Haddad é o alvo da vez, no fundo um novo concerto político, ultra-conservador
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O novo-velho discurso do retrocesso: ser mais justo socialmente não basta, é preciso marchar com “Deus, a família e a propriedade”
Somente a ingenuidade leva a pensar que o combate se encerra após final do sufrágio eleitoral. As forças políticas se rearrumam e se agrupam em posições distintas.
O combate perdido da economia, tema que seduziu a maioria do eleitorado em 2010, leva agora os adversários do governo para outro campo de batalha: o ideário conservador, sobre determinados comportamentos da sociedade. A guerra se desenvolve, neste momento, na luta contra um kit anti-homofobia do MEC. Os (falso) moralistas de plantão, de dentro e de fora do governo, se assanham para arranhar a imagem do governo com setores da sociedade mais conservadores, como os religiosos, por exemplo.
(…)O discurso que se testa, na verdade se prolonga o teste, desde o final do primeiro turno das eleições passadas, é que, se a economia continuar firme e forte, reduzindo desigualdades e oferecendo amplas oportunidades para as famílias e jovens brasileiros, a oposição só poderia prosperar no discurso moralista e dos bons costumes, como uma legião de “exemplares” bons moços comprometidos com as tradições, a família e o direito a propriedade: cristãos por excelência.
Se o enredo continuar este, em 2014 poderemos presenciar motes como este: “do que nos adianta sermos prósperos sem os valores cristãos a nos balizar?”.
Fernando Haddad e o kit anti-homofobia são apenas o ensaio do ódio daqueles que ainda continuam o combate político e que poderão, irresponsavelmente, fazer crescer ainda mais ondas violentas de intolerância em parcelas da sociedade, mobilizando outros grupos que estejam dispostos a superar, pela ignorância e falta de argumentos que seduzam a maioria do povo, o cenário de desenvolvimento econômico e social ora vigentes.
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