Agronegócio, policiais e empresários financiaram atos golpistas pelo Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Relatórios da investigação das Polícias Militar, Civil, Federal e MPF detalham os nomes dos financiadores e organizadores dos atos

Foto: Reprodução

Os atos golpistas pró-Bolsonaro foram financiados por empresários do agronegócio, políticos, policiais e servidores públicos. É o que mostram relatórios da investigação das Polícias Militar, Civil, Federal e Ministério Público Federal (MPF), enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgados pelo Estadão.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é o relator do processo por atos antidemocráticos que tramita na Suprema Corte.

As investigações detalham a fonte de financiamento dos atos que pediam intervenção militar, federal de Jair Bolsonaro e contra a eleição de Lula, vitorioso no pleito de outubro, e que bloquearam centenas de rodovias e estradas pelo país no início do mês.

Em cada estado e municípios, os organizadores dos atos pertencem a diferentes setores.

No Acre, os fazendeiros Jorge José de Moura, conhecido como “rei da soja”, e Henrique Luis Cardoso Neto teriam financiado os atos golpistas.

Em Goiás, são apontados o ruralista Hernani José Alves e o dono de panificadora Tales Cardoso Machado na cidade de São Miguel do Araguaia; em Goianésia, Jamil El Hosni e Rafael Luiz Ottoni Peixoto, do agronegócio.

No Mato Grosso do Sul, também aparecem três pecuaristas, o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, e outras pessoas, incluindo uma assessora parlamentar e um comerciante.

Em Santa Catarina, o estado que mais registrou atos golpistas e bloqueios de vias, fazendeiros e empresários foram citados: Em São Miguel do Oeste, Wuillian Lanza, Odair Breier, Valnir Camilo Scharnoski, Rodrigo Cadoré, Itamar Schons e Vanirto José Conrad; em Canoinhas, Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, foi o organizador. O empresário do setor de mate Luis Cesar Fuck financiou também protestos.

No Paraná, o empresário Valmor Geronimo Ferro foi apontado nos atos em Curitiba, e os empresários José Antonio Rosolen e Robson Leandro Calistro organizaram os bloqueios na cidade de Cianorte. Em Foz do Iguaçu, o ex-candidato a deputado Ranieri Alberton Marchioro (PTB) foi também listado.

No Rio Grande do Sul, as investigações trazem o nome do PM aposentado Vilmar Luis Vicinieski, o coordenador do movimento Direita RS, Ezequiel Vargas, e o deputado federal eleito Tenente Coronel Zucco (Republicanos).

O jornal Estadão buscou contato com os nomes relacionados e não obteve retorno.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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