
São distintas as estratégias de dois grupos de mídia – Organizações Globo e Folha/UOL – para compatibilizar os diversos tipos de veículos que controlam.
No início da era dos portais, a Globo conseguiu um contrato invejável com a TIM que lhe permitiu montar o G1. A Folha fundiu a UOL com a BOL, da Editora Abril, associou-se a capitais portugueses e expulsou a Abril do jogo. Depois trouxe como investidor o BTG, em uma operação que custou o meu pescoço.
O G1 encontrou seu espaço, sendo a confluência das reportagens das diversas afiliadas da Globo, mas uma equipe própria. O grupo manteve identidade própria da rede CBN de rádios e da Globonews. Seu conteúdo, por vezes, alimenta o G1, mas tem personalidade própria.
Ao mesmo tempo, embora tenha fechado a revista Época, melhorou substancialmente O Globo. Depois do impeachment, limpou o jornal dos cronistas de ódio, montou um forte time de comentaristas e a mais dinâmica home dentre os jornais tradicionais.
Tem o vício comum aos demais jornais, de não investir em grandes reportagens investigativas. O jornal é um arquipélago de colunistas soltando pedaços de informações relevantes mas, mesmo assim, pedaços sem contextualização. De qualquer modo consegue sempre trazer chamadas relevantes para a home.
Comete um desperdício incompreensível com o Valor Econômico, que teria tudo para ocupar o espaço que hoje em dia está sendo trilhado pela CNN, de foco na economia e no mercado e do próprio Estadão, com a Broadcast. Houvesse um mínimo de visão, estaria investindo em uma plataforma Valor.
Com a Folha/UOL ocorreu o contrário. Há uma disputa disfarçada entre ambos os veículos. Enquanto a UOL esbanja equipe de jornalistas e comentaristas, a Folha parece padecer de falta de recursos. Tem uma boa sacada – a forma como apresenta o conteúdo das edições diárias -, mas durante o dia não consegue nem um pingo do dinamismo da UOL.
Curiosamente, o impacto político mais forte ainda é do jornal – mesmo o jornalismo da UOL sendo bastante superior. O formato jornal, com suas hierarquias de páginas e manchetes, ainda tem mais eficácia do que a pulverização de páginas e seções que caracterizam os veículos digitais.
Uma estratégia inteligente da Folha/UOL seria fortalecer a Folha, dar-lhe condições econômicas, fortalecendo o corpo de repórteres investigativos. Mas, aparentemente, há conflitos de acionistas atrapalhando a racionalidade.
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Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
” O formato jornal, com suas hierarquias de páginas e manchetes, ainda tem mais eficácia do que a pulverização de páginas e seções que caracterizam os veículos digitais.”
Não é a quantidade, nem mesmo a qualidade que importa; e sim a clareza do que se quer dizer.
Daí que para o leitor que pensa – e decide – o impresso, a leitura não descartável mesmo que eletrônica sempre prevalecerá. O resto? Mero consumo.
Apesar de assinante do jornal impresso, não vejo futuro algum nesse tipo de informação. Infelizmente é uma forma obsoleta de se dar notícia.A única salvação, talvez fosse o jornalismo investigativo que não carece do dinamismo que esperamos das notícias.
Num dos episódios de Startrek, o sr. Spock aparece lendo um livro impresso. Ok não haviam inventado o kindle ainda.
Eco lembra que o papel sobreviverá. O vinil ainda é inexplicavelmente superior ao digital.
Lives e manifestos com 100 mil funcionam?
I can get no… Satisfaction
O filósofo coreano Han, aponta uma possível explicação em Sociedade do Cansaço: analógico oferece uma experiência aos sentidos diferenciada e profunda.
Melhor ter poucos amigos no real que centenas no virtual.
Tenho um dificuldade imensa na filtragem das reportagens relevantes dos portais de notícias.
Aplicativos como google news e Microsoft notícias praticamente nos obrigam a filtrar os sites dos oligopólios de notícias pra se ter uma boa informação, até inserir sites como o do nassif nos apps exige um certo tempo e esforço enquanto notícias sobre novela e futebol pipocam a todo tempo na tela do celular.
Numa tentativa de frear sua perda de importância e da relevância de seus jornais, os grandes grupos de mídia impuseram sua ditadura de informações como prática para garimpar dinheiro e visibilidade, hoje não é possível visualizar uma reportagem sequer sem pagar assinatura
Deus salve os blogs de notícias que são minha rotina de conhecimento hoje no brasil
Querido Nassif,
Não conheço a sua dieta alimentar nem tão pouco as fontes de conhecimento que você bebe, mas está dando muito certo, pois está cada dia mais jovem e mais sábio.
Parabéns a você e a todos!
Afetuoso abraço