Tinha uma pedra, por Ricardo Mezavila

Em uma análise fria e não ideológica, Lula e Alckmin são dois administradores experientes acostumados com a máquina pública

Ricardo Stuckert/Agência Brasil

Tinha uma pedra

por Ricardo Mezavila

A eventual composição de chapa entre Lula e Alckmin, em uma futura aliança entre o PT e PSB ou PSD para a disputa presidencial, tem colaborado para preencher as lacunas de programas e colunas dedicados à política. 

Há um racha entre analistas que defendem a aliança, uns afirmam que Lula conquistaria o eleitorado conservador de São Paulo, outros rechaçam porque veem em Alckmin um espectro de Temer. A esquisitice é que todos deixam a entender que Lula está correndo atrás de Alckmin, como se não fosse ele o líder de todas as pesquisas. 

Não há como ignorar o DNA tucano do ex-governador e a campanha para presidente em 2006 em aliança com o PFL, em que foi derrotado no segundo turno pelo próprio Lula. 

A história vai contar que Alckmin esteve ao lado de Aécio Neves, candidato do seu partido PSDB, derrotado em 2014 pela Presidenta Dilma, quando ele disse: “Faremos uma oposição incansável, inquebrantável e intransigente…”, que foi a senha para o golpe de 2016. 

Geraldo Alckmin aparece em que qualquer lista de golpistas feita em uma conversa de botequim, sua longa trajetória no PSDB ocupando o Palácio dos Bandeirantes não será apagada independente de sua nova filiação partidária. 

Em uma análise fria e não ideológica, Lula e Alckmin são dois administradores experientes acostumados com a máquina pública, políticos que viveram as transformações da década de 1970 aos dias atuais, conhecem o Brasil e suas necessidades.  

Em cima de uma mesa de RH, seus currículos seriam selecionados para o cargo, porém o eleitorado esclarecido, aquele que leu Drummond, sabe que no meio do caminho tinha uma pedra…nunca me esquecerei desse acontecimento… 

Ricardo Mezavila, cientista político

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN 

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