Há um conjunto de elementos para se acreditar em uma tentativa de reorganização do pacto entre o crime organizado, o garimpo e igrejas neopentecostais para reorganizar a aliança que elegeu Jair Bolsonaro.
Os indícios são muitos:
- O importante “De Olho nos Ruralistas” mostrou as conexões históricas entre Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e o garimpo.O artigo foi reproduzido no ICL. O mesmo fez a UOL.
- Há tempos, Aldo Rebelo vem defendendo, junto aos militares, a exploração do garimpo na Amazônia como um ato de afirmação nacional. Hamilton Mourão já criticou o controle do garimpo em terras yanomami. General Heleno autorizou garimpo em Roraima. A Polícia Federal confirmou o boicote do Exército em ação contra o garimpo no Pará. A PF prendeu um general três estrelas que extorquia garimpeiros. Em 2020, o Ministério da Defesa proibiu uma ação do Exército contra o garimpo.
- Leve-se em conta que o garimpo – e o jogo de bicho – foram os setores oferecidos aos membros dos porões, quando veio a redemocratização.
- No momento, há um movimento que pretende formar uma frente PL-MDB-PSD entre outros para fazer oposição a Lula. Segundo a Folha, o MDB lotou de lideranças a posse de Aldo como Secretário do prefeito Nunes de São Paulo. Se essa frente se consolida e elege o sucessor de Artur Lira – com David Alcolumbre como presidente do Senado – acaba o governo Lula e qualquer pretensão de normalização democrática.
- Na outra ponta, o inacreditável Roberto Mangabeira Unger, reeditando os velhos vendedores de Bíblias do Velho Oeste, coloca seu projeto de país nas costas e sai vendendo – agora, para evangélicos.
- E a mídia avança em dois temas nítidos. O primeiro, a hiper-dramatização da fala de Lula, comparando Gaza ao Holocausto. Só a Folha de hoje traz 11 (onze!) matérias sobre o tema.
- O segundo tema são os ataques diários dos jornalões – especialmente nos editoriais – a Alexandre de Moraes. Jornais, como o Estadão, que saudaram a prisão preventiva de Lula, hoje utilizam o garantismo como arma de guerra contra o Supremo. Mesmo sabendo que Alexandre foi o grande defensor da democracia, inclusive correndo riscos de vida. Não fosse sua coragem e firmeza, Bolsonaro e seus militares certamente já teriam imposto censura à imprensa. Mas a imbecilidade brasileira é galopante.
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Vamos lembrar que o vice-presidente é muit(íssim)o mais a gosto do poder representado pelo 1% de capatazes e corretores à serviço de quem controla confortavelmente este rico país recheado de pobreza, pelo menos desde que o alívio das preocupações com a segunda guerra favoreceu a derrubada de Vargas e a consecução de nossos periódicos golpes (GV incluso). Lula deve estar atento a qualquer desculpa esfarrapada que (vide o impeachmente de Dilma e sua própria prisão) possa atingí-lo e à escolha majoritária do eleitor brasileiro. Bolsonaro cometeu todo tipo de crimes e barbaridades antes, durante e após o seu infame (mas eleito) mandato, mas isto NÃO incomoda nossos “rulers”, pois seus interesses seguem mantidos e, melhor ainda, divide a sociedade brasileira. Portanto Lula é certamente (para eles) a pior opção possível, mesmo que as demais sejam tais como Temer, Bolsonaro ou Alckmin (ou no passado, Collor e FHC). O jogo é esse! Ficar discutindo e oportunizando a in(conveniência) uma frase como algo mais relevante do que a morte (massacre) de dezenas de milhares de civis inocentes e e inviabilização da vida de milhões de seres humanos é o ó do borogodó! Mas para nós, um perigoso “ó”.
Teremos os “Jacús” e os Rezadores…….vai ter no mesmo balaio o Malafaia e o Temer…
Jornalões. Hoje digitais. Teriam bom uso se impressos. Apesar de que ainda são nossas fontes.
“Bolsonaro e seus militares certamente já teriam imposto censura à imprensa. Mas a imbecilidade brasileira é galopante.”
Desculpe, mas de imbecil “a imprensa” não tem nada. Eles são ditatoriais por natureza. Democracia só a ianque, a de conveniência. Lá. Aqui, “a bola é nossa”.
Censura à imprensa? Que imprensa? Tablóides “comunistas”? Porque Folha, Estadão, Globo, Veja, IstoÉ… tudo sempre foi porta-voz da banca e do regime que melhor lhe sirva no momento. E a banca é fissurada em estabilidade política, liberal, ou seja, “o mundo é dos mais espertos”