Ao abandonar Nunes e voltar ao PT, Marta fala que seguirá “caminhos coerentes”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Luis Nassif comenta na TVGGN: Marta demonstrou "deslealdades notórias" e "pulou de galho em galho todos esses anos"

Foto: Marcelo Camargo/ABr

Com histórico de traições ao PT e aos governos dos quais formou parte em São Paulo e no governo de Dilma Rousseff, Marta Suplicy abandona a Prefeitura de Ricardo Nunes, oposição ao PT em São Paulo, afirmando que seguirá “caminhos coerentes” com sua trajetória.

Agradecendo ao atual prefeito, que flerta com Jair Bolsonaro para uma aliança na reeleição da cidade, e ao ex-prefeito Bruno Covas, que foi o opositor de Guilherme Boulos em 2020, Marta escreveu uma carta de demissão, dedicando e agradecendo a atual administração.

Em carta dedicada a Nunes, Marta fala em “nova conjuntura” política da cidade e que seguirá “caminhos coerentes” com sua “trajetória, princípios e valores que nortearam” toda a sua “vida pública”.

Em análise na TVGGN, o jornalista Luis Nassif criticou a postura da política, lembrando que ela demonstrou “deslealdades notórias” e “pulou de galho em galho todos esses anos”.

Citando ataques de Marta Suplicy ao PT, chamando o partido de corrupto em 2016, ao então prefeito e hoje ministro Fernando Haddad, ao governo Dilma Rousseff e a favor do impeachment da ex-presidente, em. “Ela votou pelo impeachment mesmo tendo sendo ministra da Dilma”, relembrou.

“A Marta pode ter muitas virtudes, mas ela foi profundamente desleal com o partido que a lançou. E, agora, ela procurou o partido de novo, e o partido a acolhe, a ponto de ter a demissão pelo prefeito Ricardo Nunes de um cargo, que era um dos centrais da administração de Nunes”, comentou na TVGGN.

“Neste momento em que o cenário político de nossa cidade prenuncia uma nova conjuntura, diferente daquela em que, em janeiro de 2021, tive a honra de ser convidada por Bruno Covas para assumir a Secretaria Municipal de Relações Internacionais, encaminho meu pedido de demissão”, escreveu a política na carta.

“Como em outras passagens de minha vida pública, seguirei caminhos coerentes com minha trajetória, princípios e valores que nortearam toda a minha vida pública”, continuou.

Nassif alertou que a candidatura progressista em São Paulo deve “ser uma frente civilizada” e que “essas concessões” do PT à Marta “doem”.

“Porque confirmam também o que está ocorrendo na área federal, que é um excesso de pragmatismo que joga para baixo do tapete todos os princípios, os valores.”

2 Comentários

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  1. A Hipotética readmissão de Marta no PT provoca cizânia na militancia e quase unanimidade contra seu nome nos diretórios levando a necessidade de ser quase certa a intervencão via consulta no Diretório Nacional do Partido.
    De modo que, como sempre foi até tempos atrás, o PT não tem dono, não tem coronel e nem cacique sendo pois inadmissivel delegados engolirem medidas que aviltam o bom senso e ferem os brios atacando o regimento da agremiação. Impossivel aceitar uma ditadura dentro do PT por aqueles que se dizem democratas.
    O PT foi criado por centenas de mãos e centenas de mentes organizaram seu regimento estatutario,nunca teve e jamais aceitará ter dono.Ninguém por maior cargo que ocupe tomou decisões sem consultar delegados e diretórios como tem ocorrido desde 2022.
    Decisões que só fazem desunir e desanimar da luta partidaria e trabalho interno.
    Tudo dentro do PT foi sempre discutido organizado e finalizado por muitas mentes, de projetos sociais a entendimento politico ideológico foram muitas personalidades de valor que deram andamento e nunca um unico membro. Me lembro que só para definir como seria o orçamento participativo nas prefeituras foram mais de cem reuniões até pelo voto democratico ser aprovado e colocado em pratica.
    O PT ja foi pequeno necessitando de nós churrascos nos fundos de casa,rifas de tudo que fosse possivel,arcar com despesas de diretórios nas pequenas cidades do interior para fundo de campanha e hoje é o segundo maior fundo partidario do País ,cresceu ficou rico graças aos esforços de muita gente que hoje é tratada com desprezo sem ter o minimo direito de dar sua opinão estando ou não nas lides partidaria.
    É assim que se mata um Partido e tristemente com o Lobby de uma midia dita progressista que nunca foi Petista

  2. Uma das primeiras medidas de Marta como Ministra da Cultura de um governo petista foi liberar dinheiro público para o Hollyday on Ice. Imperialismo cultural gringo no Brasil com dinheiro brasileiro, não me parece algo coerente. Marta não tem nem meu apoio, nem meu respeito, nem meu voto.

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