Boulos e Nunes empatam na disputa eleitoral em São Paulo, mostra

Guilherme Boulos e Ricardo Nunes (Foto: Felipe Gonçalves/Brasil 247 | Isadora de Leão Moreira/Governo de São Paulo)

Uma nova rodada da pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (11), mostra a forte polarização do eleitorado sobre os pré-candidatos que devem disputar a Prefeitura de São Paulo em outubro de 2024.

O deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), e o atual prefeito da cidade Ricardo Nunes (MDB) estão isolados na corrida e lideram tecnicamente empatados o levantamento, que tem uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Numericamente, o psolista que tem o presidente Lula (PT) como seu cabo eleitoral, lidera com 30%. Já Nunes, que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem 29%.

No geral, a nova pesquisa – que ouviu 1.090 eleitores paulistas na última quinta (7) e sexta-feira (8) – não é diretamente comparável à anterior, feita em agosto de 2023, isso porque os concorrentes não são os mesmos.

Contudo, ainda assim, é perceptível que Nunes ganhou espaço. Na última rodada ele marcou 24% ante 32% de Boulos. O resultado também mostra uma melhora na avaliação do prefeito, que tinha 23% de aprovação em agosto e agora marcou 29%.

A campanha oficial pela prefeitura começa em agosto.

O eleitorado

Conhecendo melhor os entrevistados, a pesquisa aponta que Boulos obtém os melhores índices entre as classes mais altas, enquanto Nunes conta com maior apoio de conservadores.

O psolista marca 42% entre quem tem ensino superior e 22% entre quem tem ensino fundamental; 24% entre quem recebe até dois salários-mínimos e 41% entre quem recebe mais de 10 salários-mínimos. Oscila de 53% entre funcionários públicos a 19% entre evangélicos.

Boulos tem mais eleitores no centro (49%) e na zona oeste (35%) e menos na norte (27%).

Na busca do voto antipetista, Nunes alcança 34% entre católicos e 37% entre evangélicos. Entre jovens de 16 a 24 anos, marca 13%. Tem 35% entre quem tem ensino fundamental e 25% entre quem tem ensino superior; 30% entre quem recebe até 2 salários-mínimos e 17% entre os que recebem mais de 10 salários mínimos.

Nunes tem mais eleitores na zona norte (36%) e oeste (32%) e menos no centro (20%).

Cenários

Num cenário com a participação de todos os possíveis candidatos, inclusive aqueles que não foram lançados, Tabata Amaral (PSB) aparece em terceiro lugar com a 8%, seguida de Marina Helena (Novo) com 7%, Kim Kataguiri (União Brasil) com 4% e Altino (PSTU) com 2%. Outros 14% declaram voto em branco ou nulo, enquanto 6% não sabem em quem votar.

Já considerando que a União Brasil não lance Kim, tendo em vista que o principal líder do partido em São Paulo, Milton Leite, é aliado de Nunes e pode optar por apoiar o prefeito, o emedebista aparece numericamente à frente.

Nessa situação, Nunes tem 30% ante 29% de Boulos. Tabata aparece com 9%, Marina Helena tem 7% e Altino 1%. Brancos e nulos são 16% e 7% não sabem.

Agora, num cenário em que Tabata não seja candidata, já que Lula pode se movimentar para unificar as siglas de centro-esquerda em torno de Boulos, a pesquisa mostra Boulos e Nunes empatados com 33%. Marina Helena tem 8% e Altino marca 2%. Outros 17% declaram voto branco ou nulo e 7% não sabem.

Pesquisa espontânea

Na pesquisa espontânea, quando não é apresentado os nomes dos candidatos aos entrevistados, Boulos marcou 14%, ante 8% na rodada anterior; enquanto Nunes teve 8%, uma alta em relação aos 4% registrados no último levantamento.

Ainda, há 2% que declaram voto “no atual prefeito” e 1% que vota “no PT/candidato do Lula”. Em agosto, 72% disseram não saber em quem votar, percentual que agora é de 60%.

Boulos e Nunes também empatam tecnicamente sobre a taxa de conhecimento, sendo bem mais conhecidos que seus adversários.

No total, 85% dizem conhecer o prefeito. Desses, 30% dizem conhecer muito, 27% um pouco e 27% de ouvir falar. Há 15% que não conhecem Nunes.

Já o deputado é conhecido por 83% dos entrevistados, dos quais 33% conhecem muito, 23% um pouco e 27% de ouvir falar. Outros 17% não conhecem Boulos.

Em agosto, 80% conheciam Boulos, e 79% conheciam Nunes.