“Depósitos na conta de Michelle Bolsonaro são pífios”, diz advogado

Os valores encontrados na conta da ex-primeira-dama, que somam R$ 8.600, eram usados para bancar a manutenção da família.

Em resposta às denúncias de que Mauro Cid orientava os assessores de Michelle Bolsonaro a custear as despesas da ex-primeira-dama e parentes com dinheiro vivo e de forma fracionada, prática comum em esquemas de corrupção, os advogados de Defesa da esposa de Jair Bolsonaro (PL) justificaram que o valor dos depósitos eram “pífios”.

O advogado Fabio Wajngarten afirmou ainda que os saques eram feitos por Mauro Cid, “por questões de segurança” e tinha como destino o pagamento de despesas apenas do ex-presidente e a cônjuge.

Apesar de alegar que contratará um perito criminal para demonstrar a ausência de desajustes nas contas do casal, a defesa não apresentou nenhum documento oficial a jornalistas, pois estes estariam em processo de sigilo.

Foi compartilhada, no entanto, uma cópia de planilha com as movimentações da conta de de Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Modus operandi

Segundo Wajngarten, os valores eram usados para pagar pequenos prestadores de serviço e o meio de pagamento – com dinheiro vivo em parcelas – foi adotado para proteger estes empresários e a família Bolsonaro.

“Uma compra de pizza, uma conta na farmácia, de manicure, uma prestação de serviço pequena… Era pago em dinheiro para que não se expusesse o tomador do serviço, no caso, a primeira-dama, as filhas ou o próprio presidente. Além disso, temos o problema de proteção de segurança em caso de compras de alimentos e supermercados para proteger contra qualquer tipo de ataque ou envenenamento”, disse Fabio Wajngarten.

A logística financeira criada pelo ex-presidente e Mauro Cid era consequência, ainda, de uma “contínua preocupação com fraudes bancárias e depósitos escusos”.

Valores pífios

Wajngarten afirmou ainda que os valores envolvidos nas operações suspeitas são “absolutamente pífios”, empregados na manutenção da família do presidente.

Entre março e maio de 2021, Mauro Cid fez seis depósitos para Michelle, com valor total de R$ 8,6 mil.

Como a contabilidade era feita em Excel, os assessores precisavam apresentar os comprovantes para criar um livro-caixa, que será periciado, de acordo com a defesa.

Pão-duro

A defesa de Michelle Bolsonaro esclareceu ainda o fato de a ex-primeira-dama usar apenas o cartão de crédito de Rosimary Cardoso Cordeiro, descrita como amiga de longa data, para pagar as próprias contas.

A esposa de Bolsonaro usava o cartão da amiga desde 2011 porque não possuía crédito suficiente para emitir um em seu nome, tendo em vista que ela não tinha receita compatível para tal, segundo o advogado.

Michelle também não quis usar um cartão em nome do marido para evitar constrangimentos e também porque Bolsonaro “sempre foi muito pão-duro”, nas palavras da própria.

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