra a humilhação, a miséria e a perversidade do “apartheid”. Tenho uma amiga, cujo marido é construtor e que moraram na África, voltou rápido e horrorizada com a época do “apartheid”. Tinha empregados que corriam até ela quando descascava uma fruta. Pediam: “Senhora, deixe-me fazê-lo. Vai me mandar embora?”. Mandela, da prisão, fez com que o povo africano tivesse esperança. NÃO SERÁ ESQUECIDO. Não perguntemos ao intenauta…perguntemos a um habitante de Joanesburgo.

  5. Discordo. Mandela entrou para
    Discordo. Mandela entrou para a história porque combateu um poder racista recusando-se a triunfar pessoalmente através de sua preservação. Ele fez o oposto de JB, que preferiu triunfar pessoalmente chutando, pouco tempo depois, a escada que o levou até o STF. Mandela criou um novo Estado na África do Sul, JB interrompeu a criação de um novo Estado no Brasil. Simples assim.

  6. Eu não sei ainda a razão, mas

    Eu não sei ainda a razão, mas de um tempo a esta parte (coisa de imprensa de direita?) a luta armada passou a ser vilipendiada, coisa do demo. Na verdade, a opção da luta armada nasce da comprovação que pelos caminhos normais nada será mudado, tudo continuará igual, com a elite dominante segurando firmemente (quase sempre por golpes de estado, por ditaduras) o comando de um pais, de uma sociedade. Um aspecto dessa atitude é visível quando a mesma direita passa a endeusar líderes como Gandhi. Nada contra ele, mas a India não se libertou do império inglês só com pacifismo. O que a direita mundial quer é que o despossuído só apresente o lombo às pauladas, que não se arme, que não se insurja. Tal estrategia é mais evidente neste momento em que Mandela é considerado um deus, exemplo de homem que conseguiu esquecer o ódio. Balela, cómo não se pode odiar aquilo que nos repele, os que tentam nos diminuir, aqueles para os quais nem deveriamos existir?

    Sim, Mandela foi um apóstol da luta armada. Pagou o preço de suas escolhas. Ao sair livre, não por vontade de Pretória, mas porque o regime estava à beira do precipício, entendeu que o momento era outro. Não mais que isso. O resto é trololó.

  7. Deus abençoe a ÁfricaQue suas

    Deus abençoe a África
    Que suas glórias sejam exaltadas
    Ouça nossas preçes
    Deus nos abençoe, porque somos seus filhos

    Deus, cuide de nossa nação
    Acabe com nossos conflitos
    Nos proteja, e proteja nossa nação
    À África do Sul, nação África do Sul

    Dos nossos céus azuis
    Das profundezas dos nossos mares
    Sobre as grandes montanhas
    Onde os sons se ecoem

    Soa o chamado para nos unirmos
    e juntos nos fortalecermos
    Vamos viver e lutar pela liberdade
    Na África da Sul a nossa terra.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=X6H6syrHhts%5D

    1. Desculpa, mas acho que

      Desculpa, mas acho que MANDELA nunca diria “é culpa dos loirinhos de olhos azuis” ou “nós temos que eliminar esses caras neste Estado”, e assim por diante….

      Você é um herege…

      1. “Não diria é culpa dos

        “Não diria é culpa dos loirinhos…” Rapaz o Mandela atirou neles. E atiraria de novo quando solto se não tivesse opção. Essa é adiferença. Depois de atirar neles virou herói.  Genoino não teve tanta sorte.

         

    2. A diferença entre o Lula e o

      A diferença entre o Lula e o Mandela é bem simples.: o primeiro diz “eu”, o segundo diz “nós”.

      Um é a egolatria, no outro o “universal”.

      Eu tenho sorte, eu sou o cara do cara, eu conheci uma pessoa extraordinária, eu trouxe a Copa…

      Eu, eu, eu…

      O estadista de si próprio deslumbradíssimo…

      Não é a toa que direcionou seu país para o maniqueísmo., enquanto o outro para a união.

      1. a diferença entre o Lula

        O filosofo Diogenes e sua lamparina a caça do homem virtuoso,deve estar orgulhoso em sua cova,ele tá na moda.Todos nós nos tornamos cínicos.Vejo humanos e naçoes que engaiolaram o Mandela,celebrando sua morte e suas conquistas,até o justiceiro Joaquim Barbosa tenta arrancar o sebo da pele no linchamento do Genoíno(outro mandiba das minorias,candidato a estatua) para lustrar a estatua do Mandiba.Jornalistas,escritores e todo o cartel midiatico que apoiou o apartheid nosso de cada dia,e bota VEJA nisso,estao loucos para tirar uma casquinha no legado do Mandiba.Somos humanos e bastante cara de pau.

      2. Que é isso, Chico

        Que é isso, Chico Pedro?

        Aumente, mas não invente. Tu simplesmente inverte as relações de causa e efeito. Joga nas costas de Lula num despropósito não digno para a tua inteligência, no caso o processo de cisão do país a partir de 2003. 

        Ora, meu caro, tu sabes que isso não reflete os fatos. Lula sempre foi um rejeitado pelas elites e pelos pobres coitados que pensam ser elites e que não passam de aproveitadores dos sobejos que caem da mesa. 

        Lula não encaminhou o país para o maniqueísmo, isso é uma construção tua, Não confundas retórica com realidade. Lula se apropriou, e se apropria dela, como uma maneira de realçar seus feitos pessoais e como estadista, o que é perfeitamente normal e previsível. Mas não foi, não é isso, que impele o ÓDIO exacerbado contra ele e contra as camadas sociais mais frágeis beneficiadas com suas políticas de governo.

        Lula é, sim, vítima de ódio de classe. De rejeição que de certa maneira procura compensar, como já exposto, com uma retórica defensiva. 

         

        1. JB, 
          Eu simplesmente

          JB, 

          Eu simplesmente discordo. Jogar o país no maniqueísmo pode ser erro de avaliação, opinião equivocada ou exagero. Acredito que um pouco esteja mesmo nesse último campo. 

          Mas o que ele certamente não faz nem gosta de fazer é amenizar o tom da rivalidade. E isso me parece muito evidente. Basta ver que HOJE o país se encontra nesse impasse e qual é o gesto do maior líder político do país no sentido oposto.?

          Ora, se ele é vitima de ódio de classe sendo a maior liderança do país e não é capaz de reverter a situação, o que devo achar.? Que ele desatou esse nó, solucionou o problema, realizou uma grande estratégia política.?

          Não, apenas agiu como NAO se esperava que agisse.

          E o tal “realçar feitos pessoais” vai no sentido histórico das coisas no país do individuo se sobrepor a sociedade. O velho e bom personalismo exacerbado, o culto a imagem.  

          Então o que ocorre é que o Lula simplesmente se esquiva ou se omite. Virou um perito eleitoral. “E não me encham o saco se não eu volto em 2018”.

          E daí..?

          Repetindo: nós estamos travados nesse “conflito” ao passo que devemos debater questões gravíssimas sobre educação, saúde, segurança, mobilidade, comunicação, judiciário, sistema político.

          E onde está o cara do cara?

          A solução dessas coisas todas passa justamente por quem for capaz de vocalizar – como o fez Mandela na Africa do Sul – o sentimento coletivo, amplo, nobre, extraordinário.

          O político que chega e diz: Nós estamos juntos nesse barquinho e devemos – independente de nossas preferências – sermos capazes de resolver problemas graves. 

          Mas, pelo contrário, deixa-se isso prá lá.

          O amigo acabou de falar no exemplo do “loiro dos olhos claros”, eu posso lembrar o “nós contra eles”, ou o “nunca antes na história do país”, e por aí vai. 

          Realmente não acho que o Lula seja esse grande timoneiro como se imagina, o cara que aponta para grandes alternativas e realiza essa proposta. 

          É só uma opinião.

  8. Desde tempos imemoriais

     

    Este post, embora bem intencionado, é impregnado de equívocos sobre a história das atrocidades e dos direitos humanos. Esses equívocos levam invariavelmente a interpretações danosas sobre o nosso próprio tempo.

    O post começa com a afirmação

    Desde tempos imemoriais, o avanço da civilização se faz através de processos sucessivos de emancipação  de pessoas.

    Errado! Nos 10 mil anos de história desde o Neolítico até o Iluminismo, acumularam-se apenas avanços técnicos e de outros conhecimentos que resultaram na Era Moderna, e foi nessa que se deram todas as conquistas sociais. No século 16, cerca de 95% da população europeia era constituída de servos, e a eliminação da escravatura legalmente aceita só ocorrreu no século 19. No século 20 iniciou-se o reconhecimento dos outros direitos (dos pobres, da mulher, das minorias, dos animais), um processo ainda em andamento. Teremos ainda um longo caminho pela frente até que todas as pessoas se beneficiem satisfatoriamente das conquistas técnicas alcançadas pelo homem.

    Infelizmente, as ideias equivocadas de J. J. Rousseau acabaram degradando nas ideologias, tanto as  de direita quanto as de esquerda. As ideologias são uma espécie de religião laica e por isso tão fundamentalistas e potencialmente dramáticas quanto as religiões. Como mostrou Matthew White, as grandes atrocidades da história foram quase sempre guerras religiosas ou ideológicas.

    Não há dúvida de que a esquerda será a visão dominante no futuro. Isso se definirmos a esquerda como uma visão humanística e aberta sobre as transformações sociais e culturais. A esquerda ideológica  (sentido que ainda prevalece) é tão danosa quanto a direita.

    O gigantesco mérito de pessoas como Mandela, e antes dele Ghandi, foi pregar e praticar um humanismo purificado (não encontrei outro qualificativo mais adequado), livre de ideologias, nacionalismos e de tudo o que a ciência moderna passou a chamar sentimento tribal (nós contra eles). No coração e na mente de humanistas como esses dois gigantes as divergências não são resolvidas pelo antagonismo, muito menos pelas armas. Ambos venceram de forma eticamente tão brilhante que até seus antigos adversários passaram a lhes render homenagem.

    Ghandi e Mandela são os exemplos a ser seguidos nessa era de confronto político por que passa o Brasil.

     

     

     

     

    1. Ok. A frase inicial do Nassif

      Ok. A frase inicial do Nassif talvez seja “imprecisa”. Mas não vejo razão para desqualificar o (maravilhoso) texto em si.

      Discordo de sua afirmação sobre a relação entre “avanços técnicos” e as conquistas sociais. Posso interpretar como simples coincidência cronológica. 

    2. História = 10; Técnica de redação = zero; Média = 5 – Aprovado.

      Daniel, você já ouviu falar em hipérbole?

      Hipérbole ou auxese é a figura de estilo que incide quando há exagero ou demasia propositada num conceito, expressa de modo a definir de forma dramática aquilo que se ambiciona vocabular, transmitindo uma ideia aumentada do autêntico. Em palavras mais simples, hipérbole é “expressar uma ideia de forma exagerada”.

      É habitual na linguagem corrente, como quando se pronuncia: “Já te avisei mais de mil vezes …”

      ou 

      “Desde tempos imemoriais, …”

    3. Negativo. Voce esqueceu do

      Negativo. Voce esqueceu do Cristianismo como elemento humanizador e da influencia da Igreja a partir do Seculo V como insitutição de amortecimento de tensões sociais. Esqueceu tambem da lenta evolução de consciencia, cultura, conhecimento, descobertas cientificas, artes, técnicas, organização economica, capacidade de empreender

      que se deram na Idade Média, a civilização nunca deu saltos foi sempre uma lentissima evolução de valores, principios e atitudes. a Idade Moderna só existiu porque antes houve a Idade Média.

  9. PODER DE SINTESE

    Nassif, você foi demais, nota 10

     

    Não os imagine dúbios ou pusilânimes.

    Na infância, superaram as barreiras da mortalidade infantil, do analfabetismo familiar, da miséria. No início da vida adulta, esfolaram-se em trabalhos braçais.

    Gradativamente, superaram os obstáculos produzidos pela pobreza e pelo preconceito e, ao primeiro contato com o mundo das ideias políticas, tornaram-se ativistas, lutaram contra ditaduras. E, quando chegou sua vez de governar, conseguiram superar paixões e ódios.

  10. LULA ( O maior dos Brasileiros )

    O avanço social no governo Lula foi  e é INEXORÁVEL! Os coxinhas do mundo ( inclua-se aqui os brasileiros e especialmente os da Av. Paulista – eco ) não conseguirão mudar isto! O ódio dos seres COXINÍSTICOS ao Lula é inquestionavelmente INFINITO, mas a HISTÓRIA o colocará no lugar dos maiores  ESTADISTAS! É simples analisar e chegar a esta conclusão basta lembrar-nos: 1 – Bolsa Família; 2 – Risco brasil de 2500 ( em 2002 ) para < 300 ( hoje ); 3 – Minha Casa, Minha Vida, 4 -Salário Mínimo de $ 70 para mais de $ 250; 5 – Pré Sal; 6 – Reativação da Indústria Naval; 7 – Reativação do Pró-Álcool; 8 – 15 Milhões de Novos Empregos; 9 – 28 milhões sairam de abaixo da linha de pobreza; 10 – 36 milhões saíram da classe “D” e foram para a “C”; 11 – PROUNI; 12 – 14 Novas Universidades; 13 – 212 Novos Colégios Técnicos…………Poderia elencar mais 13 e depois mais 13 e depois…..mas como 13 é um número bonito vou ficar por aqui!!!!!! Portanto, tudo o que foi escrito no TEXTO ( muito bom ) serve certinho no maior Estadista que o Brasil já teve, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o nosso querido presidente!!!! E tal como na Africa do Sul, o PIG daqui malha o Lula e o PT como representante maior dos COXINHAS BRASILEIROS! Viva o Brasil, o Lula e a Dilma!!!!! 

  11. Você confunde ícones dos

    Você confunde ícones dos povos, personalidades históricas e emblemáticas com capacidade e competência para governar. São coisas um tanto distintas que precisam de habilidades diferentes.

    Basta ver que o texto não informa sobre a qualidade de atos de estado do Mandela, mas foca na sua atitude de romper com o impasse racial na Africa do Sul. 

    Talvez tenha sido um ótimo presidente, também. Mas pelas linhas do texto não é possível saber. 

  12. Não matou nenhum do seus algozes brancos.

    A razão de Mandela ter entrado para história, é porque ele não matou nenhum do seus algozes brancos.

    Se ele tivesse mandado matar apenas um branco, hoje a comemoração de seu morte teria outro sentido, o sentido de ter morrido um homem vingativo.

    A grandeza do Mandiba, é pelo fato de ele não ter tido, a reação que a maioria dos seres humanos teriam em seu lugar.

      1. Nada a ver. Ele fez um ACORDO

        Nada a ver. Ele fez um ACORDO com os afrikanders, como iria puni-los? E nem teria força para tal, o Governo é um condominio entre barncos e negros, as Forças Armadas da Africa do Sul são basicamente dos afrikanders, assim como a economia e a midia, como é dificil entender a realidade historica.

    1. È AMIGO
      – TODOS ESSES QUE VC

      È AMIGO

      – TODOS ESSES QUE VC CITOU SÃO OS INIMIGOS DO POVO BRASILEIRO. COM ESSA GENTE O BRASIL ESTÁ FADADO AO ATRASO E A BURRICE. DEPOIS QUE O CARA MORREU ESSE MONTE DE URUBU VEM AQUI FALAR MUITO DE ASNEIRAS, FLALANDO QUE ELE ERA ISSO OU AQUILO. VALE LEMBRAR QUE O MANDELA APÓS O APARTID  ELE FICOU RICO….  E SE FOSSE O LULA HEIN ?   ESSA GENTE ME DA NOJO.  E O QUE ME DEIXE MAIS TRISTE AINDA É OUVIR DE GENTE BOA, GENTE QUE NÃO TEM NADA COM A VIDA POSITICA DO PAIS QUERER MASSACRAR NOSSOS HEROIS DO ARAGUAIA  HOJE DEPOIS DE  50 ANOS

  13. Graças a Deus, já não é tempo de orarmos pela África do Sul.

    Oração pela libertação da África do Sul

    Gilberto Gil

    Se o rei Zulu já não pode andar nu
    Salve a batina do bispo Tutu
    Oh, Deus do céu da África do Sul
    Tornai vermelho todo sangue azul

    Já que vermelho tem sido todo sangue derramado
    Todo corpo, todo irmão chicoteado – yê
    Senhor da selva africana, irmã da selva americana 
    Nossa selva brasileira de Tupã

    Senhor, irmão de Tupã, fazei
    Com que o chicote seja por fim pendurado
    Revogai da intolerância a lei
    Devolvei o chão a quem no chão foi criado

    Oh, Cristo Rei, branco de Oxalufã
    Zelai por nossa negra flor pagã
    Sabei que o papa já pediu perdão
    Varrei do mapa toda escravidão. 

     

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=-q0FARtROo0%5D

  14. Um abraço do tamanho do mundo

    Um abraço do tamanho do mundo.
    Para celebrar a vitória sobre o racismo e a intolerância.

    MANDELA Y FIDEL

    Por Atilio A. Boron *

    La muerte de Nelson Mandela precipitó una catarata de interpretaciones sobre su vida y su obra, todas las cuales lo presentan como un apóstol del pacifismo y una especie de Madre Teresa de Sudáfrica.

    Se trata de una imagen esencial y premeditadamente equivocada, que soslaya que luego de la matanza de Sharpeville, en 1960, el Congreso Nacional Africano (CNA) y su líder, precisamente Mandela, adoptan la vía armada y el sabotaje a empresas y proyectos de importancia económica, pero sin atentar contra vidas humanas.

    Mandela recorrió diversos países de Africa en busca de ayuda económica y militar para sostener esta nueva táctica de lucha. Cayó preso en 1962 y poco después se lo condenó a cadena perpetua, que lo mantendría relegado en una cárcel de máxima seguridad, en una celda de dos por dos metros, durante 25 años, salvo los dos últimos años en los cuales la formidable presión internacional para lograr su liberación mejoraron las condiciones de su detención.

    Mandela, por lo tanto, no fue un “adorador de la legalidad burguesa”, sino un extraordinario líder político cuya estrategia y tácticas de lucha fueron variando según cambiaban las condiciones bajo las cuales libraba sus batallas.

    Se dice que fue el hombre que acabó con el odioso “apartheid” sudafricano, lo cual es una verdad a medias. La otra mitad del mérito les corresponde a Fidel y la Revolución Cubana, que con su intervención en la guerra civil de Angola selló la suerte de los racistas al derrotar a las tropas de Zaire (hoy, República Democrática del Congo), del ejército sudafricano y de dos ejércitos mercenarios angoleños organizados, armados y financiados por EE.UU. a través de la CIA.

    Gracias a su heroica colaboración, en la cual una vez más se demostró el noble internacionalismo de la Revolución Cubana, se logró mantener la independencia de Angola, sentar las bases para la posterior emancipación de Namibia y disparar el tiro de gracia en contra del “apartheid” sudafricano. Por eso, enterado del resultado de la crucial batalla de Cuito Cuanavale, el 23 de marzo de 1988, Mandela escribió desde la cárcel que el desenlace de lo que se dio en llamar “la Stalingrado africana” fue “el punto de inflexión para la liberación de nuestro continente, y de mi pueblo, del flagelo del apartheid”.

    La derrota de los racistas y sus mentores estadounidenses asestó un golpe mortal a la ocupación sudafricana de Namibia y precipitó el inicio de las negociaciones con el CNA que, a poco andar, terminarían por demoler al régimen racista sudafricano, obra mancomunada de aquellos dos gigantescos estadistas y revolucionarios. Años más tarde, en la Conferencia de Solidaridad Cubana-Sudafricana de 1995 Mandela diría que “los cubanos vinieron a nuestra región como doctores, maestros, soldados, expertos agrícolas, pero nunca como colonizadores. Compartieron las mismas trincheras en la lucha contra el colonialismo, subdesarrollo y el “apartheid”… Jamás olvidaremos este incomparable ejemplo de desinteresado internacionalismo”. Es un buen recordatorio para quienes hablan de la “invasión” cubana a Angola.

    Cuba pagó un precio enorme por este noble acto de solidaridad internacional que, como lo recuerda Mandela, fue el punto de inflexión de la lucha contra el racismo en Africa. Entre 1975 y 1991, cerca de 450.000 hombres y mujeres de la isla pararon por Angola jugándose en ello su vida. Poco más de 2600 la perdieron luchando para derrotar el régimen racista de Pretoria y sus aliados. La muerte de ese extraordinario líder que fue Nelson Mandela es una excelente ocasión para rendir homenaje a su lucha y, también, al heroísmo internacionalista de Fidel y la Revolución Cubana.

    * Director del PLED, Centro Cultural de la Cooperación Floreal Gorini.

    Artigo publicado no Jornal Argentino Pagina12, no endereço
    http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-235163-2013-12-07.html

  15. Cubana África


    Mitos do século XX, governantes da África do Sul e Cuba inspiraram-se mutuamente. 
    Para Mandela, presença cubana na África foi vital contra apartheid

    Mandela e Fidel, relação especial

    Por Cauê Seignermatin Ameni, no sítio Outras Palavras (*)

    Um Nelson Mandela adocicado, quase insosso, emergiu dos noticiários horas depois de morrer. Especialmente no Brasil, aponta-se o líder sul-africano como uma espécie de unanimidade, alguém que dirigiu o desmonte do apartheid quase sem enfrentar oposição. Neste sentido, ele seria o antípoda de gente como… Fidel Castro – este, rancoroso, ranzinza e ressentido. Publicado hoje, um texto de Hirania Luzardo, editora senior do Huffington Post, mostra que tal visão é absolutamente fictícia. Além de manterem longa amizade pessoal, Mandela e Castro inspiraram-se mutuamente e cooperaram de forma intensa.

    O triunfo da Revolução Cubana, de 1959, inspirou o jovem Mandela a articular o braço militar do Congresso Nacional Africano (ANC/CNA). Denominada Lança da Nação (Umkhonto we Sizwe, na língua zulu), foi fundada 16 de dezembro, junto ao Partido Comunista da África do Sul, como resposta à sistemática opressão política, social e econômica movida contra a população negra, mestiça e indiana da África do Sul pelo regime político do Apartheid. Ou seja: Mandela compreendeu que a conquista de igualdade racial exigiria ruptura radical com o status quo.

    Além disso, a presença militar cubana no sul da África contribuiu com a queda do regime de apartheid. Entre 1974 e 1980, logo após a independência de Angola, cerca de 300 mil soldados cubanos foram enviados à região, em apoio ao governo recém-formado em Luanda — que sofria ameaça de tropas ligadas à vizinha África do Sul e EUA. Esta presença debilitou militarmente o exército racista sul-africano. Em paralelo, Cuba participou com brigadas militares e médicas em diversos países africanos. De tal sorte que, a primeira campanha de vacinação contra a poliomielite realizada no Congo, foi organizada por médicos cubanos – décadas antes do Brasil fazê-lo.

    Após sair da prisão (em 1990), a primeira ação de Nelson Mandela foi visitar Cuba, no ano seguinte, para expressar sua admiração e respeito pelo regime do país. ”Quem treinou o nosso povo, quem nos forneceu recursos, que ajudaram tanto nossos soldados, nossos doutores?” perguntou Nelson Mandela a Fidel Castro durante sua visita a Havana. “Quando você vem nos visitará?”.

    Isso ocorreria em 1994. Nelson Mandela elegeu-se presidente na primeira eleição democrática após o desmantelamento das leis discriminatórias. Fidel foi convidado de honra à cerimônia de posse. E ouviu um elogio sentido: “O que Fidel tem feito por nós é difícil descrever com palavras. Primeiro, na luta contra o apartheid, ele não hesitou em nos dar todo tipo de ajuda. E agora que somos livres, temos muitos médicos cubanos trabalhando aqui”.

    A relação diplomática formal entre Cuiba e África do Sul foram estabelecidas em 11 de maio. Em toda África, há cerca de 4 mil médicos cubanos. Para o aniversário de 90 anos de Mandela, Fidel enviou uma mensagem parabenizando-o:

    “Glória á ti, Nelson, que passou 25 anos na prisão defendeu a dignidade humana! Calúnia e ódio não puderam fazer nada contra a sua resistência de aço. Você foi capaz de resistir e sem saber, ou almejando ser, você se tornou um símbolo do que há de mais nobre na humanidade. Você vai viver na memória das futuras gerações, e na memória dos cubanos que morreram defendendo a liberdade de seus irmãos em outras terras do mundo”.

    (*) Artigo publicado no sítio Outras Palavras, no endereço
    http://outraspalavras.net/blog/2013/12/06/mandela-e-fidel-relacao-especial/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=mandela-e-fidel-relacao-especial

  16. Mandela era tão pacificador e

    Mandela era tão pacificador e agregador que reunirá em um mesmo vôo Dilma, Lula Collor, Sarney e FHC.

    Nas aproximadas nove horas de vôo terão muito o que se acertar.

      1. só ele

         

         

        Se fosse FHC ele iria sozinho, ou melhor, com a corte palaciana. 

        É a diferença entre petistas no governo e demo-tucanos, Lula no governo partilhava seu palanque com autoridades locais de quaisquer partidos, numa inalguração de um hospital no Nordeste (creio que no Piauí) Lula partilhou a cerimônia com Serra pois o início do projeto se deu na gestão deste como ministro da Saúde.

        Aqui em Sampa Serra e Kassab inalguraram a Ponte Estaiada com fogos de artifício e tudo mais, mas a responsável pela obra que virou cartão postal da cidade estava ausente, Marta Ssuplicy. Aliás a mídia celebrou o evento e a grande obra apesar de terem criticado no govenro petista. Palhaçada!

         

         

          1. Não existe eleição ganha

            Não existe eleição ganha antes da contagem dos votos, a não ser que vc saiba de alguma fraude e não quer nos contar.

  17. Veja e Mandela: um monumento à hipocrisia
    Desde maio de 2006 (veja aqui) o Grupo Abril tem com sócio o grupo de mídia sul-africano Naspers. Este grupo foi fundado em 1915, e defendeu ao longo de todo o século XX, o regime racista do apartheid. O Naspers foi a voz e a pena do Nacionalismo Afrikaner, e descrevia os grupos anti-apartheid como movimentos terroristas. Por conta disto um dos seus alvos foi justamente o principal líder “terrorista” sul-africano, Nelson Mandela. Em 1962 Mandela foi preso com o auxílio da CIA, que infiltrou um agente em seu grupo político e o delatou ao regime do apartheid. Ele foi solto em 1990 e, em 1994 se elegeu presidente. Apenas neste momento, quase 80 anos após sua fundação, o Naspers mudou sua visão em relação à Mandela.
    Conto estes fatos para que todos entendam a minha surpresa diante da capa da Veja desta semana. Claro, o assunto é a morte de Mandela, chamado pela revista de Guerreiro da Paz.
    Porém a justa homenagem ao grande líder africano, especialmente em uma publicação que tem o grupo Naspers como sócio proprietário, seria um sonoro e contundente pedido de desculpas, na capa. Outra ação que deixaria Mandela feliz, seria a revista deixar de publicar textos de cunho homofóbico e racista (aqui a Naspers brasileira encontrou um novo alvo além dos negros: os índios).
    Ao não fazer nem uma coisa nem outra, o que a revista consegue é erguer um monumento à hipocrisia. Em cartaz em todas as bancas do país.

  18. Elogio à capitulação de

    Elogio à capitulação de Mandela.

    Se o arcabouço legal do Apartheid foi desfeito, o Apartheid social permanece e se aprofunda. Os privilégios da elite branca (agora reunida a uma minúscula elite negra) foram integralmente preservados e multiplicados pela adoção do neoliberalismo mais crasso.

    300.000 sul-africanos morreram de AIDS, quando podiam ter sido tratados, porque o vice-presidente de Mandela, depois presidente, se dobrou ao “lobby” da indústria farmacêutica internacional.

    http://noticias.uol.com.br/ultnot/lusa/2008/11/08/ult611u79944.jhtm

    Outros milhares sofreram de cólera porque não podiam pagar as tarifas de água, privatizada no governo Mandela:

    “La privatización dela gestión del agua en Sudáfrica se enmarca en el programa económico neoliberal que el gobierno del Congreso Nacional Africano adoptó a partir de 1996, el llamado Growth, Employment, and Redistribution Strategy (GEAR), cuyas consecuencias sociales han sido muy severas para el grueso de los sectores populares del país, golpeados por la pobreza y el desempleo.”

    http://www.ecologiapolitica.info/ep/33/resistencias3.pdf

    “Uno de los países que siguió las recomendaciones del BM fue Sudáfrica, que desarrolló un programa de privatización en cinco localidades. En 1999 Siza Water Company (SWC) ganó la concesión de Nkobongo por 30 años. Al principio las familias entusiasmadas por tener agua en casa pagaban la tarifa. Pero luego ocurrió que comenzaron los problemas para cancelar las mensualidades. SWC elevó los costos entre 98 y 140% afirmando que lo hacía para suplir sus pérdidas.

    Mientras esto pasaba en Nkobongo, en Ngwelezane la empresa usó la tarjeta prepago en los grifos comunales. El usuario deslizaba la tarjeta en un medidor y activaba el grifo. El agua dejaba de salir cuando se retiraba la tarjeta.

    Otra táctica de control fue un disco con dos agujeros llamado “el hilito de agua”. Si la gente no cumplía con pagar, la compañía insertaba un disco en la válvula y al agua salía como un fino hilo. La población podía tener agua, pero de una forma muy restringida.

    Tiempos de cólera

    Al no pagar, ante lo elevado de las tarifas, los pobladores desesperados empezaron a abastecerse en riachuelos y lagos contaminados con desperdicios humanos.

    La consecuencia fue el surgimiento de una epidemia de cólera que se extendió por el país. En enero del 2002, cuando el mal terminó, había más de 250,000 personas infectadas y 300 muertos.”

    http://www.voltairenet.org/article124597.html

    Artigo de Patrick Bond, na edição do fim de semana da revista de esquerda “online” Counterpunch dá uma ideia do impacto devastador da adoção do neoliberalismo e da conciliação por parte de Mandela:

    http://www.counterpunch.org/2013/12/06/the-mandela-years-in-power/

    Como disse o ex-ministro de Mandela, Ronnie Kasrils:

    “… the battle for the soul of the African National Congress was lost to corporate power and influence… We readily accepted that devil’s pact and are damned in the process. It has bequeathed to our country an economy so tied in to the neoliberal global formula and market fundamentalism that there is very little room to alleviate the dire plight of the masses of our people.”

    [… a batalha pela alma do Congresso Nacional Africano foi perdida para o poder e a influência das corporações… Nós aceitamos muito facilmente o pacto com o diabo e nos condenamos no processo. Foi legado ao nosso país uma economia tão amarrada à fórmula global neoliberal e ao fundamentalismo de mercado que há muito pouco espaço para aliviar as difíceis condições das nossas massas populares.]

    O legado de Mandela, então, provavelmente será misto. Como um exemplo de heroismo, mas também como um exemplo de cooptação:

    https://jornalggn.com.br/clipping/o-legado-manchado-de-mandela

    O pacto de Mandela com o diabo (nas palavras de Ronnie Kasrils, seu Ministro da Defesa) só adiou o acerto de contas com as desigualdades e injustiças do país. E tudo indica que esse acerto de contas não será pacífico. Por isso, toda a avaliação da postagem acima está assentada em uma avaliação completamente equivocada.

    A libertação da maioria negra e trabalhadora da África do Sul ainda está por vir.

    1. “”Privilegios da elite

      “”Privilegios da elite branca”, não é uma elite, é uma população inteira e grande de afrikaners, que fizeram o Pais existir e funcionar, queria o que, que saissem das casas deles e fossem morar em favelas? Cada papo, nem Marx chegaria nesse nivel.

      1. Quem faz o país funcionar são

        Quem faz o país funcionar são os trabalhadores, a maioria dos quais, na África do Sul, é negra. Se eles param, a elite branca e negra não produz nada. Como você não produz nada sem os seus empregados. Nem limpa o WC que você usa todo o dia.

        A expressão que eu usei “elite branca” deve ser entendida em seu conjunto, não palavra por palavra. Nem todo o africânder é membro da elite branca, naturalmente. Mesmo entre os africânderes, há uma hierarquia sócio-econômica. Só que o regime racista permitiu uma clivagem da classe trabalhadora, concedendo vantagens aos setores africânderes que não eram usufruídos pelos trabalhadores negros (o mesmo fizeram com os “coloured”, mestiços e descendentes de indianos). Mas a “elite branca” é, em essência, a burguesia africânder à qual, após o fim do Apartheid, se juntou uma burguesia negra que, não só preservou todos os privilégios da época do Apartheid para seus agora sócios africânderes, mas gerou os seus próprios privilégios.

        1. Os afrikanders no territorio

          Os afrikanders no territorio do Cabo e nas provincias mais setentrionais do Orange do Transvaal não usavam trabalhadores negros, eles eram os agricultores. Os trabalhadores negros vieram para trabalhar nas minas que eram de companhias britanicas, portanto a economia afrikander ao tempo da Guerra dos Boers funcionava sem o uso de mão de obra negra. É claro que hoje tudo mudou mas a historia da Africa do Sul no que se refere aos holandeses não foi baseada no uso de trabalhadores negros.

          Quanto à importancia de cada fator, mão de obra, capital e gerencia, lembre-se que lá perto, mais ao norte existe a Republica do Congo onde vegetam na miseria absoluta 70 milhões de negros, porque essa mão de obra negra não é bem sucedida, se há essa abundancia de trabalhadores? Se bastasse mão de obra o Congo seria uma Alemanha.

          1. Você não desconhece a

            Você não desconhece a constante e brutal intervenção imperialista na história do Congo, desde o “Estado Livre”, propriedade pessoal do rei da Bélgica até as recentes guerras estimuladas pelas transnacionais, passando pelo assassinato de Lumumba nas mãos dos agentes imperialistas.

          2. Mas Morales, será que é

            Mas Morales, será que é sempre culpa externa ? Nenhuma responsabilidade própria do País ? Não sei não, é uma análise complicada, principalmente no que se diz respeito a diferentes raças e etnias, mas é preciso que se busque a realidade histórica sem preconceitos.

          3. Daniel Quireza,
            A intervenção

            Daniel Quireza,

            A intervenção imperialista foi essencial para destruir qualquer possibilidade de estabilidade no Congo. Ela foi contínua desde a derrubada de Lumumba, o contínuo apoio à tirania do amigo da família Bush, Joseph Mobutu (depois, Mobutu Sese Seko) e, mais recentemente, a disputa pelas riquezas minerais, por parte das transnacionais, que mobiliza as intervenções de Ruanda e de Uganda, na região, ambos governos aliados do imperialismo (Museveni e Kagame).

            Óbvio que há lideranças e interesses locais envolvidos (como os há no Afeganistão e no Iraque, por exemplo). Mas o fator central na instabilidade do Congo é a intervenção e manipulação externa.

            Aliás, é só dar uma olhada para ver que os mais estáveis países africanos são aqueles que não têm riquezas (ou têm poucas) a serem exploradas e que não estão em posições geoestratégicas. 

    1. Achei que ninguém ia atentar

      Achei que ninguém ia atentar pra esse “detalhe” do texto do Nassif.

       

      Falar de ‘gulag’ e ‘macarthismo’ de forma a parecer que foram apenas dois lados de uma mesma moeda é dose.

  19. Se Mandella fosse Brasileiro,

    Se Mandella fosse Brasileiro, os invejosos e incapazes de produzir sua própria história, já o teriam colocado na cadeia ou, até, já estaria morto. Os covardes sempre acabam  no lugar que que a história tem lhes reservado: a rabeira..  Falar mal do Lula, sempre foi coisa de vira-lata que se ressente em não ter nascido inglês, holandês, norte-americano, NUNCA africano. Mandela tinha orgulho de ser africano como Lula tem orgulho de ser Brasileiro. Lula fez história e deixa uma bela história, de reconstrução, de  dar dignidade a quem era proibido consegu-la pelos invejosos “intelectuais de aparência”. Imaginem se no governo Lula, tivéssemos tido o apoio da mídia, justiça, empresários, ruralistas, o quanto esse país  poderiam ter avançado. Mas os invejosos fracassados não pedoam alguem do povo entrar para a história por ter feito o que esses merecas intelectuais nunca souberam fazer. 

    1. Cada vez mais NADA A VER.

      Cada vez mais NADA A VER. Mandela é produto da realidade geografica e historica da Africa do Sul, sua trajetoria é inserida nessa realidade, ele não tem nada a ver com o Brasil e sua luta não teria sentido aqui.

      Pàra fazer Historia comparativa é preciso algum elemento de similitude nas referencias do personagem.

  20. Uma vida

    O texto sintetiza muito bem o que representa Nelson Mandela e herois como ele para a historia do século XX.

    Fiquei pensando na vida que Mandela teve. Passou 27 ano preso, condicionado a uma cela. Condenado a prisão perpétua, sem certeza se um dia ele poderia sair de la, sem aceitar as condições impostas, mas sair de cabeça erguida e respeitado pelo seus. 27 anos preso sem ter cometido crime nenhum, apenas a luta contra a opressão, ao desrespeito, à exploração de um povo em sua propria terra. Perdeu os melhores anos de sua vida encarcerado por querer apenas justiça e igualdade. E quando enfim livre, mostrou ao seu povo que deveriam encontrar uma forma de viver em paz com aqueles que tanto fizeram mal. Poucas pessoas neste planeta teria essa posição, esse engajamento pela Democracia, respeito mutuo e tolerância.

    Bravo Mandiba!  

    1. “”Viver em paz com aqueles

      “”Viver em paz com aqueles que fizeram mal”” mas tambem fizeram o Pais existir. A ASfrica do Sul é uma criação dos holandeses, que chegaram lá antes do negros e transformaram terras inóspitas em uma economia razoavelmente grande em um continente em pouco ou nada funciona ou será que a Republica do Congo é um o que a Africa do Sul deveria ser?

      A inteligencia de Mandela foi conhecer essa realidade e não ir contra ela. Porisso ele é especial e não é Idi Amim, que expulsou os ingleses de Uganda e criou um matadouro no meio de um monte ruinas ou de Robert Mugabe que expulsou os brancos da Rodésia, um verdeiro Oasis agricola na Africa e que hoje vive de donativos.

       

      1. Viver em paz com aqueles que fizeram mal
        Então tá, se levares em conta a localização geográfica da AS notarás que sua posição fica paralela ao Rio Grande do Sul, argentina e o Uruguai, terras que estão entre as mais ferteis e planas do mundo e com clima temperado. Deves saber do descolamento das placas que geraram a separação dos continentes.
        Por caridade os holandeses foram àqueles lugares “inóspitos’ de terra boa, chegaram antes da populações indígenas locais e criaram um paraíso, só para eles. Dever ter sido o mesmo que fizeram no nordeste brasileiro, junto à outros “coloniexploradores”
        A sabedoria de Mandela foi ser superior à toda esta corja que hoje, só hoje, fala bem dele.
        Com relação aos holandeses, como dizem aqui no sul, “sairam de lombo liso” e não sairam, ficaram, quietinhos, se fizeram de mortos, se beneficiaram do processo de pacificação e hoje ainda estão mais ricos do que antes. Chegam a ganhar salários 80x maiores que os negros.
        Quanto aos outros líderes tribais e de países que entraram e vivem em conflito até hoje, o destino só poderia ser o que aconteceu e acontece, herdando populações sem escolaridade, corrupção latente, falta de instituições e manipulações de todo o tipo. Onde estão os britanicos, franceses, holandeses, americanos que se locupletaram por séculos das riquezas deste continente e viraram as costas para a tragédia que acontece lá?

        1. A colonização dos boers na

          A colonização dos boers na Africa do Sul que se iniciou em 1652 é um processo COMPLETAMENTE diferente da invasão de Pernambuco pela Companhia das Indias Ocidentais. O primeiro não foi um processo mercantilista-corsario, foi uma

          imigração definitiva sem conquista porque o territorio não tinha dono e os colonos foram lá para plantar e viver da agricultura com seu trabalho, não havia população autoctne na região e nem nada pronto para tomar.

          Em Pernmbuco a invasão se deu por razões derivadas das guerras de soberania na Europa, foi uma operação de conquista e saque de uma região já desenvolvida pelos portugueses àquela altura, portanto não tem a mais remota semelhança com a colonização da Africa do Sul.

      2. ” “A ASfrica do Sul é uma

        ” “A ASfrica do Sul é uma criação dos holandeses, que chegaram lá antes do negros e transformaram terras inóspitas em uma economia razoavelmente grande em um continente em pouco ou nada funciona ou será que a Republica do Congo é um o que a Africa do Sul deveria ser?”

         Que nem os portugueses, que chegaram na América do Sul ANTES dos índios?

        1. Os holandeses chegaram ao sul

          Os holandeses chegaram ao sul da Africa em 1652,  numa area no paralelo da Argentina onde nunca ocorreu uma habitação negra. Na região que eles povoaram nessa época não havia negros que vieram 250 anos depois como imigrantes para trabalhar nas minerações de ouro e diamantes. Os negros da Africa do Sul habitavam muito mais ao norte.

          1. Havia sim. Essa sua mentira é

            Havia sim. Essa sua mentira é como aquela alegação dos sionistas de que a Palestina era uma “terra sem povo para um povo sem terra”.

            “They migrated southwards over many centuries, with large herds of Nguni cattle, probably entering what is now South Africa around 2,000 years ago in sporadic settlement, followed by larger waves of migration around 1400 CE. Nguni peoples are pastoralist groups, part of the greater Bantu group occupying much of the East and Southern parts of Africa.”

            http://en.wikipedia.org/wiki/Nguni_people

            “Sometime between 200–500 CE, Bantu speaking peoples, who originated in the Katanga area (today part of the Democratic Republic of the Congo and Zambia), and had beenexpanding across sub-Saharan Africa, crossed the Limpopo River, entering the area today known as South Africa.

            There were two broad waves of immigration to South Africa; Nguni and Sotho–Tswana. The former settled in the eastern coastal regions, while the latter settled primarily in the area known today as the Highveld – the large, relatively high central plateau of southern Africa.

            By 1000 CE the Bantu colonisation of most of South Africa had been completed, with the possible exception of what is now the Western Cape and the Northern Cape, which are believed to have been inhabited by Khoisan people until Dutch colonisation. The Bantu-speaking society was highly decentralised, organised on a basis of kraals (an enlarged clan), headed by a chief, who owed a very hazy allegiance to the nation’s head chief.”

            http://en.wikipedia.org/wiki/Sotho%E2%80%93Tswana_peoples#Origins

            Os povos bantus, como os ngunis, que se dividem, atualmente, em zulus, xhosas (a etnia de Mandela), ndebeles e swazis, chegaram à região que hoje é a África do Sul, em diversas ondas migratórias, em um período que vai de mais de 2.000 anos atrás até por volta de 1400 da nossa era, pelo menos duzentos anos antes da chegada dos holandeses.

            O mesmo para os também povos bantus sotos e tswanas.

            Quando os povos bantus chegaram à região da África do Sul, encontraram os povos khoisans, que habitam a região desde dezenas de milhares de anos:

            “Os khoisan atuais podem ser descendentes de povos caçadores-colectores que habitavam toda a África Austral e que desapareceram com a chegada dos bantos a esta região, há cerca de 2 000 anos. Não é provável que os bantos tenham exterminado os khoisan, uma vez que algumas das suas características linguísticas e físicas foram assimiladas por vários grupos bantos, como os xhosas e os zulus. É mais provável que a redução do seu território de caça, derivado da instalação dos agricultores bantos, tivesse sido uma causa para a redução do seu número e da sua área habitada.”

            http://pt.wikipedia.org/wiki/Khoisan

            “From the beginning of the Upper Paleolithic period, hunting and gathering cultures known as the Sangoan occupied southern Africain areas where annual rainfall is less than a metre (1000 mm; 40 in),[4] and today’s San and Khoi people resemble the ancient Sangoan skeletal remains. These Late Stone Age people in parts of southern Africa were the ancestors of the Khoisan people who inhabited the Kalahari Desert. Probably due to their region’s lack of suitable candidates for domestication, the Khoisan did not have farming or domesticated animals until a few hundred years before then, when they adopted the domesticated cattle and sheep of the Bantu that had spread in advance of the people’s actual arrival.[5] The Bantu people, with advanced agriculture and metalworking technology developed in West Africa from at least 2000 BC, outcompeted and intermarried with the Khoisan in the years after contact and became the dominant population of Southeastern Africa before the arrival of the Dutch in 1652.[6]

            The evidence of the Khoisan’s original presence in South Africa is the distribution of their languages today, which often have extreme differences in structure and vocabulary despite close proximity, which demonstrates a long period of settlement and co-evolution of languages in the same region.[7] In contrast, the languages of Bantu-origin peoples in the region such as the Zulu and Xhosa are all very similar to one another. This indicates a much more recent common ancestry for the first Bantu group that spread and settled across the region.[8] Among their descendants, the Xhosa and Zulu adopted unique Khoisan click consonants and loan words into their respective languages.

            The distribution (green) of the various language familiesspoken by Khoisan peoples.

            After the arrival of the Bantu, the Khoisan and their pastoral or hunter-gatherer ways of life remained predominant west of the Fish River in South Africa and in deserts throughout their region, where the drier climate precluded the growth of Bantu crops suited for warmer and wetter climates. It took the arrival of Mediterranean crops from Europe in the 17th century for the Bantu farmers, and later white Boer farmers, to spread to the rest of the country and begin replacing the Khoisan population.[9] During the colonial era, the Khoisan survived in South AfricaNamibia and Botswana. Today many of the San live in parts of the Kalahari Desert where they are better able to preserve much of their culture and lifestyle.

            http://en.wikipedia.org/wiki/Khoisan

            “When European immigrants colonised the area after 1652, the Khoikhoi were practising extensive pastoral agriculture in the Cape region, with large herds of Nguni cattle. The European immigrants labelled them Hottentots, in imitation of the sound of the Khoekhoe language,[2] but this term is today considered derogatory by some.[3]

            Archaeological evidence shows that the Khoikhoi entered South Africa from Botswana through two distinct routes—travelling west, skirting the Kalahari to the west coast, then down to the Cape, and travelling south-east out into the Highveld and then southwards to the south coast.[4]

            (…)

            “The Khoikhoi were originally part of a pastoral culture and language group found across Southern Africa. Originated in the northern area of modern Botswana, the ethnic group steadily migrated south, reaching the Cape approximately 2,000 years ago.”

             

            http://en.wikipedia.org/wiki/Khoi

            É até despiciendo dizer (mas eu vou dizer), que teus herois africânderes foram responsáveis pelo genocídio do povo original da África do Sul:

             

            Arrival of Europeans[edit]

             

            The Khoi initially came into contact with European explorers and merchants in approximately AD 1500. The ongoing encounters were often violent. Local population dropped when the Khoi were exposed to smallpox by Europeans. Active warfare between the groups flared when the Dutch East India Company enclosed traditional grazing land for farms. Over the following century the Khoi were steadily driven off their land, which effectively ended traditional Khoikhoi life.

            Khoikhoi social organisation was profoundly damaged and, in the end, destroyed by European colonial expansion and land seizure from the late 17th century onwards. As social structures broke down, some Khoikhoi people settled on farms and became bondsmen (bondservants) or farm workers; others were incorporated into existing clan and family groups of the Xhosa people. The first mission station in southern Africa,[5] Genadendal, was started in 1738 among the Khoi people in Baviaanskloof in the Riviersonderend Mountains by Georg Schmidt a Moravian Brother from Herrnhut, Saxony, now Germany. “

             

            A alternativa para os khoikhoi foi abandonar sua organização social e sua identidade étnica e buscar abrigo entre os povos bantus. É por isso que vemos traços físicos dos khoikhois (pele mais clara; estatura menor; rugas muito evidentes nos mais velhos, principalmente no canto dos olhos; olhos amendoados) entre, por exemplo, os xhosas. Mandela é um exemplo dessa mestiçagem:

            http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/1/14/Nelson_Mandela-2008_%28edit%29.jpg

            http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/32/San_tribesman.jpg

  21. Mandela NÃO era um tucano

    Mandela aos 42 anos.
    Para não pensar que ele era tucano

    O PiG mundial tenta pintar um Mandela branco, tucano, sem caninos e doce como a Madre Tereza de Calcutá.

    O amigo navegante Cido Araujo envia essa notável sugestão.

    A primeira entrevista de Mandela à televisão (inglesa) mostra quem ele era, aos 42 anos, na clandestinidade.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=59UDbLKsvk4%5D

    Note, amigo navegante, o tipo de pergunta do merválico pigal inglês.

    Clique aqui para ler “O que Mandela devia a Fidel: a vitória !”.

    Paulo Henrique Amorim

  22. Mandela é lição para a

    Mandela é lição para a barbárie instaurada nas seções de comentários de Blogs de todas as vertentes, mas principalemnte da chmada Direita. Conseguir analisar sem se deixar levar pelo ódio puro, e que se reflete em xingamentos e outras coisas é tarefa árdua para a maioria. Mas também acho que toda essa catarse ao redor do gurufim do Mandela tem grande porção de hipocrisia. Os mesmo que saudam o lider Negro por ter combatido a discriminiação, são aqueles que negam que o Brasi é racista, aqueles que são contra o Bolsa Família…e contra tudo quanto é tipo de ação afirmativa.

    1. O post não tem nada a ver com

      O post não tem nada a ver com odio puro, nem com Direita e nem com demagogia,  trata-se de uma analise do papel historico de Nelson Mandela, não está dificil de entender.

      1. Realmente paece que foi você

        Realmente paece que foi você quem não entendeu meu caro. Mandela representa a conciliação e a tolerância, o que fez ele se tornar a maior personalidade do seculo passado, ou seja, o papel histórico está relacionado a sua aura conciliadora, de tolerancia e respeito as diferenças mas sem ódio. Tudo isso é o contrário do que se ve hoje nas discussões politicas na internet e nas mesas de bar, o amis rasteiro ódio, sem nenhuma reflexão. Pois é, para vc deve ter sido dificil de entender…abraços.

  23. Mandela paz parte da Historia

    Mandela paz parte da Historia porque consguiu construir uma sociedade multirracial eficiente, esse é seu mérito.

    Se fosse um simples lider contra brancos como a Africa conheceu muitos e que deixaram nos seus rastros paises fracassados, como Idi Amin, os ditadores nigerianos e congoloses, o ditador da Guiné Equatorial amigo do Lula,

    o Tenente Rawlings de Ghana, os brutais decapitadores de Serra Leo, esses que a galera acha bacanas porque SÓ EXPULSARAM O BRANCOS, Mandela não seria nada na Historia.

    Mandela é o estadista que foi porque FOI O CONTRARIO DOS DEMAGOGOS AFRICANOS, ele sabe que a eficiencia da economia sul africana depende do capitalismo dos brancos, é esse capitalismo que faz a Africa do Sul ser a maior e a mlehor economia da Africa, porisso Mandela não é um vulgar populista latino americano que só pensa ganhar a proxima eleição e que se dane o futuro estrtural do Pais.

    Estadistas em paises emergentes são raros e Mandela é um deles porque deixou um legado funcionando. Se derrapar daqui para frente não será culpa dele.

  24. Mandela paz parte da Historia

    Mandela paz parte da Historia porque consguiu construir uma sociedade multirracial eficiente, esse é seu mérito.

    Se fosse um simples lider contra brancos como a Africa conheceu muitos e que deixaram nos seus rastros paises fracassados, como Idi Amin, os ditadores nigerianos e congoloses, o ditador da Guiné Equatorial amigo do Lula,

    o Tenente Rawlings de Ghana, os brutais decapitadores de Serra Leo, esses que a galera acha bacanas porque SÓ EXPULSARAM O BRANCOS, Mandela não seria nada na Historia.

    Mandela é o estadista que foi porque FOI O CONTRARIO DOS DEMAGOGOS AFRICANOS, ele sabe que a eficiencia da economia sul africana depende do capitalismo dos brancos, é esse capitalismo que faz a Africa do Sul ser a maior e a mlehor economia da Africa, porisso Mandela não é um vulgar populista latino americano que só pensa ganhar a proxima eleição e que se dane o futuro estrtural do Pais.

    Estadistas em paises emergentes são raros e Mandela é um deles porque deixou um legado funcionando. Se derrapar daqui para frente não será culpa dele.

  25. chegou no céu

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2013/12/o-dia-seguinte.html

    8 de Dezembro de 2013

    O dia seguinte

     – Próximo!- disse S. Pedro olhando para a lista das entradas.
    – Nome?
    – Mandela.
    – Prince Mandela, ex-Mitsubishi, agora directora da Câmara do Comércio da África no Sul nos Estados Unidos?
    – Não, aquela é a minha filha.
    – Makaziwe Mandela, ex-directora do Banco de Desenvolvimento da África do Sul, agora chefe do Industrial Development Group, área diamantes e petróleo?
    – Não, aquela é a outra filha.
    – Mandla Mandela, o político do parlamento da África do Sul?
    – Não, aquele é o meu neto.
    – Ndaba Mandela, o filantropo e homem de negócios que lidera a organização ligada às Nações Unidas Africa Rising Foundation?
    – Não, aquele é o outro meu neto.
    – Zenani Mandela, a embaixadora da África do Sul na Argentina?
    – Não aquela é outra filha ainda.
    – Winnie Madikizela Mandela, a política que disse “Com as nossas caixas de fósforos e os nossos colares[de pneus] vamos libertar este país”? Aquela condenada por roubo, fraude e rapto?
    – Não, aquela foi a minha primeira esposa.
    – Ocansey Mandela, o futebolista do Burkina Faso?
    – Não, aquele nem sequer é parente meu…
    – Mas então, você é… – S. Pedro levantou o olhar e percebeu:
    – É mesmo você!
    – Pois sou, Nelson Mandela, o ícone.
    – Ahhh, mas esta é uma grande honra Senhor Mandela, há anos que sigo o seu trabalho contra o apartheid, muito bem feito, muito bem…olhe, está tudo pronto, o Paraíso é a primeira porta à direita, é só pôr uma sua assinatura aqui se não se importa…mas olha só, o Mandela mesmo, quem diria…olhe, olhe toda a documentação que temos acerca de si: quando nasceu, onde estudou, a prisão…
    – Pois, fui um mártir.
    – Eu bem sei, eu bem sei, ora essa, tudo temos. Olhe, olhe, os seus discursos, as suas frases…o que é isso? “Israel deveria retirar-se de todas as áreas que tem vindo a ocupar às custas dos árabes em 1967, e, em particular, Israel deve retirar-se completamente do Golan, sul do Líbano e Cisjordânia”. Você disse isso?
    – Bah…não lembro…
    – Não, é que esta coisa não é nada simpática…sabe, o “povo eleito”, há alguém com um fraquinho lá em cima…
    – Mas sabe, eu fiz tantos discursos, se calhar este saiu um pouco mal, acontece…
    – Pois, percebo, percebo…agora, não vamos criar problemas por uma coisas destas, não é? Já assinou? Muito bem, então arrumo o seu dossier e…espere…”Desde os seus primeiros dias, a Revolução Cubanatambém tem sido uma fonte de inspiração para todas as pessoas que amam a liberdade. Admiramos os sacrifícios do povo cubano na manutenção da sua independência e soberania face à campanha imperialistaorquestrada para destruir as impressionantes melhorias alcançadas durante a Revolução Cubana”. Ó Mandela, mas então você é comunista!?!?!?
    – Ohhhh, comunista, que exagero…sou um pouco de Esquerda, mas nem muito, olhe, eu diria mais social-democrata, isso mesmo: sou social-democrata.
    – Social-democrata? Mas você aqui diz “Viva a Revolução Cubana! Longa vida ao camarada Fidel Castro!”
    – Eu disse isso?
    – Pois disse!
    – É…é que…sabe, era convidado, uma semana em Cuba, tudo pago com o dinheiro do povo, hotel cinco estrelas, comida de borla…parecia-me simpática uma palavrinha assim…afinal sou um ícone…
    – Mas qual ícone e ícone, uma coisa destas não passa, lamento, há muitos controles no arquivo central, depois quem leva na cabeça sou eu….vamos ver, para os comunistas seria a porta à esquerda, direitinho para o Inferno, mas considerando o apartheid e tudo o resto…olhe, porta central.
    – O que há na porta central?
    – O Purgatório.
    – O Purgatório? Depois de tudo aquilo que eu fiz? Mas sabe quantos anos já passei na prisão? 27!
    – Ainda melhor, está habituado: e depois não esqueça que a cada 2.000 anos mais ou menos há uma amnistia geral, nem o tempo de ambientar-se e já está no Paraíso. Afinal…ehi, o que é isso também?
    – Minha nossa, o que encontrou agora?
    – Church Street, Pretoria, 20 de Maio de 1983: 19 mortos e mais de 200 feridos…e foi você que mandou explodir a bomba?
    – Sim, mas eu sou um revolucionário…que dizer, não comunista, sou revolucionário mas bom…um ícone revolucionário, isso.
    – Mas qual revolucionário? Mas qual ícone? Matou 19 inocentes, brancos e pretos, este é terrorismo: você é um terrorista!
    – Impossível, deram-me o Nobel da Paz.
    – Grande coisa, também deram o mesmo ao Obama…lamento, para os terroristas não há descontos, também o Osama fartou-se de chorar mas com estas coisas não se brinca: porta da esquerda.
    – Mas sou Mandela, sou um ícone!
    – Quero lá saber do ícone, porta da esquerda e já.
    – Mas o apartheid?
    – Aquilo fica, e ainda bem, mas também a bomba e os 19 mortos ficam. Porta da esquerda.
    – Mas eu conheço Kofi Annan!
    – Pois, outro que vai direitinho para a porta da esquerda. Não me faça perder tempo por favor, próximo!
    – Mas eu conheço Bono Vox!
    – Eh? Bono, aquele dos U2?
    – Sim, aquele que investe em Forbes, no Facebook, no Dropbox, na Costa Azul, em Manhattan, na Califórnia, com Bill Gates, ele mesmo, o multimilionário, somos grandes amigos.
    – Mas porque não disse isso logo? Bono Vox, Bill Gates, claro…quem acha que forneceu o software do arquivo, eh?
    – Bono?
    – Mas não, não, foi o amigo dele, o Gates. E Bono, já era simpático antes, depois, desde que escreveu a introdução ao Livro dos Salmos, imagine, lá em cima não lêem outra coisa: Rei David como Elvis Presley, esta foi o máximo, em cima adoraram, rock e Bíblia, o topo. Pronto, vamos fazer assim: o seu dossier fica aqui, aliás, vou emenda-lo eu pessoalmente e a seguir vou envia-lo para o arquivo.
    – Agradeço, você é uma boa pessoa, vou dedicar-lhe uma das minhas frases célebres: “nascemos para testemunhar a Glória de Deus dentro de nós”.
    – Que maravilha, já viu? Esqueça o comunismo, não custou muito pois não?
    – Gostou? Então oiça esta também: “Quem sou eu para ser brilhante, belo, talentoso, fabuloso? Na verdade, porque você não deveria ser? Você é um filho de Deus”.
    – Linda, linda, linda mesmo, bravo Nelson.
    – E esta, eh? “Não gosto de matar nenhum ser vivo, nem sequer essas criaturas que nos enchem de medo”.
    – ……………………………….
    – ah, tem razão, a bomba, esqueci-me…
    – Próximo!

    Ipse dixit.

     

    1. Se vai para o céu por ação e

      Se vai para o céu por ação e por submissão?

      Por quietudo ou inquietude?

      O que esperava Deus vendo negros pobres sendo exxplorados?

      Quantos negros morreram no silêncio?

      Esse ceu deve estar morto e deve se parecer com a Casagrande,não com uma senzala…

  26. Mandela e Fidel

    MANDELA Y FIDEL

    Por Atilio A. Boron *

    La muerte de Nelson Mandela precipitó una catarata de interpretaciones sobre su vida y su obra, todas las cuales lo presentan como un apóstol del pacifismo y una especie de Madre Teresa de Sudáfrica. 

    Se trata de una imagen esencial y premeditadamente equivocada, que soslaya que luego de la matanza de Sharpeville, en 1960, el Congreso Nacional Africano (CNA) y su líder, precisamente Mandela, adoptan la vía armada y el sabotaje a empresas y proyectos de importancia económica, pero sin atentar contra vidas humanas. 

    Mandela recorrió diversos países de Africa en busca de ayuda económica y militar para sostener esta nueva táctica de lucha. Cayó preso en 1962 y poco después se lo condenó a cadena perpetua, que lo mantendría relegado en una cárcel de máxima seguridad, en una celda de dos por dos metros, durante 25 años, salvo los dos últimos años en los cuales la formidable presión internacional para lograr su liberación mejoraron las condiciones de su detención. 

    Mandela, por lo tanto, no fue un “adorador de la legalidad burguesa”, sino un extraordinario líder político cuya estrategia y tácticas de lucha fueron variando según cambiaban las condiciones bajo las cuales libraba sus batallas. 

    Se dice que fue el hombre que acabó con el odioso “apartheid” sudafricano, lo cual es una verdad a medias. La otra mitad del mérito les corresponde a Fidel y la Revolución Cubana, que con su intervención en la guerra civil de Angola selló la suerte de los racistas al derrotar a las tropas de Zaire (hoy, República Democrática del Congo), del ejército sudafricano y de dos ejércitos mercenarios angoleños organizados, armados y financiados por EE.UU. a través de la CIA. 

    Gracias a su heroica colaboración, en la cual una vez más se demostró el noble internacionalismo de la Revolución Cubana, se logró mantener la independencia de Angola, sentar las bases para la posterior emancipación de Namibia y disparar el tiro de gracia en contra del “apartheid” sudafricano. Por eso, enterado del resultado de la crucial batalla de Cuito Cuanavale, el 23 de marzo de 1988, Mandela escribió desde la cárcel que el desenlace de lo que se dio en llamar “la Stalingrado africana” fue “el punto de inflexión para la liberación de nuestro continente, y de mi pueblo, del flagelo del apartheid”. 

    La derrota de los racistas y sus mentores estadounidenses asestó un golpe mortal a la ocupación sudafricana de Namibia y precipitó el inicio de las negociaciones con el CNA que, a poco andar, terminarían por demoler al régimen racista sudafricano, obra mancomunada de aquellos dos gigantescos estadistas y revolucionarios. Años más tarde, en la Conferencia de Solidaridad Cubana-Sudafricana de 1995 Mandela diría que “los cubanos vinieron a nuestra región como doctores, maestros, soldados, expertos agrícolas, pero nunca como colonizadores. Compartieron las mismas trincheras en la lucha contra el colonialismo, subdesarrollo y el “apartheid”… Jamás olvidaremos este incomparable ejemplo de desinteresado internacionalismo”. Es un buen recordatorio para quienes hablan de la “invasión” cubana a Angola.

    Cuba pagó un precio enorme por este noble acto de solidaridad internacional que, como lo recuerda Mandela, fue el punto de inflexión de la lucha contra el racismo en Africa. Entre 1975 y 1991, cerca de 450.000 hombres y mujeres de la isla pararon por Angola jugándose en ello su vida. Poco más de 2600 la perdieron luchando para derrotar el régimen racista de Pretoria y sus aliados. La muerte de ese extraordinario líder que fue Nelson Mandela es una excelente ocasión para rendir homenaje a su lucha y, también, al heroísmo internacionalista de Fidel y la Revolución Cubana.

    * Director del PLED, Centro Cultural de la Cooperación Floreal Gorini.

  27. ” sentimento tribal (nós contra eles)”

    ” sentimento tribal (nós contra eles)”

    A colocação acima(de um comentário que desapareceu) traduz meu sentimento em relação a um fato recorrente, algo como 99% (talvez) dos comentários em todo artigo de real interesse publicado na internet, pelo menos aqui no Brasil.

    Para mim, pessoas como Lula, Fernando Collor, Sarney, Fernando Henrique Cardoso, são apenas agentes involuntários no processo de mudanças no nosso país, que amadurece, embora lentamente.

    Nenhum deles age ou agiu como “pessoa do bem”, termo tão banalizado hoje em dia. Simplesmente são guiados pelos seus próprios interesses e, dentro desses interesses, todos eles deram sua contribuição para os avanços alcançados nos últimos anos, talvez tirando o Sarney, um câncer a ser extirpado, pois nem um lado positivo ele parece ter. E isso é fácil de constatar, lendo as publicações na imprensa internacional, que não participa desse sentimento “nós contra eles”. Todos, menos o Sarney, são apontados lá fora, como agentes das transformações positivas ocorridas no Brasil.

    No entanto, parece impossível lermos um artigo que seja (muitas vezes parcial em si), em que não predominem comentários que não estejam contaminados por esse sentimento tribal.

     

  28. Uma enorme distorção histórica

    Desculpem, não falarei de Mandela. Mas dessa afirmação abaixo.

    “…A Africa do Sul é uma criação dos holandeses, que chegaram lá antes do negros e transformaram terras inóspitas em uma economia razoavelmente grande…”.

    Caríssimo AA, gosto muitíssimo de ti, mas essa é a maior distorção histórica que você já cometeu em todos esses anos de contribuição ao blog. Vamos lá:

    1. Quer dizer que os Boers (holandeses) chegaram no sul da África ANTES dos negros? Pelamor…

    2. Transformaram terras inóspitas em uma economia razoavelmente grande? Por esforço próprio, sem jamais contar com as enormes riquezas minerais à sua disposição? E o fato de lá ter MAIS jazidas de diamantes que o Brasil – e serem uma economia MENOR que a nossa. Não é uma prova dos “grandes empreendedores’ que são?

    3. Foi a riqueza mineral deles a alavanca primordial do seu “desenvolvimentismo civilizatório”, não sua capacidade evolutiva ou projeto de sociedade – pois sua forma de nação africâner nos brindou com a implantação do “modelo” bem-sucedido da mais violenta e duradoura sociedade segregacionista já instituída, perdendo somente para o milenar sistema de castas hindu (que execra e marginaliza na Índia os dalits, taxando-os “intocáveis”). 

    4. Mas os indianos seriam “asiáticos atrasados”, não europeus modernos – e tal barbárie seria deles esperado, de acordo com o padrão avaliativo que você instituiu, não é mesmo? Olha, eu recomendo a você o livro “O coração das Trevas”, que trata da história de colonização do Congo pela Bélgica – uma história de selvageria brutal, a começar pela postura do monarca Leopoldo II (um soberano tido como culto e civilizado até descobrir-se o que lá ele fez)  – que se dirá, então, da visão e conduta de seus súditos europeus perante os africanos…

    Tudo bem você defender o modelo de sociedade ocidental moderna (européia, branca, positivista, de ética/moral semi-cristã e hierarquia social com mobilidade fluida baseada no volume de riqueza adquirida) como o melhor padrão humano possível já concebido. Eu aceito sua opinião, embora discorde elegantemente dela em certos pontos.

    Mas dizer que a colonização européia foi a melhor coisa que poderia ter ocorrido ao continente africano e às suas populações bantus e zulus (hoje tutsis) é afirmar que o escravagismo (e a cultura consequente de rotulá-los como “racilamente inferiores”) tenha sido um processo “ruim, mas historicamente necessário” no processo evolutivo humano.

    Isso é abominável, tão racista e discriminatório que eu não consigo vê-lo defender isso – vai contra a imagem culta, vivida e elevada que tenho de ti.  Abs.

    1. “Isso é abominável, tão

      “Isso é abominável, tão racista e discriminatório que eu não consigo vê-lo defender isso – vai contra a imagem culta, vivida e elevada que tenho de ti”.

      Caro Waldir, muito bom esse seu texto. A concepção do colega Motta Araújo sobre a “intrumentlidade branca para fazer a para a Africa funcionar” é sim um traço de racismo, e nem adianta tampar o sol com a peneira. Vc foi em cheio. O AA é muito inteligente, mas isso está longe de exibir um R = 0.9999  com uma coisa chamada…humanidade.

    2. O apartheid NÃO foi o mais

      O apartheid NÃO foi o mais longo processo segregacionista da Historia e tampouco foi escravista. O apartheid foi uma politica estabelecida após o fim do dominio britanico em 1961, durou até 1994, portanto trinta anos. A segregação racial nos EUA, que tambem era um apartheid, é apenas uma questão de nomes, durou muito mais tempo, do fim da Guerra Civil em 1865 até o Governo de Lyndon Johnson em 1967, portanto cem anos.

      . Em 1949, na minha primeira viagem aos EUA, em Charlotte, na Carolina do Norte, na loja de departamentos Filenes em fui empurrado e jogado ao chão por uma adolescente porque estava bebendo agua no bebedouro dos negros, que era lado a lado com o dos brancos, haviam banheiros femininos e masculinos separados escrito em cima COLORED e WHITE, tudo era separado, bares, restaurantes, hoteis,  escolas, os negros só podiam usar o fundo dos onibus, a unica diferença do apartheid sul africano é que este era pior, porque impedia os negros de usarem parqus publicos e praias. A segregação nos EUA era mais ao Sul do Pais mas era completa tanto quanto na Africa do Sul.

      Quando descrevo aqui processos historicos não significa apoiar ou aprovar, tenho olhos apenas de narrador.

  29. Por pior que tenha sido a

    Por pior que tenha sido a elite da África do Sul, eles não fizeram o que fez a nossa elite.

    Quem viveu e viu o que aconteceu neste país nos últimos 50 anos entenderá o que digo…

    É INIMAGINÁVEL como são tratados aqueles que DILAPIDARAM o Brasil desde 1964 via a vis aqueles que lutaram pela democracia e retirou 50 milhões de pessoas da miséria!

    Mandela se tivesse feito ESSA MESMA HISTÓRIA NO BRASIL seria acusado de estupro na prisão, comunismo e de muitos outros delitos…

    Não se deixem enganar pela “comoção” de nosso PIG! Isso é por que não é no Brasil e fazem média para as pessoas que têm algum vinculo de valor ético e cultural com o heroi sulafricano…

    Ou seja, eles querem sair ganhando…

  30. Aécio desonra MANDELA

                                

    Aécio desonra MANDELA

      (9/12/2013)

    Era previsível. Aécio Neves assina texto sobre Mandela. E segue a mesma trilha de tantos quantos o odiaram em vida e que agora, em suas exéquias, derramam elogios insinceros. Clinton é a melhor expressão disso: durante todo seu período de presidente dos EUA, Mandela era oficialmente reconhecido como terrorista. Sua homenagem agora é um ato de provocação.

    Líderes políticos conservadores, imprensa de direita, intelectuais reacionários, diante do impacto causado pela morte de Madiba verteram também suas “lágrimas de crocodilo”. Todos tentaram transformá-lo num líder pacifista e pacificador, que havia se arrependido de ter resistido, inclusive de armas na mão, contra o regime do Apartheid.

    E Aécio plagiou essa direita manipuladora.

    Nada mais mentiroso e desonroso que fazer tal homenagem.

    Porque não há uma polarização entre um suposto líder belicista e um pacifista, inscrito na figura singular de Mandela. Isso nunca existiu. Ele não deixou de lado o “ódio” para cultivar o “amor” e a tolerância como arma política. Deixemos que ele fale:

    “Nós adotamos a atitude de não violência só até o ponto em que as condições o permitiram. Quando as condições foram contrárias, abandonamos imediatamente a não violência e usamos os métodos ditados pelas condições.” Umkhonto we Sizwe era o braço armado do Congresso Nacional Africano, criado por ele, como forma de resistir à violência do Apartheid.

    Ou seja, ele era movido por uma orientação política e ideológica posta pela premissa da igualdade de direitos não apenas formais, mas também reais. A escolha da resistência pela violência não precedia a diretriz anterior.

    Seus 27 anos de prisão foram um ato de resistência quase que inigualável na história da humanidade. Assediado pelas elites brancas da África do Sul, que temiam a revolução social em curso no país, lhe foi oferecida a liberdade, em troca do abandono de suas ações e ideias. Leiam a resposta dada à esposa Winnie Mandela, portadora da proposta indecente feita pelos racistas:

    “Você sabe perfeitamente bem que passamos essa última parte de nossa vida na prisão exatamente porque nos opomos à ideia mesma de assentamentos separados, que nos torna estrangeiros em nosso próprio país, e que permite ao governo perpetuar a opressão até os dias de hoje. Pedimos ainda que desista desse plano explosivo e esperamos sinceramente que seja a última vez que venha a nos aborrecer com isso.”

    Sobre um dos pedidos para que “renunciasse à violência” ele segue a mesma linha: “Quem deve renunciar à violência é o Botha. Que diga que vai acabar com o apartheid.”

    É isso que as homenagens insinceras, vinda de gente como Aécio, quer lhe retirar: a alma rebelde, crítica e revolucionária. Querem cindi-lo: antes, um negro belicista, depois um negro arrependido.

    E tem mais. Tentam esconder, inclusive, que ele – filho de elite tribal -, com educação eurocêntrica, até contra isso se rebelou.

    São estas atitudes que a direita internacional e a brasileira querem diluir.

    Rolihlahla Dalibhunga Mandela merece respeito.

    http://www.minassemcensura.com.br/

  31. A lição de Mandela e a hipocrisa da midia

    Um legado imediato da morte do grande Mandela é mostrar, esconcarar, a hipocrisia e o culto da mentira do pig, Transforma-no em um bonzinho que soube ser injustiçado e permaneceu, depois de martirizado, bonzinho. Nada mais falso e hipócrita.

    Ele é um ícone da justiça que ai está e de como ela age com os que não são os “seus”. Não o matou por detalhes e muito “lideres do pig”pediram sua execução.

    A queda do governo de veia nazista não caiu devido a ele, já que preso e incomunicável. Quanto cabe a Cuba deste processo? Ninguem comenta porque é tabu. Esta parte da história eles, o pig e os seus, também esqueceram, esconderam. é a especilaidade de quem esconde o papel terrível do Churchil de mentor quase único nas duas grandes guerras.

    A história também feita aos moldes nazistas de vender e vender mentira e cobrir sujeiras grossas e permanentes, e que perduram, surge aqui em “seu esplendor” . O araujo mota, o aa, dá aqui um pequeno exemplo do que pensam e como agem; a mentira crida e fidelizada.

     

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