Condenado, Dallagnol reage como se estivesse acima da lei e ataca ministros do TCU

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Na visão de Dallagnol, ele jamais poderia ter sido condenado pelo órgão de controle, pois trabalhou "contra a corrupção" na Lava Jato

Depois de perder o mandato de senador, Dallagnol se vê envolvido em mais desdobramentos da Lava Jato. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ex-procurador Deltan Dallagnol reagiu como se estivesse fora do alcance da lei após ter sido condenado pela 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União a devolver o dinheiro público – R$ 2,8 milhões em valores atuais – gasto na chamada “farra das diárias” da Lava Jato.

A condenação do TCU abre caminho para a inelegibilidade e atrapalha os planos do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, que busca eleger-se deputado federal na eleição de outubro de 2022.

Minutos após a decisão tomada pelo TCU nesta terça (9), Dallagnol recorreu às redes sociais para atacar os ministros. Ele insinuou que os ministros são corruptos, pois foram “delatados na Lava Jato”, e declarou-se “perseguido” pelo sistema.

Na visão de Dallagnol, ele jamais poderia ter sido condenado pelo órgão de controle, pois trabalhou “contra a corrupção” na Lava Jato.

“A 2ª Câmara do TCU entra para a história como o órgão que perseguiu os investigadores do maior esquema de corrupção já descoberto na história do Brasil”, disparou Dallagnol.

Segundo ele, o ministro Bruno Dantas, relator do processo no TCU, correu com o julgamento porque “era o único modo de manchar o legado da Lava Jato antes das eleições e tentar me tornar inelegível.”

Vou recorrer da decisão, que não me torna inelegível porque é recorrível“, disse Dallagnol. Ele tem até 15 de agosto para reverter a decisão do TCU.

Confira: TCU condena farra das diárias da Lava Jato e Dallagnol está inelegível

Leia a nota completa abaixo:

A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) entra para a história como o órgão que perseguiu os investigadores do maior esquema de corrupção já descoberto na história do Brasil.

Quatro ministro. do TCU DELATADOS na Lava Jato me julgaram hoje e condenaram a ressarcir os gastos da Lava Jato, 3 milhões, contrariando 14 manifestações técnicas de 5 instituições (MPF, TCU, MP-TCU, ANPR e JF) que afirmaram a regularidade dos gastos e me isentaram de responsabilidade.

O órgão se junta àqueles que, ao invés de condenar o desvio de bilhões de reais de recursos públicos, decidem condenar aqueles que se dedicaram arduamente ao combate à corrupção. Trata-se de uma absurda inversão de valores que não encontra eco na opinião pública.

Obrigado a todos que tuitaram e se manifestaram em apoio nas redes sociais e em mensagens pessoais, fazendo a tag #BrasilComDeltan subir à 2ª posição dentre os assuntos do momento. Contar com o suporte de vocês significa muito para mim e me fortalece diante dos ataques.

O sistema quer vingança. Este é mais um episódio que mostra o quanto o sistema político não tá nem aí pra sociedade e quer ver a Lava Jato longe do Congresso Nacional. Mostra até onde o sistema é capaz de chegar para impedir que o combate à corrupção avance no país.

O ministro substituto André Luis, que veio da ala técnica, mas não pôde votar, pediu a palavra e ironicamente “elogiou” o relator Bruno Dantas pela coragem de condenar quem combateu a corrupção enquanto os tribunais estão livrando a cara de quem realmente praticou corrupção.

Sigo firme com o propósito de combater a corrupção, amparado no apoio de mais de 80% da população brasileira que apoia a Lava Jato e pelas doações que tornam nossa vaquinha eleitoral a que mais arrecadou até agora. Obrigado por você fazer parte disso também.

Ah, note isto:Bruno Dantas correu com o processo alegando que havia risco de prescrição, mas no julgamento disse que os fatos são imprescritíveis. A verdade é que correr era o único modo de manchar o legado da Lava Jato antes das eleições e tentar me tornar inelegível.

Vou recorrer da decisão, que não me torna inelegível porque é recorrível, e reafirmo meu compromisso de lutar pelo Brasil e pelos brasileiros com coragem. A resposta aos ataques que vêm da velha política e seus aliados virá das urnas em outubro.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Apoio de 80% da sociedade? É muita pretensão e hipocrisia… é típico de quem já começou no MPF de forma errada. O Paraná não merece um representante desse tipo.

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