
Reportagem atualizada às 18h13 de 26/06/2024 para acréscimo de informações
As Forças Armadas da Bolívia invadiram a Plaza Murillo, considerado o principal espaço público da cidade de La Paz, enquanto o comandante do Exército Andrés Zúñiga afirma que será formado um novo Gabinete de Ministros e que o presidente Luis Arce segue no cargo “por enquanto”.
Em declaração à imprensa, Zúñiga afirmou que um novo Gabinete será composto, e destacou que o Estado “não pode continuar fazendo o que quiser”.
“Estamos mostrando nosso incômodo, é dever, obrigação que as Forças Armadas outra vez recuperem esta Pátria, chega de empobrecer a pátria e humilhar o Exército”, disse, segundo o jornal boliviano Los Tiempos.
“Os três comandantes das forças estão lá. Viemos manifestar o nosso descontentamento”, disse. “Vamos tomar”, afirmou a Casa Grande, que disse ter coordenado a operação com o apoio de unidades policiais.
Questionado, Zúñiga afirmou que reconhece a autoridade do presidente boliviano Luis Arce “por enquanto”.
Imagens em circulação nas redes sociais mostram um tanque do Exército derrubando a porta de entrada do Palácio Quemado, a sede do governo da Bolívia.
Repercussão
O governo brasileiro divulgou nota oficial onde condena “a tentativa de golpe de estado” em curso na Bolívia, “que envolve mobilização irregular de tropas do Exército, em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país”.
“O Governo brasileiro manifesta seu apoio e solidariedade ao Presidente Luis Arce e ao Governo e povo bolivianos. Nesse contexto, estará em interlocução permanente com as autoridades legítimas bolivianas e com os Governos dos demais países da América do Sul no sentido de rechaçar essa grave violação da ordem constitucional na Bolívia e reafirmar seu compromisso com a plena vigência da democracia na região. Esses fatos são incompatíveis com os compromissos da Bolívia perante o MERCOSUL, sob a égide do Protocolo de Ushuaia”, pontua o governo brasileiro.
“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão (…)”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em postagem na rede social X (ex-Twitter).
Da mesma forma, autoridades da América Latina alertam para tentativa de golpe de Estado e respaldam trabalho do presidente Luis Arce.
“O levantamento antidemocrático de algumas unidades do Exército da Bolívia só merece o repúdio mais enérgico”, disse o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández na rede social X (ex-Twitter).
“Minha resposta incondicional ao presidente Luis Arce e convocação para a defesa firme da democracia. Não permitimos que a vontade do povo seja desrespeitada. Força Bolívia!”, ressaltou.
“Apelo urgentemente aos presidentes dos países membros da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) para que condenem o fascismo que hoje ataca a democracia na Bolívia e exijam o pleno respeito pelo poder civil e pela Constituição”, disse a presidente de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, destacando que “as forças militares levaram a cabo mais uma vez um golpe de Estado criminoso”.
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Os militares da América do Sul continuam fazendo de seus territórios os quintais e os banheiros da extrema direita internacional e do capital mercenário estrangeiro. São exércitos de “Marias vai com as outras” que se infiltram em postos chaves dos países alvos, ajudados pelos vergonhosos traíras das suas pátrias e de seus povos. São autoridades, cidadãos e cidadãs que, a exemplo dos terroristas golpistas do 08 de Janeiro, arrastam seus nomes e das suas famílias para o esgoto fétido da história, ao tentarem destruir a soberania e as riquezas nacionais, que nunca deixaram de estar sob a mira dos gordos olhos gananciosos das grandes podres nações. São os perfeitos exemplos do “Complexo de Vira-lata”, que no caso do Brasil foi muito bem definido pelo exemplar patriota e escritor, Nelson Rodrigues.