Doria representa ‘berlusconização’ da política, diz Flavio Dino

Jornal GGN – Governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB) fala sobre o resultado das eleições municipais, que representou uma grande redução de espaço para o PT.

Para Dino, as manifestações de 2013, que começaram com uma pauta clássica da esquerda e foram “fantasticamente apropriadas” pela direita, é um marco zero do momento político brasileiro. O fortalecimento do “partido da Lava Jato” acaba resultando na “berlusconização” da política, afirmando que o prefeito eleito em São Paulo, João Doria Jr. (PSDB) seria o nosso Berlusconi.

O governador do Maranhão fala no desafio da crise de representação e fragmentação da esquerda, afirmando que é necessário “repactuar as relações com o que se identifica mais claramente com a esquerda”.

Leia mais abaixo:

Enviado por Webster Franklin

Da Revista Fórum

Para Flávio Dino, vivemos uma “berlusconização” da política: “Agora temos nosso próprio Berlusconi, o Doria”

por Renato Rovai

Em entrevista exclusiva ao blog, o governador do Maranhão fez uma profunda análise do momento político que vivemos a partir dos resultados das eleições de domingo. Falou sobre o sucesso obtido pelo PCdoB em seu estado, onde 46 prefeitos comunistas foram eleitos, e fez projeções para o futuro da esquerda. Confira

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), concedeu entrevista exclusiva ao blog em que, a partir dos resultados das eleições do último domingo (2), faz uma análise do atual momento político do país.

Para Dino, que em 2014 acabou, de forma histórica, com a era Sarney em seu estado ao vencer as eleições, a forma como a Lava Jato foi instrumentalizada, inspirada na Operação Mãos Limpas, da Itália, somada a outros fatores, provocaram uma “berlusconização” do país com seus primeiros frutos já dando as caras. A vitória do empresário João Doria (PSDB) em São Paulo seria um exemplo dessa situação.

Confira a íntegra.

Como vai, governador?

Tudo bem, Renato. Sobrevivendo…

É exatamente essa a palavra para definir esse momento…

É verdade… É um desafio. Mas já era uma tendência clara. A gente veio em uma viragem à direita muito nítida. O eleitor de 2014 foi o último suspiro de uma etapa da luta da esquerda no Brasil, e agora acho que esse quadro eleitoral força uma revisão.

Qual a sua avaliação desse resultado em nível nacional, não só do ponto de vista do Maranhão, mas de tudo o que aconteceu e o quanto isso tem relação com a eleição de 2014, manifestações de 2013, o próprio impeachment?

Nós tivemos uma trajetória ascendente do campo democrático, progressista e de esquerda de, praticamente, 1982 até 2014, de modo continuado. Se você observar a eleição de 1982, o Brizola ganhou no Rio, por exemplo, como um símbolo. Um mês depois veio a Constituinte, aí depois veio a campanha das Diretas, a derrota do Maluf. Na Constituinte, uma articulação progressista, que conseguiu contribuições importantes. Em 1989, o Lula vai para o segundo turno. Enfim, mesmo com derrotas, era uma trajetória que apontava para as vitórias adiante, porque Lula perdeu em 1989, mas em 1988 o PT havia elegido a Erundina, Olívio Dutra, em Porto Alegre.

O que acontece é que em 2013 houve uma disputa ideológica em torno do sentido daquelas manifestações e houve um movimento extraordinariamente que surgiu com uma agenda de esquerda. Era uma agenda de fortalecimento e ampliação de um serviço público de transporte, de mobilidade, uma agenda classicamente à esquerda, que acabou sendo fantasticamente apropriada ideologicamente em uma outra direção. Há uma mudança da palavra de ordem principal, que era a questão dos 20 centavos, da mobilidade. Virou a questão da corrupção. Acho que o marco zero está ali, nessa mudança do sentido das manifestações de 2013.

Em 2014, vem um ponto que desequilibra esse jogo, que é a estruturação do partido da Lava Jato, desse bloco de poder. Qual a resultante do fortalecimento desse bloco no terreno da política, já que gostam tanto de falar de Operação Mãos Limpas, sem entender direito as consequências? Nós temos uma situação similar, meio italiana nesse sentido também, que é “berlusconização” da política. Agora nós temos o próprio Berlusconi que é o João Doria.

Quais são as características? Um afastamento da população da política, resultados indo na direção da abstenção, voto nulo e branco. Ou seja, uma descrença, uma crise de representação muito aguda, uma fragmentação do sistema partidário, de forma que você consegue identificar derrotados, mas tem dificuldade de identificar vencedores, porque tirando essa vitória notável do Doria, em São Paulo, você vê que o próprio PSDB teve derrotas. O PMDB teve derrotas expressivas. Então, temos uma desestruturação de todo o sistema institucional e, em terceiro lugar, que é o elemento que nos diz respeito diretamente, que é uma profunda crise da esquerda. Como vimos, fomos reduzidos a praticamente 20% da sociedade. Quando você olha para São Paulo, Haddad mais Erundina, dá 20%. No Rio, Freixo mais Jandira, dá 20%. João Paulo em Recife, 20%. Alice, em Salvador, 17%. Saímos de um modelo em que nós representávamos um terço da sociedade e disputávamos o centro para uma perigosa tendência. A esquerda foi pulverizada e reduzida a 20% praticamente da expressão institucional da política. Isso, naturalmente, não pode ser afirmado de forma aritmética. O pensamento de esquerda, a meu ver, é maior que 20% da sociedade. No que se refere ao jogo institucional, nós fomos reduzidos a um quinto. Qual o problema? É que com um quinto você não polariza o centro político, porque não há força suficiente. Isso explica por que nós ficamos fora do segundo turno de Porto Alegre: foram dois candidatos mais à direita. Nós estamos diante desse desafio enorme, de crise de representação política, fragmentação da esquerda, que tem dificuldade de se colocar para a sociedade em outros termos. E aliado a isso você tem uma recessão e um desemprego brutal, que naturalmente leva à ‘direitização’ da política. O nazifascismo surgiu do ventre de uma grande crise econômica. Crises econômicas agudas levam a saídas autoritárias, normalmente. A crise de 1929 foi o combustível do nazifascismo dos anos 1930. Nós vivemos isso em termos internacionais. Não somente na política brasileira. Mas qual é o desafio? Falar de esperança e de propostas que sejam galvanizadoras no sentimento, no quadro objetivo de muitas derrotas, porque há a Lava Jato como território hostil. A sociedade indiferente à política, o desemprego e a recessão dizimando a luta social. Não é uma coisa simples. A vantagem é que a história não acaba, você não pode ser fatalista de achar que tudo acabou.

Isso que eu ia te perguntar, Flávio. Esses processos costumam ser cíclicos e, de alguma forma, a sociedade tem outra velocidade, inclusive por conta das redes digitais e da globalização. Você não acha que esse ciclo pode durar menos do que se anuncia nesse momento?

Eu tenho convicção disso. Porque uma sociedade perversamente desigual e injusta tem impasses muito profundos que você não consegue resolver. A meu ver, com políticas que reforcem exatamente a desigualdade, injustiça e a negação de direitos, isso conduz a uma inviabilização da sociedade, por que significa, por exemplo, aprofundar a violência.

Acho que é um ciclo. Mas também acho que acertando o movimento nós conseguimos sair disso. Agora, o que não pode é acreditar no princípio da inércia. É aquela história do Marx lá no Manifesto: em última análise, “o capitalismo cairá de podre. O proletariado é o coveiro do capitalismo”. Bom, tem que ter o elemento subjetivo. Não adianta uma subjetividade conduzir a uma certa tendência histórica sem você, ativamente, construir os sujeitos para fazer com que essa objetividade se materialize nos fatos. Essa á principal questão, reorganizar nossos sujeitos históricos em um quadro profundamente adverso. Acho que houve uma desestruturação do nosso campo, você não pode acreditar num fatalismo às avessas, de no fim tudo vai dar certo. O que seria uma bobagem, não é o mais do mesmo que vai resolver. Acho que é uma revisão profunda em duas questões: primeiro, reconhecer que não se pode disputar eleição com agenda de denúncia, o que foi tentado em alguns estados. Pela agenda de denúncia do impeachment, do golpe, não é suficiente. É preciso, portanto, agregar um programa que seja prospectivo, porque não existe na sociedade voto de gratidão, por mais que as pessoas reconheçam os feitos do passado. Elas precisam acreditar que o que você apresenta vai ampliar benefícios para o futuro e, no mínimo, preservar conquistas ou ampliar benefícios. Essa é a primeira questão. Uma questão mais programática, eu diria, que demanda mais debate de atualização mesmo. Acho que aí a questão mais aguda é a agenda dos serviços públicos e da igualdade de oportunidades. Como você coloca isso muito claramente, é a questão que nos coloca em contradição, com esse modelo mais privatizado, centralizador. A gente tem que ir por aí, nesse sentido um pouco mais profundo de uma agenda de conciliação. Mas uma agenda de um viés distributivo mais agudo. E em segundo lugar, além dessa questão programática, a estrutura, porque em um quadro de defensiva, não se pode desperdiçar energia, não se pode desperdiçar forças. O povo do nosso campo fez isso intuitivamente. Ao fazer voto útil no Haddad ou fazer voto útil no Freixo, a sabedoria do povo…

Você tem que encontrar um jeito de repactuar as relações com o que se identifica mais claramente com a esquerda, mas também com outros rostos que podem e devem ser repolarizados, como o PDT, o PSD. Você tem que tentar um diálogo, apesar das dificuldades óbvias com cada um desses. Mas você tem personalidades. A própria luta social, movimento social, a mídia progressista. Você tem outros atores que não estão na burocracia partidária que você tem que traduzir em uma organicidade que seja expressão eleitoral desse pensamento, desse ideário. A grande lição é que hoje ninguém está em condição de fazer isso sozinho. Nem o PT, nem o PCdoB, nem o PSOL. Também vi algumas análises malucas dizendo que o PSOL é o novo PT. Isso é um delírio. Cá para nós. E nós do PCdoB não podemos apontar o dedo. Nós também estamos no mesmo barco. As derrotas que o PT colheu, nós também colhemos, com a exceção do Maranhão.

É isso que eu queria te perguntar. Você foi muito bem aí, percebe-se que tem um modelo que deu certo, queria que você falasse dele.

Acho que o nosso principal mérito para colher um resultado tão bom foi ter conseguido paradoxalmente manter vivo o sentimento da mudança. Em pouco tempo, um ano e meio, conseguimos mostrar para a população que é possível, ainda que de modo incipiente, claro, fazer mudanças assertivas na vida das pessoas, no modo de governar. Nisso nós conseguimos manter credibilidade, apesar do governo enfrentar dificuldades econômicas, fiscais, do desemprego na sociedade, a gente manteve um estoque e credibilidade para continuar falando de mudanças e a população acompanhar. O tempero principal foi a capacidade de em pouco tempo, com poucos meios, gerar alguns resultados simbólicos que mantiveram nossa capacidade de aglutinar o campo pela alta aprovação popular.

Quantos prefeitos vocês elegeram no Maranhão?

Elegemos 153, somando PCdoB e aliados. São 217 ao todo. Do PCdoB são 46. O principal partido. Os partidos que mais elegeram foram o PCdoB, em segundo o PDT e em terceiro, o PSDB, que aqui é o PSDB do B, aliado aqui também. Mas são os três principais partidos. Aí depois vem o PSB, que também é nosso aliado, aí vem o PT, que hoje também é nosso aliado. Então, temos um campo ampliado, que apoia o governo e elegeu 217, tendo como vértice esse apoio ao governo, que é liderado por um dirigente, um militante da esquerda. É aquela história: você só consegue um estoque de força capaz de polarizar outros setores e foi isso que a gente perdeu. O Lulismo só foi possível porque teve a força popular capaz de polarizar outros setores políticos. Na hora que a gente perdeu isso deu um conjunto de tragédias, que perdeu força própria e a capacidade de exercer uma força centrípeta, uma força de atração ou gravitacional, sobre outros setores. Aqui a gente manteve. Acho que por isso o resultado foi tão bom.

Parabéns, Flávio. Eu não consigo comemorar direito, porque a porrada no Brasil foi tão dura. Não bastasse a do Brasil tem a da Colômbia.

Pois é. É uma questão que alguns desses aspectos que a gente falou tem uma certa dimensão global, internacional. A crise da democracia é tão profunda que o principal líder político do planeta é um monarca, o Papa Francisco. Porque você tem a política muito deteriorada, isso é próprio das crises econômicas e da recessão. E dá nisso, um cara como o Flávio Bolsonaro, um farsante, faz 15% só no Rio de Janeiro. As pessoas estão comemorando a chegada do Freixo no segundo turno, detonando os paulistas, e eu falei: vamos fazer as contas. A votação da Jandira e do Freixo é exatamente igual a da Erundina e do Haddad. Só que lá para ir para o segundo turno teve um Bolsonaro que é pior que um Russomanno. Não dá para falar que o Rio é uma maravilha.

Russomanno, quando foi deputado comigo, tinha todos os problemas do mundo óbvios, mas pelo menos você consegue estabelecer minimamente um acordo semântico e uma gramática para, pelo menos, falar com ele. [Com Bolsonaro] É outra gramática, outro dicionário, outro mundo. É a barbárie, fora dos marcos da civilização, fora dos marcos da filosofia liberal, da civilização ocidental, como se fosse fora do pensamento grego, é outra coisa. Não dá para você realmente imaginar isso, fez 15% dos votos.

Redação

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A Falta de Legitimidade das Eleições Burguesas

    Apesar de no Brasil o voto ser um dever e não um direito, com consequências negativas para o eleitor que não cumpra tal dever, a cada eleição o número de abstenções, de votos nulos e brancos se eleva, colocando em xeque a democracia burguesa.

    Nas últimas eleições municipais, João Dória, candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, foi eleito no primeiro turno com 3.085.187 votos enquanto 1.940.454 eleitores se abstiveram, 367.471 eleitores votaram em branco e 788.379 eleitores anularam seus votos. O total de eleitores que se abstiveram, que votaram em branco e que anularam seus votos chegou a 3.096.304 – número maior do que os votos de Dória.

    Há quem veja nesta baixa legitimidade da democracia burguesa o risco de fascismo. Se essa análise fosse plausível, os candidatos da extrema direita teriam se saído muito bem, mas não foi isso o que aconteceu. O fascista Flávio Bolsonaro, candidato a Prefeito do Rio de Janeiro, que teve o apoio maciço dos setores reacionários da sociedade brasileira e a indiferença da mídia murdochiana, obteve apenas 14% dos votos.

    Para o Presidente ilegítimo Michel Temer, essa falta de legitimidade significa que ‘há uma decepção, sem dúvida alguma, com a classe política em geral’, e que o total de abstenções, de votos nulos e brancos é ‘um recado para os políticos’ e que os partidos políticos entenderam o recado, citando o referido Presidente, como exemplo da decepção do eleitor em relação à classe política o resultado de São Paulo, no qual João Dória, o candidato vitorioso no primeiro turno mas derrotado pelas abstenções, pelos votos nulos e brancos, disse durante sua campanha: “Eu não sou político, sou um empresário, um administrador”. De acordo com o Michel Temer, isso deve ter auxiliado João Dória nos votos que obteve. Ora, o fato de João Dória afirmar que não é político, mas empresário, administrador, não tem qualquer relação com sua vitória no primeiro turno pois, entre muitos outros, Antonio Carlos Magalhães Neto, candidato a Prefeito de de Salvador, Bahia, não disse que não era político, mas empresário, administrador, porém foi eleito no primeiro turno com mais de 70% dos votos.

    O grande número de abstenções, de votos brancos e nulos nas eleições municipais realizadas em 03 de outubro do corrente ano significa que a classe trabalhadora está saturada dos privilégios da burguesia e da sua democracia representativa.

    1. Perfeito a descontextualização do fascismo e o fim da ……

      Perfeito a descontextualização do fascismo e o fim da democracia burguesa.

      Muitos por identificarem a polícia como violenta e saberem que o fascismo era violento fazem uma associação imediata, mal sabem eles que havia sim uma base popular no fascismo, e uma base ativa, que vai sendo substituída por uma burocracia partidária irrigada a favores e que durou muito porque logo entraram em guerra.

      A perda da popularidade no fascismo é algo que poucas pessoas estudam simplesmente porque não tem como estudar (quem falava contra era preso!!!), mas o ódio que o povo italiano tinha no fim do seu governo é manifestado da forma que ele foi tratado na sua morte. Hitler se adiantou e se suicidou, pois se ele ficasse vivo seria linchado pela população alemã.

      João Dória é uma espécie de Cacareco, que com a pressão midiática (que também cansa) pareceu ao eleitor uma experiência a ser testada. O eleitor mais pobre, enganado pela mídia e pelo discurso oficial, achou que ele seria uma saída, mas a medida que o “saco de maldades” for aberto a lua de mel termina.

      O discurso contra os golpistas e a divulgação que saídas de consenso terminaram, tem que ser mantida, e não cair num processo de auto-crítica destrutiva, pois como já escrevi: Se autocrítica ganhasse eleições a direita não teria 1% dos votos.

  2. Tenho o maior respeito por

    Tenho o maior respeito por algumas pessoas do PC do B, mas para mim é dificil engolir partido que tem aliança com a nata da corrupção no Brasil que é o PSDB. Isso é mais ou menos como o Lula ter feito aliança com o diabo pois sabe que ele irá exigir sua parte ainda que seja a custa de sua morte.

  3. Um nome a lembrar

    Muito se fala de discutir o futuro da esquerda e criar uma frente.

    Flavio pelo que ele consiguiu em termos eleitorais e capacidade e conhecimento não pode faltar e ser um dos lideres.

    União já  Abaixo o golpe.

  4. Talvez a imagem do Berlusconi

    Talvez a imagem do Berlusconi seja mesmo adequada, bom pensar. Mas acho que começa bem a análise quando questiona a mitologia de alguns que sacralizam as tais “jornadas de junho”, como se fossem uma coisa unívoca. Já vi gente dizendo que foi “o maior levante popular da nova República” ou desde as diretas-já. Francamente. Aquelas manifestacoes, enquanto foram de esquerda e progressistas, foram pequenas. E quando massificaram viraram outra coisa, botando a esquerda para fora e ensaiando, sim, um retrocesso que estamos vendo agora.

  5. PDV

    Se há um lado positivo na eleição do empresário Doria é que ele poderá praticar o programa de demissão voluntária e se pirulitar da gestão municipal.

  6. Muito provavelmente, a melhor

    Muito provavelmente, a melhor cabeça da nova geração de políticos brasileiros. Além disso, idealista e ético.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador