A juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo, da 125ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, rejeitou o registro de candidatura de Rodrigo Amorim (União) à prefeitura nesta quinta-feira (5).
Galhardo acatou as representações do PSOL e do Ministério Público Eleitoral, que ressaltaram que o deputado federal tem uma condenação por violência política de gênero. O deputado, então, está inelegível, no entendimento da juíza.
Em maio de 2023, Amorim foi condenado em segunda instância a um ano quatro meses de reclusão e multa por ofender a vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL), chamada de “boizebu” e “aberração da natureza” durante discurso na Assembleia Legislativa em 17 de maio de 2022.
De acordo com a denúncia do MP, Amorim “constrangeu, humilhou e perseguiu a vítima Benny Briolly, com menosprezo e discriminação, subjugando-a”.
Em vez de reclusão, a pena foi convertida pela Justiça em prestação de serviços comunitários à população em situação de rua e pagamento de 70 salários-mínimos.
Em nota, Rodrigo Amorim informou que vai recorrer da decisão.
Histórico de violência
Amorim ganhou projeção no cenário político ao quebrar, durante a campanha eleitoral de 2018, uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), executada meses antes. Na ocasião, ele estava ao lado do ex-deputado federal Daniel Silveira e do ex-governador Wilson Witzel.
No entanto, Amorim se envolveu em diversas polêmicas. A mais recente foi uma suposta agressão ao candidato a vereador Leonel de Esquerda (PT), no último domingo.
Na ocasião, Leonel estava entrevistando o deputado federal sobre desvios em um programa do governo do estado quando recebeu, segundo a vítima, um chute no rosto.
O candidato a vereador desmaiou e ficou alguns dias internado. Já Amorim afirmou que agiu “em defesa própria para afastá-lo”.
Confira o vídeo na íntegra:
Perseguição
Rodrigo Amorim apresenta ainda um histórico de perseguição aos indígenas da Aldeia Maracanã. Ele é investigado pela Polícia Civil por ter, supostamente, ameaçado os moradores, a quem removeria das terras “à força e na porrada”, acompanhado de sete homens armados.
Em 2019, mais ofensas. “Aquele lixo urbano chamado Aldeia Maracanã é um absurdo. E é logo em um dos trechos mais importantes sob o ponto de vista logístico, numa área que liga a Zona Norte à Zona Sul, bem do lado do Maracanã. O espaço poderia servir como estacionamento, shopping, área de lazer ou equipamento acessório do próprio estádio do Maracanã. Como carioca, me causa indignação ver aquilo do jeito que está hoje. Quem gosta de índio, que vá para a Bolívia, que, além de ser comunista, ainda é presidida por um índio.”
Há, pelo menos, duas denúncias de ameaças protocoladas pelas lideranças da aldeia no Ministério Público Federal.
O deputado negou as ameaças e negou a presença de homens armados.
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