
A recente “guerra dos bonés”, que dominou as redes sociais na última semana movimentando a opinião pública, pode representar a primeira ação certeira da nova Secretaria de Comunicação (SECOM). A análise é do Manchetômetro deste mês.
A polêmica teve início quando o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apareceu na eleição da cúpula do Congresso, no último sábado, usando um boné com o slogan “O Brasil é dos Brasileiros”, uma iniciativa do novo ministro da SECOM, Sidônio Palmeira.
A estratégia buscava reforçar a soberania nacional e responder a grupos que exaltam Donald Trump e seu movimento extremista MAGA (Make America Great Again) – ilustrado em um boné vermelho – em meio às ameaças tarifárias impostas pelo presidente norte-americano.
Em resposta, bolsonaristas optaram pelo uso do boné verde e amarelo estampado com a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”, em um aceno provocativo a Lula devido ao preço atual dos alimentos.
Segundo a pesquisa, no Instagram, plataforma majoritariamente associada à esquerda, “houve uma valorização estética e cultural do boné”. Já no Facebook, dominado pela direita, “o debate foi mais polarizado e focado em argumentos políticos”.
“Esta divergência indica que estratégias de comunicação e engajamento podem ser mais eficazes quando adaptadas ao ambiente digital específico, explorando as nuances de cada rede para atingir diferentes públicos. O que pode demonstrar uma primeira ação certeira da nova SECOM com a campanha”, afirma o levantamento, que sugere que o boné pode se tornar uma tendência popular e um símbolo de resistência.
Esquerda x Direita
No Instagram, a esquerda saiu vitoriosa na disputa digital, com treze perfis engajados contra apenas dois da direita. No total de interações, a vantagem também foi ampla: 167.091 interações para a esquerda, contra 40.095 da direita. Perfis conservadores ficaram atrás até mesmo de páginas da imprensa.
Por outro lado, ao analisar os desdobramentos da “guerra dos bonés”, a pesquisa aponta que, apesar dos esforços do governo para dominar a narrativa, a direita conseguiu maior presença no ranking de páginas e reações.
Foram onze perfis de direita contra cinco de esquerda. No total de reações, os números também favoreceram os conservadores: 20.558 contra 12.090. Ainda assim, a esquerda garantiu a liderança do ranking com Leonardo Stoppa.
A análise também identificou dois agrupamentos de narrativas, chamados de “clusters”. Eles representam os diferentes discursos que surgiram nas redes sociais sobre a polêmica do boné azul “O Brasil é dos Brasileiros” e sua relação com o embate político entre os grupos de Lula e Bolsonaro.
O primeiro grupo de narrativas vê o boné como um símbolo de resistência popular, destacando sua criação por um jovem da periferia e sua aceitação como um elemento de orgulho nacional. Já o segundo grupo foca no contexto político da eleição para a presidência do Senado, apresentando o boné como parte de uma disputa estética e ideológica entre os dois grupos. “Enquanto o primeiro ressalta o impacto social e a apropriação popular, o segundo se concentra na rivalidade política e no confronto entre os partidos”.
Outro ponto de destaque foi a ausência das principais lideranças na polêmica. “Tanto a página de Lula quanto a de Bolsonaro evitaram o tema e deixaram que apoiadores administrassem a discussão inicial”, aponta a pesquisa.
Leia a pesquisa completa aqui.
À TVGGN 20 Horas, a professora da Universidade Metodista de São Paulo e líder do grupo de pesquisa Jornalismo Humanitário e Media Interventions (HumanizaCom), Cilene Victor, analisou o assunto em entrevista ao jornalista Luis Nassif. “A frase é perigosa porque beira o nacionalismo. O Brasil não é dos brasileiros, mas daqueles que estão neste país – venezuelanos, ucranianos, afegãos. Temos que tomar cuidado com essas estratégias muito rápidas. O ponto central está na régua, no nível que vamos usar para dialogar com o senso comum”. Veja a entrevista completa aqui.
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Essa é uma das coisas mais estúpidas que já li.
O efeito de longo prazo é reforçar a estética patriótica que, indefectivelmente, sempre será associada ao campo da direita.
Se é se parecer com a direita que a esquerda deseja, ficou ótimo!
Em nenhum momento da história, a esquerda avançou se apropriando de símbolos da direita ou de seus costumes, a não ser que valha citar Stalin.
Ou a Coreia do Norte ou a URSS e seu bloco.
Ou China.
Mas todo mundo sabe que essas economias planificadas, sob estados distributivistas autoritários, nunca foram nem sombra de esquerda, ou de socialismo.
Mesmo assim, ainda que com incríveis semelhanças entre Nuremberg e os desfiles de Moscou, o fato é que, ao menos, a cor vermelha e seu significado não foram subtraídos.
Lula com esse boné ridículo fazendo papel de cópia da direita.
O melhor que a comunicação fez foi copiar a direita.
Pô, ressuscita Riefenstahl….ou Goebbels, fica melhor…
Meu Zeus.
O Brasil é dos brasileiros, do 1% de brasileiros que suga os 99% restantes.
Arf.
blitz.
A blitz fere o Conceito Magno.
A blitz fere o Livre Trânsito.
A blitz acontece à noite com o propósito de matar.
A blitz fere a Livre Condição.
Tenham cuidado.