Haddad: Delação mentirosa mexe mais com democracia que caixa dois

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Jornal GGN – “O Ministério Público diz: ‘Olha, caixa dois é um crime mais hediondo do que qualquer outro, porque mexe com a democracia’. Uma delação mentirosa mexe com a democracia muito mais!”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad em entrevista a Kennedy Alencar, no SBT Notícias.
Haddad tratou de temas polêmicos como a reforma da Previdência, o salário mínimo, dívida pública, a reformulação e autocrítica dentro do PT, o instituto da delação premiada, o teto para os gastos públicos por 20 anos congelados por Michel Temer, entre outros. Sobre este último, refletiu: “Como é que você vai tratar da retomada do crescimento econômico sem investimento público, num um país em desenvolvimento? Essa é a pergunta central. País em desenvolvimento depende de investimento público para crescer.”
“Quando você congela os gastos por 20 anos, a pergunta que cabe é: o interesse corporativo vai falar mais ou menos alto que o interesse difuso, o interesse de todos? (…) Suponha que nós consigamos voltar a crescer como crescíamos no tempo do governo Lula, por exemplo. Crescemos 4% ao ano. Por que a despesa tem que ficar congelada 20 anos, se nós crescermos 4% ao ano?”, agregou.
Sobre as delações, Haddad lembrou da “perseguição ao ex-presidente Lula” e de um conflito na temática: “Nós estamos vivendo num momento em que os países que adotaram a delação premiada, adotou com protocolos muito rígidos, evitando subjetivismos, evitando afirmações que não podem ser comprovadas por meio nenhum”. “Nós estamos em um sistema frouxo de delação, onde cada um diz o que quer. E não se sabe o que acontece com aquele que ou não comprovar suas afirmações, ou – o que é mais grave e já está acontecendo – a pessoa envolvida numa delação demonstrar que o delator mentiu”, manifestou.
Ao ser questionado sobre a gestão de seu sucessor, João Doria (PSDB), na capital paulista, Haddad disse que acha “injusto” que ele reclame da transição feita pelo ex-prefeito, uma vez que “tudo, entre o primeiro turno – ele se elegeu no primeiro turno – e a posse, tudo foi feito de acordo com os pedidos da equipe de transição, inclusive os editais de licitação, então, é muito impróprio”. “Mas, a julgar pelo que ele está fazendo até com o Alckmin, eu acho que ele até está me tratando bem”, completou.
Sobre Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito da capital paulista comparou as acusações que recaem contra o ex-presidente e as que recaem contra assessores de Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves, ainda que sem citá-los diretamente: “Passaram três anos… Uma coisa é o seguinte: você pegou 51 milhões de reais em dinheiro, dentro de um apartamento; pegou uma conta na Suíça em nome de um truste com um cartão de crédito da sua família inteira, inclusive o seu; uma conta de um laranja em um paraíso fiscal… São coisas muito palpáveis, e de pessoas que não teriam a menor condição de reunir essa fortuna se não fosse por corrupção”.
“E aí é inapelável, acabou. Ou um telefonema pedindo 2 milhões para pagar o advogado, e depois o dinheiro é entregue para um primo, que está ameaçado de morte. Essas loucuras que nós vimos são provas muito eloquentes. Mala de dinheiro e tal. Outra coisa é quando você condena por suposição, suposição de que o Lula estava trocando de apartamento, um apartamento antigo por um triplex, não ia pagar a diferença. Veja só, ia trocar de apartamento, não ia pagar a diferença, e isso tem a ver com a Petrobras. É muita coisa! Cada uma dessas afirmações precisa ser provada. Precisa ser provado para se condenar.”
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Uma pergunta singela ao

    Uma pergunta singela ao Haddad.

    Quem foi a ANTA  que assinou a lei de delação ?

    O PT, tem que reconhecer as palhaçadas que fez e partir para o ataque. não há mais meio termo.

     

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