
Jornal GGN – No dia 10 de janeiro de 2019, o então coordenador da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, pressionou a juíza Gabriela Hardt a terminar a sentença contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes que um novo juiz assumisse a 13ª Vara Federal de Curitiba. Menos de quatro semanas depois, Hardt condenava Lula.
Posteriormente, a sentença de Hardt no caso do sítio de Atibaia foi acusada de plágio e foi anulada pela 8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4).
Um dia antes de enviar o áudio sobre a pressão feita à Hardt, Dallagnol se reuniu com o então presidente do TRF-4, o desembargador Thompson Flores, que o comunicou que no dia seguinte, 10 de janeiro de 2019, seria aberto o processo para preenchimento da vaga deixada por Moro.
Naquele dia, Dallagnol contou aos demais procuradores da força-tarefa que se encontrou com a juíza substituta com o objetivo de pressioná-la a sentenciar contra Lula.
“Falei com a Gabriela. A Gabriela, é…, perguntei dos casos né, perguntei primeiro do caso do sítio, se ela ia sentenciar”, introduziu o procurador. A juíza respondeu que a defesa de Lula havia deixado uma pilha de “umas 1.600 páginas” de alegações finais sobre o caso.
No áudio enviado à procuradora Isabel Groba Vieira, da Lava Jato, o então coordenador da força-tarefa indicou que, pelos pedidos dos procuradores, Hardt deixou “mais 500 casos” em segundo plano, para concluir a sentença contra Lula no caso de Atibaia:
“Olha, tô tentando fazer isso aqui, tá todo mundo esperando que eu faça isso, mas tô aqui eu e o Tiago, e fora isso aqui – que é uma sentença – eu tenho mais 500 casos conclusos pra decisão. Que horas eu vou fazer isso aqui? Só se eu vier aqui e trabalhar da meia noite às seis. Tem todas as operações. Tem as prisões que vocês pediram. Tem isso, aquilo”, foi a resposta da juíza ao “pedido” do procurador.
“E aí ela disse que vai sentenciar o caso do sítio, mas o outro ela não tem a menor condição de sentenciar”, completou Dallagnol.
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