Uma mansão no Lago Sul de Brasília, alugada para sediar o comitê da campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, tornou-se na “sede do golpe” desde a derrota do mandatário nas urnas, afirmou reportagem de Sarah Teófilo e Rodrigo Rangel, no site Metrópoles.
Na casa, apoiadores de Bolsonaro, liderados pelo ex-ministro e ex-candidato a vice Walter Braga Netto, se reúnem para discutir estratégias a fim de questionar o resultado das eleições, que elegeu Lula (PT) presidente.
“O general Braga Netto tem dado expediente no local regularmente, na companhia de seu entourage, que inclui oficiais das Forças Armadas”, diz a coluna, que acompanhou o movimento no endereço durante esta semana.
Nos últimos dias, Braga Netto recebeu o ex-ministro e deputado federal Osmar Terra. Na saída do local, o bolsonarista admitiu à reportagem que esteve em uma reunião para tratar da auditoria contratada pelo PL para questionar as urnas eletrônicas.
Na quinta-feira, também esteve na mansão o deputado federal e bolsonarista, Marcel Van Hattem (Novo-RS), a convite do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
Girão afirmou à coluna que o assunto da reunião foi a auditoria das urnas. Havia também mais um senador na reunião, Guaracy Silveira (PP-TO), que faz parte do partido da base aliada do atual governo.
“Há um fluxo intenso na casa. O entra-e-sai é permanente. O endereço tem servido ainda para reuniões com manifestantes que engrossam os protestos antidemocráticos. É uma evidência importante sobre a cadeia de comando das manifestações nas portas de quartéis e nas estradas questionando o resultado das eleições”, informaram os jornalistas.
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A casa
Vale ressaltar que, antes de ser alugada pelos bolsonaristas, a mansão era sede da Precisa Medicamentos, empresa que esteve no centro dos escândalos do governo Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19.
Sobre as ações atuais no local, o PL disse que, como a campanha acabou, o comitê de campanha já não funciona mais no endereço e que “não sabe” sobre as atividades flagradas pela reportagem.
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