“Consagrado ao demônio”: Discurso de Michelle Bolsonaro é típico de “regimes fascistas”, diz Frente Inter-Religiosa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Michelle Bolsonaro "usa a divindade para tornar o semelhante um inimigo desumanizado", que pode ser alvo de violência

A Frente Inter-Religiosa Dom Paulo Evaristo Arns publicou uma nota de repúdio à primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, que usou um culto religioso para afirmar que o Palácio do Planalto era um “lugar consagrado a demônios” durante os governos do PT, enquanto agora, sob Jair Bolsonaro, seria um local “consagrado ao senhor Jesus”.

Segundo a Frente Inter-Religiosa, o discurso intolerante de Michelle Bolsonaro propaga um “maniqueísmo fundamentalista e perigoso”, típico de “regimes fascistas”.

Além disso, as declarações da primeira-dama “violam a legislação eleitoral e promovem, através da demonização do diferente, a cultura de ódio, colocando em risco a convivência pacífica entre as distintas tradições religiosas e o respeito às diferentes crenças.”

“Ao atribuir às administrações anteriores uma ‘consagração ao demônio’, a primeira-dama repete uma antiga prática excludente, beligerante e preconceituosa que, conforme demonstrado pela história, usa a divindade para tornar o semelhante um inimigo desumanizado, ligado a forças nefastas e que podem inclusive ser alvo de violência de forma legitimada“, diz a nota.

Leia também: Janja reage ao post de Michelle Bolsonaro que demoniza religiões afro para atacar Lula

A Frente cobra retratação de Michelle Bolsonaro e critica a Igreja Batista Lagoinha em Belo Horizonte, por ser palco de declarações que “ferem o Estado Democrático de Direito, violam a legislação eleitoral e promovem, através da demonização do diferente, a cultura de ódio.”

A nota ainda destaca que Michelle também “comete crime contra a Constituição Nacional de 1988, que proíbe qualquer relação de dependência ou aliança de autoridades políticas com religiões específicas, e abre um terrível precedente quanto à teocracia em nosso país”, quando ela associa o governo Bolsonaro à consagração de Jesus.

ATAQUE ÀS RELIGIÕES AFRICANAS

Cabo eleitoral de Jair Bolsonaro, Michelle tem usado suas aparições públicas e redes sociais para demonizar as religiões de matriz africana em ataques à candidatura de Lula. O discurso intolerante recebeu uma resposta da esposa de Lula, Janja, nesta terça-feira (9). Leia mais aqui.

Leia a íntegra da nota de repúdio abaixo:

Nota-de-Repudio-as-Declaracoes-de-Michelle-Bolsonaro

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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