
A 10 dias do fim de seu mandato, Jair Bolsonaro exonera servidores e indicações polêmicas e os destina a um novo posto, longe dos holofotes nacionais. É o caso do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, enviado para um cargo em Madri, na Espanha. O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, também foi exonerado, mas ainda não se sabe o seu destino.
Com a reestruturação da Polícia Federal pelo governo eleito Lula, com novo comando e trocas de nomeações em postos-chave, o aliado de Bolsonaro, Márcio Nunes, foi remetido à Espanha, no cargo de adido Policial da Embaixada do Brasil, em Madri.
Nunes já foi secretário-executivo do Ministério da Justiça e assumiu o comando da PF em fevereiro deste ano. Em caráter de “missão diplomática”, ele ficará no país por 3 anos, caso Lula não nomeie outra pessoa ao posto.
A indicação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (20):

Ainda, antes de sair do comando da PF, Márcio Nunes de Oliveira já dispensou diversos delegados e designou outros, modificando parte da composição das chefias das Polícias Federais nos estados e de diretorias do órgão.
A medida foi feita nas PFs do Piauí e de Santa Maria (RS), na Diretoria de Inteligência Policial, na Diretoria de Tecnologia e na Divisão de Ensino da Academia Nacional de Polícia.
Outro remanejamento que chamou a atenção foi do diretor da PRF, Silvinei Vasques, que está sendo investigado por omissão durante os protestos contra a vitória de Lula nas eleições 2022 e pela Operação da Polícia Rodoviária no dia 30 de outubro, dia de votação, quando centenas de veículos foram paralisados para abordagem policial em rodovias de estados do Nordeste, o que impediu ou prejudicou a votação de eleitores da região.
Vasques é réu por improbidade administrativa e alvo de um pedido de afastamento de seu cargo pelo Ministério Público Federal (MPF). Ainda, durante as investigações, o diretor-geral teria saído de férias e teria solicitado que o órgão financiasse um curso no exterior, em dois países.
Com a polêmica, o ministro da Justiça Ciro Nogueira “dispensou” o diretor-geral do cargo, em portaria que foi publicada no DOU desta segunda (19):

Não se sabe se Vasques seria remanejado para outro posto, a exemplo do diretor da PF. Antes de ser demitido, ele também renomeou e modificou boa parte dos quadros da PRF em diversos locais, como no Pará, na Superintendência-Executiva da Universidade da PRF, na Divisão de Regulamentação Interna e na chefia do Serviço de Comando de Operações Especializadas Norte.
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Imagino que que além de premiar alguns da PF, que lhe foram fiéis,
Bolsonaro pode ter exigido que eles trocassem diretores antigos por outros que, também lhes sendo fiéis, poderão lhe proteger e/ou o manter atualizado e precavido sobre os movimentos da PF, contra ele e família. Sei não mas a PF pode estar monitora da por aparelhos de vigia e escuta, como por policiais, do tipo “jogo duplo”.