Hollande responde Trump e diz que UE não precisa de conselhos externos

 
Jornal GGN – Em resposta às críticas de Donald Trump, presidente eleito dos EUA, o presidente francês François Hollande afirmou que a União Europeia não precisa de “conselhos externos” para tomar decisões. 
 
Em entrevista para os jornais europeis The Times e Bild, Trump afirmou que a saída do Reino Unido do bloco é uma boa decisão, prevendo que outros países vão sair da UE em razão da crise migratória. 
 
“A Europa estará sempre disposta a continuar com a cooperação transatlântica, mas esta será determinada em função de seus interesses e seus valores. Não precisa de conselhos externos para lhe dizer o que tem que fazer”, afirmou Hollande, de acordo com a agência France Presse.

 
 
Para Trump, o Brexit será um sucesso, e a decisão de Angela Merkel, chanceler da Alemanha, de acolher imigrantes é um “erro catastrófico”. 
 
Também em resposta ao presidente eleito, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que as declarações de Trump foram inapropriadas, em especial sobre Merkel. 
 
Antes de chegar a Davos, onde participará do Fórum Econômico Mundial, Kerry defendeu a política alemã sobre os refugiados e a União Europeia. Para ele, foi “foi inapropriado para um presidente eleito dos Estados Unidos se envolver nos assuntos de outros países de maneira tão direta”.
 
“Ele terá de responder por isso”, disse o secretário de Estado, afirmando também é necessário prudência antes de falar que um dos líderes mais poderosos da Europa cometeu um erro. 
Redação

7 Comentários

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  1. Kerry quer continuar bombardeando países

    O democrata Kerry, um dos representantes do Complexo Industrial-Militar, quer continuar bombardeando o mundo e, por isso, acha que a Alemanha deve receber aqueles que fogem de suas bombas. Mas os próprios EUA não recebiam os fugitivos das bombas quando esses Senhores estavam no governo.

  2. Prezados editores

    Prezados editores GGN,

     

    Aproveitando o post sobre o Trump, peço que seja revisado os termos do contrato entre o GGN e o adwords Google, visto que têm aparecido aqui nesse espaço propaganda de casas de tolerância em São Paulo direcionadas a mim. Peço esta revisão, visto que este fato já me causou constrangimentos no ambiente domiciliar e profissional.

    1. Prezado Romeo

      Tivemos dois problemas parecidos e contatamos o Google. A resposta que demos para eles poderá ser útil.

      A primeira providência é limpar o histórico de navegação. Se vc, ou alguém que utiliza sua máquina, fez pesquisa em sites do tipo, a probabilidade que eles voltem a aparecer em seu monitor é grande.

      A outra, mais comum, é que esteja com vírus. E daí precisará ver se o seu antivírus está em ordem. 

      Espero que isso resolva o desagradável problema.

      Att

      Lourdes

       

  3. Trump é um fanfarrão.
    Ele

    Trump é um fanfarrão.

    Ele continuará a falar merda pelo Twitter.

    Hollande também é um fanfarrão.

    Todo mundo sabe que o presidente francês continuará ajoelhado diante dos banqueiros norte-americanos.

  4. Tudo dependerá se wall street

    Tudo dependerá se wall street e a burocracia de washington vão deixar o Trump se mexer.
    Vamos ver se ele sair “demitindo” conjgressistas, diretores das agências, etc, rsrsrs

     

    O que esperar da era Trump

     Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:

    A previsão de curto prazo é uma atividade das mais traiçoeiras, que procuro nunca fazer. Prefiro analisar o que está acontecendo em termos da história de longa duração e as prováveis consequências no médio prazo. Contudo, decidi agora fazer previsões de médio prazo, por uma simples razão. Parece-me que todo mundo, em todo lugar, está neste momento focado naquilo que acontecerá no curto prazo. Parece não haver outro tema de interesse. A ansiedade está ao máximo, é preciso lidar com isso.

    Começo alertando: penso que 95% das políticas que Donald Trump irá seguir em seus primeiros tempos de governo serão absolutamente terríveis — piores do que esperávamos. Isso já pode ser percebido na indicação de seus principais assessores. Ao mesmo tempo, ele provavelmente enfrentará enormes problemas.

    Esse resultado contraditório é consequência do seu estilo político. Se olhamos para trás e observamos como ele chegou à presidência dos Estados Unidos, veremos que foi com certa técnica retórica deliberada, contra todas as probabilidades. Por um lado, ele faz declarações constantes que respondem aos maiores medos dos cidadãos norte-americanos, usando uma linguagem cifrada que os ouvintes interpretam como apoio a políticas que, pensam eles, aliviariam suas muitas dores. Fez isso mais frequentemente em breves tweets ou em comícios públicos fortemente controlados.

    Ao mesmo tempo, sempre foi vago sobre quais políticas, precisamente, irá seguir. Suas declarações foram, quase sempre, seguidas de interpretações de seus principais seguidores, frequentemente diferentes e até mesmo opostas. De fato, ele assumiu o crédito por declarações fortes e deixou para outros o descrédito pelas políticas exatas. Foi uma técnica magnificamente efetiva. Levou-o até onde ele está e tudo indica que pretende manter essa política quando estiver no governo.

    Seu estilo político tem um segundo elemento. Ele tolerou qualquer interpretação enquanto isso significou apoio a sua liderança. Ao sentir qualquer hesitação quanto ao endosso à sua pessoa, foi ligeiro na vingança, atacando publicamente o ofensor. Exigiu lealdade absoluta, e insistiu em que isso fosse exibido. Aceitou remorsos arrependidos, mas nenhuma ambiguidade com relação à sua pessoa.

    Trump parece acreditar que essa mesma técnica lhe será útil em todo o mundo: retórica forte, interpretações ambíguas por um conjunto variado de seguidores principais, e no final políticas muito imprevisíveis.

    Ele parece pensar que há apenas dois outros países que importam no mundo, hoje, além dos Estados Unidos – Rússia e China. Como apontaram Robert Gater e Henry Kissinger, está usando a técnica de Nixon ao contrário. Nixon fez um acordo com a China para enfraquecer a Rússia. Trump está tentando um acordo com a Rússia para enfraquecer a China. Essa política parece ter funcionado para Nixon. Funcionará para Trump? Penso que não, porque o mundo de 2017 é muito diferente do mundo de 1973.

    Vejamos quais são as dificuldades à frente, para Trump. Em casa, sua maior dificuldade é sem dúvida com os congressistas republicanos, particularmente os da Câmara. Sua agenda não é a mesma que a de Donald Trump. Por exemplo, querem destruir o Medicare. Na verdade, pretendem revogar toda a legislação social do último século. Trump sabe que isso poderia revoltar sua base eleitoral atual, que deseja um Estado de bem-estar social e ao mesmo tempo um governo profundamente protecionista e uma retórica xonófoba.

    Trump conta com a intimidação do Congresso para enquadrá-lo. Talvez consiga. Mas então, ficarão evidentes as contradições entre sua agenda pró-ricos e a manutenção parcial do Estado de bem-estar social. Ou então o Congresso prevalecerá sobre Trump e ele achará isso intolerável. O que poderá fazer é uma incógnita. Desde que se conhece por gente, nunca enfrentou esse tipo de situação difícil – até que tenha de fazê-lo.

    O mesmo é verdade quanto à geopolítica do sistema-mundo. Nem a Rússia nem a China estão prontas para retroceder minimamente de suas políticas atuais. Por que o fariam? Essas políticas estão funcionando para eles. A Rússia é novamente  uma grande potência no Oriente Médio e em toda o antigo mundo soviético. A China está assumindo, devagar e sempre, uma posição de domínio no Norte e no Sudeste da Ásia, e ampliando seu papel no resto do mundo.

    Sem dúvida, tanto a Rússia quanto a China passam por dificuldades de tempos em tempos, e ambos estão prontos a, oportunamente, fazer concessões a outros – mas não mais do que isso. Trump descobrirá que não é, internacionalmente, o cão alfa a quem todo mundo deve obediência. E então?

    O que ele pode fazer quando suas ameaças sejam ignoradas, é de novo uma incógnita. O que todos temem é que ele venha a agir, precipitadamente, com as ferramentas militares que tem à disposição. Fará isso? Ou será contido por seu círculo de assessores imediatos? Podemos apenas ter esperanças.

    Então é isso. A meu ver, o cenário não é favorável, mas também não é sem esperança. Se de alguma forma alcançarmos, neste ano, um ínterim de estabilidade dentro dos Estados Unidos e no sistema-mundo como um todo, então as tendências de médio prazo reassumirão sua primazia. E nesse terreno a história, embora ainda sombria, tem ao menos melhores perspectivas para aqueles que desejam um mundo melhor do que esse que temos atualmente.

    * Tradução de Inês Castilho.

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